quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Romantismo Político


“Micarla quer se reeleger prefeita da cidade de Natal (RN) com 90% de reprovação. Será que consegue?” Eu digo que sim. Isso não está somente na má campanha de sua gestão, mas é aquilo que o brasileiro bem conhece no exercício político eleitoral de esquecer e não olhar para o passado.

Depois do caos no começo dos anos 90, o presidente Collor impugnado do mandato por pressão popular volta anos depois como senador. Não acho impossível que o mesmo ocorra com a prefeita Micarla de Sousa. O dom político da demagogia é o que possibilita que esses fenômenos abigobalíssimos ocorram, isso porque o político que pretende alcançar o poder já viu que o povo não gosta que represente em suas campanhas a realidade nua e crua (dados, estatísticas, números e feitos), mas o que acontece é um show de novelas e dramaturgia, onde o discurso é moldado baseando-se naquilo que o povo quer ouvir.

O típico discurso Malufiano onde tudo de errado poder ter sido feito, mas que no fim das contas são cegadas quando se prega a questão do trabalho que o povo tanto idolatra: “Roubei, mas eu trabalho!”

#ForaMicarla, ocupação na câmara dos vereadores, as passeatas que mobilizaram e deram o que falar em Natal não serão esquecidas, tanto quanto foi o impeachment de Fernando Collor, mas que o povo se deixará iludir quando a filha de Carlos Alberto de Sousa abrir a boca para falar dos valores da instituição familiar ao seu favor, e acoplando isso as quimeras de ações políticas, eu não tenho dúvidas.

O que falta então, o lançamento de uma proposta de educação eleitoral sólida, ensinar mesmo ao povo a não cair em suas contradições políticas, e parar de ver o horário eleitoral como novelinha das necessidades perdidas. Vimos isso muito bem quando nas eleições presidenciáveis passada teve candidatos que enfatizaram a família e a religião, quase não colocaram o Brasil de fato, iludindo muita gente. Quem gritou revolução perdeu fácil, e quem chorava a institucionalidade da família, das Igrejas e da sexualidade, acima da realidade nacional quase botou a funcionalidade de projetos políticos a perder.

Falta de educação, falta de racionalidade política. Vi gente mediana defendendo determinados candidatos por sua constitucionalidade crítica e política, e vi uma gente de bairros periféricos defendendo candidatos que na realidade não trabalham por causas sociais, e sim puramente capitais, defendiam candidatos indiscretamente neoliberais em oposição à incerta opção sexual.

O povo precisa saber em quem votar não somente a partir da constituição do discurso eleitoral e seus fascínios demagógicos, educação eleitoral para estudar quem são, constituição partidária, funcionalidade política, aplicabilidade democrática, projeções econômicas e pretensões sociais.

Enquanto uns se iludem de um lado, eu vou aqui com minhas quimeras políticas. Sonhando com a institucionalização de um povo educado politicamente, crítico e combatentes das alienações demagógicas. A democracia sendo feita num nível alto de instrução. Ah, que doce ilusão a minha.

domingo, 9 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lula em Paris: imprensa sabuja dá vexame

Circula há alguns dias na internet um debate sobre o mérito de o ex-presidente Lula ter recebido o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris, mais conhecido como Sciences-Po, na terça-feira 27.

Em seu blog Balaio do Kotscho, no R7, o experiente jornalista resume a vergonhosa cobertura dos colegas brasileiros. Confira:

Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?

Lula recebe título de Doutor "Honoris Causa" em Paris. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Começa assim, acreditem, com esta pergunta indecorosa, a entrevista de Deborah Berlinck, correspondente de O Globo em Paris, com Richard Descoings, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po, que entregou o título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, na tarde desta terça-feira. Para outro colega, pareceu estranho premiar um presidente que se orgulha de nunca ter lido um livro.

Resposta de Descoings:

“O antigo presidente merecia e, como universitário, era considerado um grande acadêmico (…) O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences- Po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente do diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade.”

A entrevista completa de Berlinck com Descoings foi publicada no portal de O Globo às 22h56 do dia 22/9. Mas a história completa do vexame que a imprensa nativa sabuja deu estes dias, inconformada por Lula ter sido o primeiro latino-americano a receber este título, que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição, foi contada por um jornalista argentino, Martin Granovsky, no jornal Página 12.

Tomei emprestada de Mino Carta a expressão imprensa sabuja porque é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e mais importante título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as definições encontradas no Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.

Sob o título “Escravocratas contra Lula”, Granovsky relata o que aconteceu durante uma exposição feita na véspera pelo diretor Richard Descoings para explicar as razões da iniciativa do Science- Po de entregar o título ao ex-presidente brasileiro.

“Naturalmente, para escutar Descoings, foram chamados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático (…). Um dos colegas perguntou se era o caso de se premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado(…).

“Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção”, foi a pergunta seguinte. O professor sorriu e disse: “Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o julgamento da história este assunto e outros muito importantes, como a eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais (…). Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente, não damos lições de moral a outros países.”

Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da ação afirmativa do Sciences Po. Descoings o observou com atenção, antes de responder. “As elites não são apenas escolares ou sociais”, disse. “Os que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro-mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas.”

No final do artigo, o jornalista argentino Martin Granovsky escreve para vergonha dos jornalistas brasileiros:

“Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.”

Desde que Lula passou o cargo de presidente da República para Dilma Rousseff há nove meses, a nossa grande imprensa tenta jogar um contra o outro e procura detonar a imagem do seu governo, que chegou ao final dos oito anos com índices de aprovação acima de 80%.

Como até agora não conseguiram uma coisa nem outra, tentam apagar Lula do mapa. O melhor exemplo foi dado hoje pelo maior jornal do País, a Folha de S. Paulo, que não encontrou espaço na sua edição de 74 páginas para publicar uma mísera linha sobre o importante título outorgado a Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris.

Em compensação, encontrou espaço para publicar uma simpática foto de Marina Silva ao lado de Fernando Henrique Cardoso, em importante evento do instituto do mesmo nome, com este texto-legenda:

“AFAGOS – FHC e Marina em debate sobre Código Florestal no instituto do ex-presidente; o tucano creditou ao fascínio que Marina gera o fato de o auditório estar lotado.”

Assim como decisões da Justiça, critérios editoriais não se discute, claro.

Enquanto isso, em Paris, segundo relato publicado no portal de O Globo pela correspondente Deborah Berlinck, às 16h37, ficamos sabendo que:

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com festa no Instituto de Estudos Políticos de Paris – o Sciences- Po -, na França, para receber mais um título de doutor honoris causa, nesta terça-feira. Tratado como uma estrela desde sua entrada na instituição, ele foi cercado por estudantes e, aos gritos, foi saudado. Antes de chegar à sala de homenagem, em um corredor, Lula ouviu, dos franceses, a música de Geraldo Vandré, “para não dizer que eu não falei das flores”.

“A sala do instituto onde ocorreu a cerimônia tinha capacidade para 500 pessoas, mas muitos estudantes ficaram do lado de fora. O diretor da universidade, Richard Descoings, abriu a cerimônia explicando que a escolha do ex-presidente tinha sido feita por unanimidade.”

Em seu discurso de agradecimento, Lula disse:

“Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”

Para certos brasileiros, certamente deve ser duro ouvir estas coisas. É melhor nem ficar sabendo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Antropologia Urbana

Palestra com o Antropólogo, que consideravelmente, um dos maiores contribuidores da Antropologia Urbana no Brasil: Professor Doutor José Guilherme Cantor Magnani.





terça-feira, 6 de setembro de 2011

Elementar Senso Comum

Como estudante das Ciências Humanas e Sociais a indagações que nós aparecem por meio da realidade a ser fundamentalmente analisada correm com certa velocidade tanto que muitos não conseguem estabelecer pontes entre clássicos e contemporâneos. Mas isso foi apenas uma consideração prévia.
Se o pretendente candidato a profissional sociólogo, antropólogo ou cientista político tiver calma e não praticar a sectarização dos fatos da realidade social é bem mais simples se aproximar do objeto de estudo sem fundar um conflito entre as ideologias determinantes e as concepções científicas. O que estou tentando aqui dizer é que a má interpretação do social e dos dados sociológicos muitas vezes coloca aspirantes das ciências humanas numa posição delicada; e onde a maioria dos aprendizes acabam por premissas científicas ferindo a integridade do sistema social a qual está inserido. Apesar do olhar crítico, um sociólogo, antropólogo ou cientista político não está isento do título de senso comum, e não que isso seja visto de um modo negativo, pois os meios do senso comum não são os elementos da uma ignorância figurada nas ações sociais, vendo que suas implicações tem tantas influências no conjunto da obra do viver social e humano.
O que acontece muitas vezes quando principalmente aspirantes das ciências humanas fazem uma interpretação equivocada dos fatos é a fomentação de conflitos ideológicos entre o social ao qual está inserido e a cientificidade da realidade socialmente construída. É importante que haja um certo desapego das práticas preconceitualizadas por parte desses cientistas, porém não há como estabelecer um plano de fuga ou evasão daquela realidade a qual foi construído como indivíduo.
Senso comum e conhecimento científico estão sempre numa dicotomia ou bifurcação por sua distância considerável e constante aproximação. Senso comum geralmente se baseia nos sentidos, crenças, tradições, e assim é fruto das experiências do cotidiano. Já o conhecimento científico se molda por um raciocínio objetivo, se sua comprovação é dada pelos métodos experimentais. Mas o senso comum não é por assim só um conjunto de ações, é um saber que se adquire através da vida social, de modo que se constitui de modo informal, adquirido de forma espontânea pelo contato, situações e objetos que correspondem a vida social do indivíduo. O senso comum é então um elemento fundamental, pois todas suas implicações orientam os indivíduos o modo de viver cotidianamente suas realidades, seus saberes populares assim então constituem as bases de adaptação do viver social, mas que por vezes pode negativamente implicar um série de opiniões e crenças que podem constituir ações e idéias preconceituosas facilmente transmitidas por gerações e que serão combatidas apenas por implicações científicas.
Com tudo, o aspirante das ciências humanas deve principalmente compreender não apenas o senso comum como dado oposto a realidade ideológica científica a qual está disposto, mas vendo que essa associação existe de modo dependente; a geração de conflitos por má interpretação da crítica social e científica acerca do senso comum pode gerar uma discordância maior das premissas do cientista social com a realidade a qual está inserido.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ostracismo a lei do masculino


Dada a realidade da supremacia do poder masculino, onde o trunfo da jogada está no fato de "ser homem", nossas mulheres buscam demais sua autonomia e independência, mas dispostos sobre um dilema social de Florestan Fernandes, como nos lançarmos a essas exigências das liberdades modernas sem nos desapegar daquilo tradicional?
Ser homem hoje em dia não justifica muita coisa, mas quando algumas de nossas mulheres se prendem a essas concepções para justificar as ações da realidade, há então um retrocesso de todo o pensamento de liberdade e autonomia feminina, onde as mulheres só reafirmam uma tese Beckerana de que: os homens impõem as leis não apenas dos homens, mas definem e determinam as situações e comportamentos também ao feminino. E estando então as mulheres desobedecendo aos parâmetros e mandamentos das leis do masculino sobre o feminino, estarão passíveis a qualquer tipo de ostracismo social.
Não desempenhando o papel de um discurso feminista, mas a principal equivalência da autonomia feminina só funcionará quando aplicarmos nas práticas sociais tudo que defendemos em tese. O "ser homem" hoje justifica realmente a liberdade de quais práticas sociais se não aquelas que já estão por demais obsoletas? Isso porque mulheres hoje já atingiram a autonomia necessária em campos que até pouco tempo eram encarregados aos homens, as campanhas de igualdade de gênero estão se dissipando, e seus níveis estão ganhando cada vez mais discípulos. Porque enquanto mulheres continuarem aceitando passivelmente as possibilidades de expansões sobre a justificativa do "pode, porque ele é homem!" só está assim afirmando a retrograda soberania machista, elevando o ego que violenta a modernidade, as liberdades e os direitos.
Avanço social, avanço da autonomia feminina, só finalmente se concretizará quando os princípios da premissa testosteronica finalmente pararem de ser consideradas e usadas como justificativa para os atentados as liberdades de gênero, aos direitos enfim iguais, sejam nos campos profissionais, pessoais e até no lazer. Onde os seres masculinos podiam ir e vir livremente e os demais eram os considerados intrusos do meio, e passíveis de ostracismo, hoje já se ver uma pequena manifestação de emancipação sobre os principais desfrutes da vida urbana.
Enfim, aos poucos se libertando das concepções machistas e das justificativas de que "ele pode porque ele é homem!" podemos enfim falar e prover da liberdade entre gêneros, da despudorização dos atos, e da esperada justiça social.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ensaio sobre Crítica da Arte Urbana


Há um abismo realmente entre arte e pichação. Sendo ambas expressões contemporâneas, o que o senso comum entende talvez por arte urbana? A pressa do cotidiano, a venda do que for ditado pela mídia muitas vezes condiciona as pessoas a apenas passarem sem se importar, não verem ou apenas entortar o nariz.
Há mais por traz do Stencil do que uma rebeldia que as pessoas gostam de afirmar. Expressividade, comportamentos, reivindicações, realidade e crítica. Quem não analisa uma arte e apenas olha sai por aí muitas vezes parafraseando um Zé Ramalho quando diz: "minha mãe certa vez disse-me um dia vendo minha obra exposta na galeria: meu filho isso é mais estranho que o cu da gia, e muito mais feio que um hipopótamo insone!"
Uma das famosas artes urbanas, moderna em sua essência, o stencil não deveria ser visto como um conteúdo vomitado e escarrado nas paredes, como se tudo fosse ao leo. Há muito mais conteúdo e muito mais realidade nessas expressões urbanas, diferente de quimeras e ilusões nas tentativas de se fazer uma maquiagem da vida. No stencil é tudo real no formato de manifestações políticas, sociais, econômicas e culturais. O pensamento condicionado e padronizado do senso comum só possibilita ver como apenas arte as expressões imaculadas, as realidades coloridas, e tudo o que for contra essas implicações das quimeras desejadas de um mundo bom é desconsiderado por uma elitização crítica da arte. Marginais, bandidos, maconheiros e delinqüentes de todas as espécies são os agressores do que não for belo.
Mas o negócio é que está aqui se realizando duas idealizações do mundo por meio de artes distintas, e a arte urbana quase nunca se esvazia de sentido por isso, retratando nas paredes da cidade o discurso visual das inquietações da realidade humana, seja por preço das passagens de ônibus até manifestações contra poderes que regem e constituem uma nação. A arte urbana vai se contextualizando por meio de angústias cotidianas, e seu tom crítico é assim muitas vezes mal interpretado, se equivalendo ao nível de poluição visual.

Quem faz esse tipo de manifestação é um artista assim, desprendido de tentar agradar apenas o público consumidor de ilusões. É o realista crítico, disposto a falar nas paredes o que os demais covardemente calam, consentem e engolem e criticam com seus preconceitos estúpidos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Milagre humano

"A diferença decisiva entre as "impossibilidades infinitas", sobre as quais se apoia a vida humana terrestre, e os acontecimentos milagrosos no próprio âmbito das ocupações humanas está naturalmente no fato de que há, aqui, o feitor dos milagres e de que o próprio homem é, de um modo extremamente milagroso e misterioso, manifestante dotado para fazer milagres. Em nossa linguagem comum e bem usual, chamamos a esse dom de agir."

Hannah Arendt trouxe do campo ciêntífico político tudo o que meu ceticismo busca explicar. E só saindo com campo de ações políticas, que é o que Arendt propõe em "Será que a política ainda tem de algum modo um sentido?" é que procuro fortalecer a base da minha religião explicitamente egocêntrica.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Notícias da Bruzundanga

Made in #Facebook


Para quem não sabe, ontem, foi rejeitada a votação, o Projeto de Lei FICHA LIMPA, que impede a candidatura a qualquer cargo eletivo, de pessoas condenadas em primeira ou única instância ou por meio de denúncia recebida em tribunal em virtude de crimes graves, como: racismo, homicídio, estupro, homofobia, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas.
A IMPRENSA FOI CENSURADA E ESTÁ IMPEDIDA DE DIVULGAR! PORTANTO, VAMOS USAR A INTERNET,PARA DAR CONHECIMENTO AOS OUTROS 198MILHÕES

terça-feira, 26 de julho de 2011

Prevendo com Guido

Algo parece que vem dando insônia ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se manifestou nessa terça-feira (26) preocupado com a situação da economia mundial, cujo maior calo atualmente é referente a dívida norte-americana. Uma coisa não é nova, é que segundo a concepção do ministro, a economia global se comporta como se existissem dois mundos, é justamente aquela velha geografia sócio-política e econômica que vemos no ensino médio, nas lições entre países desenvolvidos e sub-desenvolvidos. Essa distinção está sendo ainda assistida nos impasses atuais, porém, com uma pequena cambalhota de valores econômicos. É que nessa divergência entre mundo os considerados avançados hoje apresentam grandes dívidas e déficits expressivos, e os emergentes com altas taxas de crescimento.

Hoje, segundo o ministro, essa situação pode se estender a mais alguns anos pela baixa taxa de crescimento dos países ricos. O que aflige o ministro é que essa baixa pode enfraquecer as tentativas de aquecimento da economia, exceto para os países emergentes que serão apenas atrapalhados pela situação.




A crise assim então não terminou, apenas mudou de setor passando do privado para o público com o impacto da dívida dos países, como é o caso dos EUA e a crise na zona do euro, e ao que se parece não será resolvida nem tão cedo.




Nessa história toda o Brasil aparece de maneira positiva e bem preparado para enfrentar a crise graças a fundamentos econômicos sólidos e mercado interno estruturado, diferente dos países desenvolvidos, a economia brasileira, segundo Guido Mantega, já superou o período pós-crise e está desenvolvendo o fortalecimento fiscal.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Exercício de Democracia







"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um." (Fernando Sabino)

domingo, 3 de julho de 2011

Plano Real: legado de Itamar Franco

Entre 1992 e 1995 ele governou o Brasil, sua imagem pacata, tranqüila e até sonolenta de Itamar Franco como vice-presidente atraiu progressivamente a simpatia popular enquanto crescia o repúdio a Collor.
Além do respaldo político obtido pelo governo, a situação econômica do país dava alguns sinais de melhora. Não no que se refere à inflação que continuava sem controle, mas a questão da dívida externa. Como o Brasil foi o último dos países da América Latina a decretar a moratória, precedido pelo México e pela Argentina, as dificuldades iniciais desses países abriram caminho para uma moratória bem menos traumática.
A partir de 1989, os Estados Unidos haviam passado a defender e bancar o processo de securitização da dívida de países devedores, negociados normalmente no mercado internacional como outros papéis, com garantia do Tesouro norte-americano. Esse processo atingiu sua maturidade em 1994, durante o governo de Itamar Franco.
A progressiva queda das taxas de juros no mercado internacional fazia com que as transferências de capital do Brasil para os bancos credores diminuíssem sensivelmente, já que diminuíam os valores dos compromissos da dívida externa. A economia voltou a crescer, atingindo em 1994 uma taxa de quase 5% anuais, o melhor resultado desde o início dos anos 1980, excetuando-se em 86 o Plano Cruzado.
Em fevereiro de 1994, o governo anunciou o Plano Real, em mais uma tentativa de combater a inflação. Na realidade, a instituição de uma nova moeda era a última etapa de um grande programa de estabilização da economia, que estava sendo posto em prática desde dezembro de 1993 por uma equipe de economistas da PUC do Rio de Janeiro, e entre eles o ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Pelas novas regras monetárias, o real seria uma moeda forte e para isso contava com o fim da indexação, ou seja, o fim do repasse automático da inflação mensal para os salários, prestações, aluguéis e contratos em geral. Além disso a nova moeda estava vinculada ao dólar, o plano assim previa que a emissão de novos reais seria possível somente se existisse um volume equivalente de dólares nos cofres do Banco Central, ao mesmo tempo, mantinha-se o câmbio elevado: um dólar equivaleria a 90 centavos de real, taxa que realmente subiu para 1/1, ou seja, um dólar passou a equivaler um real.
A manutenção de uma taxa de câmbio equilibrada era garantida pelo Banco Central: quando a demanda por dólares crescesse no país (para o pagamento da dívida externa, por exemplo), ameaçando desvalorizar o real, o BC interviria no mercado de câmbio, vendendo grande quantidade de dólares e forçando uma queda em seu valor. O funcionamento do plano dependia da existência de grande reserva de dólares nas mãos do governo, que acontecia desde o início do plano, graças aos saldos favoráveis da balança comercial e ao abrandamento da crise da dívida.
Apesar do êxito imediato do Plano Real, seu prosseguimento dependia da manutenção das reservas de dólares e isso somente seria possível pela permanência de elevadas taxas de juros no país. Dessa forma, o capital internacional, circulando cada vez mais rapidamente e livre de obstáculos no contexto da globalização econômica, seria atraído para o país, como de fato ocorreu.
A especulação financeira cresceu enormemente, colocando em risco a valorização monetária nacional, e muitos passaram a considerar esse elemento o aspecto mais frágil do plano. Esse desafio foi enfrentado em 1994, quando uma forte desvalorização da moeda mexicana provocou um súbito afastamento do capital especulativo internacional não só daquele país, como também de outros países latino-americanos, como Brasil e Argentina, quase levando suas economias à ruína no chamado "efeito tequila". Por outro lado o Plano Real promovia uma nova rodada de abertura da economia às importações, ainda de acordo com os princípios do neoliberalismo. O governo defendia a abertura econômica como forma de baixar a inflação e aumentar a eficiência da industria nacional.
A curto prazo a abertura econômica foi realizada e a queda na inflação foi efetiva, embora o aumento da eficiência da indústria brasileira tenha ocorrido apenas de forma localizada. Maiores foram os efeitos negativos de tal política na indústria nacional. As falências começaram a se multiplicar e o desemprego aumentou. Paralelamente, a manutenção de elevadas taxas de juros no país inviabilizava a sobrevivência de empresas em dificuldades, acelerando ainda mais o processo de falências e desemprego. A situação recessiva forçava uma queda ainda maior da inflação, que o governo alardeava como prova do sucesso espetacular do plano.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Acalanto

Acalanto

A música na voz de Adrianna Calcanhotto por vezes me aninhava, é uma verdadeira canção de ninar. Sentia-me num plano esférico por muitas vezes feliz. Hoje toda vontade que eu tenho é escrever para meu acalanto como já fiz em um blog anterior que eu fiz. Uma verdadeira carta de amor.

A primeira declaração de amor da minha vida não foi uma serenata, nem uma casa lotada de rosas, mas veio de um homem como todos assim imaginam. Se por muitas vezes fui infantil em castigá-lo com gotas de indiferença, ele bem sabe que elas são todas falsas, mentirosas como atores e atrizes. Mas se já recebi uma declaração de amor, todos recebemos quase todos os dias, mas cabe a nós memorar aquela que será inesquecível, e quando me lembro da que ganhei eu às vezes me emociono e choro.

Não tinha flores, não tinha música, nem era um jantar a luz de velas. Não tinha anéis nem jóias, nem ursinhos com corações cafonas. Falar a verdade, a declaração de amor que eu vou levar para o resto da minha vida só era sorridente, e tinha a cara de uma promessa careca. Um dos dias mais felizes da minha vida é o dia que meu acalanto raspou os cabelos da cabeça para comemorar só uma de minhas várias e futuras conquistas. Quando me lembro dela eu penso em não desistir de desistir.

Acalanto vinha sorrindo de feliz, a conquista era minha que ele sentia com felicidade. Se teve lágrimas eu nem sei, mas as minhas vieram aos montes. No dia que recebi essa belíssima declaração de amor eu vi que pessoas são mais importantes na vida do que tudo, e é com a união e o apoio de pessoas e declarações de amor (não somente romântico, como foi meu caso) fazem da gente mais humanos.

O provérbio a união faz a força é bem válida para Acalanto, que crer realmente que tudo é bem visto juntos. Se por algumas vezes na vida tive inveja foi dele, por saber de coisas que eu nem sei, por guardar conquistas que eu nem tenho e por saber se levantar quando cair. Se Acalanto sofre ele nem diz, mas se sente algo ruim com certeza seu amor é bem forte para superar tudo.

Acalanto é bem recheado de sonhos humanos, é artista quando quer ser, é médico, pintor, motorista, mecânico, pedreiro quando tem que ser.

Eu só queria me desculpar se algum mal causei na vida do meu Acalanto, se o fiz sofrer. Queria agradecer a tudo que Acalanto me ensinou, a ser quem eu sou até nas minhas particularidades mínimas como o exemplo os gostos pessoais; Acalanto me ensinou a ser flamenguista, a ser a companheira petista. Quando sou forte em momentos é por ele.

No mais Acalanto me ensinou a ser humana, eis que seja a minha escola de vida. Eu nem gosto de vê-lo quando acordo, porque eu só acordo de mau humor e não bate com a disposição com que ele acorda todas as manhãs esperando da vida uma manhã melhor a ser vivida. Acalanto já disse que tinha orgulho de mim, e se alguma vez pensei em desisti de algo que gosto por algo que acho ser conveniente, não fiz por medo de talvez me decepcionar e na minha decepção decepcioná-lo.

Meu amor por Acalanto é mudo, eu às vezes me imagino sem ele e me ponho a chorar, e ele talvez nem saiba que quando a gente briga, eu choro também, quando ele fala alto eu choro escondido ou as vezes seguro a respiração contra a janela do carro. Tudo que busco na vida é procurando agradecê-lo, se minhas escolhas forem as erradas vão ter que virar certas a força para que eu possa retribuir todas as manhãs que pegou na minha mão e me mandou para a escola, por tardes decepcionantes com notas baixas no boletim. Eu estava falando ontem com amigos como me acho a imagem e semelhança dele, como temos gostos parecidos, e disse: “eu sou quase a copia dele”.

Às vezes quando andamos juntos a pé eu tenho vontade de segurar sua mão, mas me sinto grandinha demais para isso, mesmo que o pensamento seja de uma criança que precisa de proteção.

Se não o digo que o amo todos os dias é porque talvez nem seja o ser tão forte quanto eu penso que sou. Mas Acalanto sabe que não há nada de interesse nessa relação, tudo que quero para o meu futuro é poder confortá-lo como ele soube fazer a mim no passado. Aí de mim viver sem meu Acalanto, ao qual chamo carinhosamente de Fanfico.

Não queria um dia ter que ir embora sem dizer que eu te amo, companheiro, amigo, pai!