domingo, 7 de fevereiro de 2010

Da cor do pecado


"Esse corpo moreno, cheiro e gostoso, que você tem!"


Deus, ahhh, Deus! Deus criou os homens, as mulheres e os negros. Esses ultimos com um toque bem mais divino. E Deus deu corpos fortes, e força física. Deu força e corpos esculturais. Verdadeiras obras da perfeição humana. Os negros tem maior facilidade de absorver mesmo a forma mais voluptuosa do corpo humano.

É desse cabelo duro e dessa cor escura que nosso país tem as cores mais alegres da face da Terra. Vem do samba, do berimbau, da capoeira, do afoxé. Das feijoadas, dos camdomblés, dos xangós. Dos Orixás, dos acarajés, dos vatapás, das capoeiras.

E aí de quem falar que não é negro de verdade! No nosso país já é de lei, todos temos o sangue negro nas veias. Se é braco de pele, mas negro de interior. A cultura negra é, predominantemente, o retrato do povo brasileiro, nossa alegria, tropicalismo e carnavalismo. Se não fosse os negros, seriam os quem? E a música é outro aspecto do nosso-nós-povo-negro. Eu não vejo música que falem diretamente de pele branca, eu vejo muito negro.

Nosso racismo tem mania de: Negro feio! Mas nós também temos brancos feios, e até mais, já que a maioria da população se consideram branca.

"Olha, eu sou da pele preta! Graças a Deus!"

É mesmo uma cor muito bonita! Umas formas bem desenhadas, tanto que negro no Brasil Colônia era também usado pra fazer telha. Sim, telha de telhado. Conta-se alguns históriadores que as coxas das negras serviam de fôrmas para as telhas, e quanto mais bonita saia a telha, mas bonita era a negra. E a raça é tão forte quanto suas entranhas, digo isso por que ao visitar o engenho de Ferreiro Torto, no município de Macaíba (RN), o guia encaminhou o grupo por todas as dependências da casa, no primeiro andar existia uma espécie de quartinho, piso de madeira, bem rustico, sem janelas e com o teto reclinado, nesse quartinho existia apenas uma cadeira e um baú, ali as negras escravas amamentavam os filhos dos senhores e sinhás, e o guia também havia dito que ali existia uma energia diferente e um cheiro bem famíliar ambiente. (...) Eu entrei, e senti que mais ao fundo daquele cubículo apertado, fechado e escuro existia o cheio do leite jorrado pelos seios das negras.

Sinceramente, se a luxúria tem cor, é a cor negra. A sensualidade do negro vai além do prazer, é algo natural.

"Preto que é preto ilumina porque é preto. Preto que é preto combina de se olhar."

Deus fez, brancos, índios e negros. Até quero acreditar que Deus seja mesmo negro, já que a humanidade nasceu na África. Se sendo, continuará mandando os meus negros lindos pras minhas belas praias, banhar seus corpos perfeitos, seus músculos suados. E se lançar sem medo sua cor sob o sol que foi feito só pra nós, pretos! E continua a mandar os negros para ensolarar essas areias, cantar nossos carnavais, gingar nossas danças, e provar dessa alma, corpo, pele que não desbota, que não descolore. Uma cor assim, de vida.

Meus morenos claros e escuros, negrinhos, negrões, mulatos.

"Eu sou pretinho, nêgo véio..."

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