terça-feira, 6 de setembro de 2011

Elementar Senso Comum

Como estudante das Ciências Humanas e Sociais a indagações que nós aparecem por meio da realidade a ser fundamentalmente analisada correm com certa velocidade tanto que muitos não conseguem estabelecer pontes entre clássicos e contemporâneos. Mas isso foi apenas uma consideração prévia.
Se o pretendente candidato a profissional sociólogo, antropólogo ou cientista político tiver calma e não praticar a sectarização dos fatos da realidade social é bem mais simples se aproximar do objeto de estudo sem fundar um conflito entre as ideologias determinantes e as concepções científicas. O que estou tentando aqui dizer é que a má interpretação do social e dos dados sociológicos muitas vezes coloca aspirantes das ciências humanas numa posição delicada; e onde a maioria dos aprendizes acabam por premissas científicas ferindo a integridade do sistema social a qual está inserido. Apesar do olhar crítico, um sociólogo, antropólogo ou cientista político não está isento do título de senso comum, e não que isso seja visto de um modo negativo, pois os meios do senso comum não são os elementos da uma ignorância figurada nas ações sociais, vendo que suas implicações tem tantas influências no conjunto da obra do viver social e humano.
O que acontece muitas vezes quando principalmente aspirantes das ciências humanas fazem uma interpretação equivocada dos fatos é a fomentação de conflitos ideológicos entre o social ao qual está inserido e a cientificidade da realidade socialmente construída. É importante que haja um certo desapego das práticas preconceitualizadas por parte desses cientistas, porém não há como estabelecer um plano de fuga ou evasão daquela realidade a qual foi construído como indivíduo.
Senso comum e conhecimento científico estão sempre numa dicotomia ou bifurcação por sua distância considerável e constante aproximação. Senso comum geralmente se baseia nos sentidos, crenças, tradições, e assim é fruto das experiências do cotidiano. Já o conhecimento científico se molda por um raciocínio objetivo, se sua comprovação é dada pelos métodos experimentais. Mas o senso comum não é por assim só um conjunto de ações, é um saber que se adquire através da vida social, de modo que se constitui de modo informal, adquirido de forma espontânea pelo contato, situações e objetos que correspondem a vida social do indivíduo. O senso comum é então um elemento fundamental, pois todas suas implicações orientam os indivíduos o modo de viver cotidianamente suas realidades, seus saberes populares assim então constituem as bases de adaptação do viver social, mas que por vezes pode negativamente implicar um série de opiniões e crenças que podem constituir ações e idéias preconceituosas facilmente transmitidas por gerações e que serão combatidas apenas por implicações científicas.
Com tudo, o aspirante das ciências humanas deve principalmente compreender não apenas o senso comum como dado oposto a realidade ideológica científica a qual está disposto, mas vendo que essa associação existe de modo dependente; a geração de conflitos por má interpretação da crítica social e científica acerca do senso comum pode gerar uma discordância maior das premissas do cientista social com a realidade a qual está inserido.

Um comentário:

  1. Muito boa essa iniciativa de dinamizar a ciência, abrindo espaço para discussões sobre sua sua relação com o senso comum. A ciência, mesmo dentro de seu rigor, pela força mesma das limitações humanas, é incapaz de desvelar todos os aspectos da realidade.

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