terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu vós declaro marido e Lary¹

"Sexo oposto é apenas aquele que está na sua frente." Disse Paula Lavigne em entrevista ao programa CQC sobre o tema do casamento gay. Mas o mais impressionante de toda a matéria foi o modo como a sociedade trata do assunto, que já é de se esperar que se usem argumentos em defesa da moral e dos costumes aos quais os humanos se prendem aos tempos da ignorância e do preconceito.
O grande mal ao qual a sociedade está fortemente presa é de justamente dos míseros conceitos de sexualidade, pois o que é o homo ou o hetero além de meras representações fatídicas? O que é certo é que não existe uma divisão dos sexos (dos gêneros, sim), mas a sexualidade é uma só em todo e qualquer convívio social.
E porque, de que modo, podemos absorver o fato do casamento gay tão intolerantemente? Uma das funções naturais do ser humano é, logicamente, a reprodução. Nesse ponto podemos falar em um fato 'natural' do ser humano: o sexo, ou relações sexuais. Mas é natural do ser humano que esse ato esteja prescrito apenas para pessoas de gêneros sexuais diferentes? Não. Nem a heterossexualidade, nem a homossexualidade é um fato natural do ser humano. Sociologicamente falando, esses conceitos foram criados para determinada distinção sexual a fim de catalogar os personagens sexualmente ativos. Isso é invenção e criação humana para determinar o que é certo ou errado, e para gerar os preconceitos. Ou seja, é apenas natural ao ser humano questões de natureza biológica.
A Igreja condena, porque o casamento gay não procria naturalmente, mas em um país como o nosso o casamento homossexual seria um ótimo destino para muitas crianças. Muitas vezes abandonadas, os casais gays seriam uma ótima solução para desafogar essa taxa de natalidade acelerada. Seria um lar, uma família, uma oportunidade a mais para muitas crianças.
Mas o grande mal de todo um corpo social é a questão moral. Porque ter um casal de gêneros semelhantes fere a moral social? Essa moral, no que diz respeito ao nível de Brasil, foi assentada graças aos determinismos patriarcalistas do "cabra macho". Onde o sexo livre é um privilégio puramente masculino, e a mulher que se preste a esse conceito é vulgarmente estereotipada, onde os filhos são criados para por uma premissa testosterônica, e o resto deve ser puramente, e puritanamente guardado. Bem, acho que o Brasil colonial já passou, assim como devíamos deixar para trás toda a capa que restringe os passos para o progresso humano.
Ser gay não é ser imoral, não são animais ou anormais. A homossexualidade fere a quem? Aos patrões das determinações sexuais? Sinceramente, isso é pensar com um pouco de ignorância. Já que a homossexualidade é apenas uma descrição para estereótipos sexuais, não se vê motivos fortes para que isso derrube uma moral feita a partir de simples representações.
Quem tem medo dos direitos gays? Eu só consigo achar perguntas onde as respostas não são suficientes. Qual o mal em ser gay?

http://pasargadabr.blogspot.com/2010/05/quem-tem-medo-dos-direitos-gays.html

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bonesmaniaca


" A psicologia é uma ciência bastante maleável."
Drª T. Brennan, Antropologa Forense.
Série Bones - FOX Channel

terça-feira, 20 de julho de 2010

Controle Social




Originado na sociologia americana na segunda metade do século XX, o controle social pode ser entendido como um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos disponíveis em uma sociedade a fim de assegurar que os indivíduos se comportem de determinada maneira previsíveis de acordo com regras vigentes.
Há uma similaridade entre o conceito de controle social e o conceito de dominação elaborado por Max Weber.
O conceito de controle social é representado claramente por meio dos recursos materiais, disponiveis na vida social, que estão associados com mecanismos institucionais; a exemplo das leis que sancionam a conduta do indivíduo em sociedade e punem o desvio. Os exemplos dos conservadores e transgressores, que muitas vezes esse comportamento desviado é rejeitado de modo a determinar que o indivíduo em questão seja um elemento que não possa ser admitido pela sociedade.
No quadro dos recursos simbólicos estão associados à esfera da cultura, que absorvem e integram diversos elementos e mecanismos de socialização, que de modo a ser aprendida, oferecem as condições para que as pessoas se comportem de acordo com valores coletivos, morais e éticos, prevalecentes na sociedade.
Desse modo, podemos constatar um fenômeno de interdependência social que é uma série de vínculos de reciprocidade firmados por indivíduos de compõem uma mesma sociedade. Esses vínculos envolvem pricípios aprendidos por indivíduo, que agem em conformidade com as regras de condutam e reconhecem como vantajosas para o envolvimento individual e social.
Assim, o controle social deixa de ser redutível a estímulos externos associados com a violência física e com a coerção moral. Para se tornar eficaz e duradouro, o controle social exercido sobre os indivíduos que integram uma coletividade não pode ser apenas externo. De modo que, o fenômeno da interdependência social se vale de relações recríprocas; firmadas com base na persepção objetiva que os indivíduos têm de integrarem a um mesmo sistema social e se reconhecerem como dependentes entre si. Esse fenômeno tem similaridade com alguns projetos sociológicos de E. Durkheim.
Assim, fica claro observar que as relações de controle social desempenha o importante papel na sociedade de estabelecer uma coesão social. Mas é evidente que possam acontecer crises que o contínuo trabalho do controle social. Quando há um comportamento desviante é sinal de que alguns dos elementos constitutivos não estão funcionando de acordo com o esperado pelo controle social.
Não obstante, a sociologia contemporânea tem fornecido inúmeras indicações de que o controle social, embora seja permanente e necessariamente contínuo, nunca é total. Em outras palavras, o controle social é sempre limitado, porque uma sociedade não dispõe de mecanismos de controle capazes de atuar com a mesma intensidade - e nem mesmo capazes de abarcar todos os domínios da vida social.
Nenhuma comunidade dispõe de sanções sociais que assegurem a não-violação da totalidade das normas de conduta. Alguns domínios da vida social são, porém, mais críticos e sensíveis ao desvio, como, por exemplo, o da segurança social. Nesse caso, o controle social cumpre, primeiramente, a função de desestimular os comportamentos desviantes (existência das normas e garantia de aplicação da lei).
Quando desvios são constatados, o controle social é acionado para exercer sua segunda função, que se refere à punição por meio do emprego de variadas formas de interdição (o caso extremo é a detenção ou, em algumas sociedades, até mesmo a pena de morte).
A terceira função do controle social - em relação ao desvio criminal - refere-se ao isolamento e exclusão permanente do desviante da sociedade. Em certos casos, é possível, no entanto, restabelecer no desviante a conformação às normas através da ressocialização.

domingo, 18 de julho de 2010

Em nome de Deus



"Estamos lidando com alguém que desvaloriza uma cultura interia. Aterrorizando pessoas, usando o nome de Deus para assassinos em massa. É pessoal (...) todos morremos um pouco nesses ataques."
(Agente Booth - FBI sobre ataque terrorista. Série Bones - '1x02'. Fox Channel)
Uma guerra velha, matar em nome de Deus. Em nome de um alguém imaginável, em nome de uma espécie de amigo imaginável. E dá para entender o grande motivo que é você morrer e matar, ir contra um direito natural do homem em prol de uma causa que só faz aumentar a aversão de certos movimentos ideológicos? Eu não consigo imaginar isso.
Isso é morrer por muito pouco, é matar por muito pouco. É coisa de rebelde sem causa e de revoltados por nada. Infelizmente o terrorismo é uma cultura sustentada por um ideológico firmada pelo simples prazer do caos; de espalhar pânico, violência, medo, terror. E a justificativa: Deus.
Se Deus for mesmo o mesmo para todo o mundo, acho que ele não apoiaria atos agressivos, uns contra os outros. Se Deus é pai, ele não soube muito bem educar seus filhos. Talvez o terrorismo tenha como proposito de morte o medo dela, e sabe-se lá Deus o que se passa pela cabeça desses homens. Instruidos a matar e morrer por determinismos de uma religião, mais uma prova de um bruto e ignorante dominio ideologico. Terroristas? São fantoches da propagação do caos, a favor da morte sem paz.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ensaios de Jean Jaurès

"Todas as sociedades anteriores, (...), basearam-se no antagonismo entre classes opressoras e classes oprimidas. Mas para oprimir uma classe é preciso garantir-lhe condições tais que lhe permitam, pelo menos, existir como escravo. O servo, apesar de sua servidão, conseguiu tornar-se membro da Comuna, da mesma forma que o pequeno burguês, sob o jugo do absolutismo feudal, elevou-se à categoria de burguês. O operário moderno, pelo contrário, longe de se elevar com o progresso da indústria, desce cada vez mais baixo das condições de sua própria classe. O trabalhador cai no pauperismo, e este cresce ainda mais rapidamente do que a população e a riqueza. É, pois, evidente que a burguesia torna-se incapaz de continuar desempenhando o papel de classe dominante e de impor à sociedade, como lei suprema, as condições de existência de sua classe. Não pode exercer o seu domínio porque não pode mais assegurar a existência de seu escravo, mesmo no quadro de sua escravidão, porque é obrigada a deixá-la cair numa tal situação, que deve nutri-lo em lugar de se fazer nutrir por ele. A sociedade não pode mais existir sob sua dominação, o que quer dizer que a existência da burguesia é, doravante, incompatível com a da sociedade.
E é nesse momento que, tendo a exploração burguesa e capitalista atingido, por assim dizer, o limite de tolerância vital das classes exploradas, produz-se um comoção inevitável, uma sublevação irresistível, e a guerra civil latente entre as classes se desata, enfim, pela 'destruição violenta da burguesia'"



"(...) esse rebaixamento infinito de Deus era a condição do restabelecimento infinito do homem, (...) o Salvador moderno, tinha de estar privado de qualquer garantia, despido de qualquer direito, reduzido ao mais profundo nada histórico e social, para se erguer elevando toda humanidade."

"Nem haverá na ordem política uma revolução burguesa em que o proletariado revolucionário possa, de repente, montar, nem haverá na ordem econômica um cataclismo, uma catástrofe que, nas ruínas do capitalismo destruído, suscite um dia a dominação de classe do proletariado comunista e um novo sistema de produção."

Jean Jaurès. "Le Manifeste Communiste de Marx et Engels". Paris, fevereiro de 1948.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mundinho Alienado

“A alienação é a maior felicidade dos homens.” Dá para imaginar o vasto universo ao qual se insere essa frase? Sim, a alienação, por assim dizer, nem sempre remete a algo ruim. Não quer dizer que a sociedade seja a burra mascara da realidade que vive. Mesmo que em partes seja. A alienação representa ao mesmo tempo duas faces, ou dois personagens sociais. O fantoche e o angustiado.
Tomando por base os fundamentos da ideologia tem-se em vista sempre que os dois personagens se encontram simultaneamente presentes. O fantoche nada mais é do que aquele que segue o determinismo de conduta e comportamento pela qual a ideologia aplica. Todos os nossos passos clichês, sustentados pelo discurso: “porque é assim que é para ser!” fazem parte das características que envolvem a realidade ideologia ao qual a sociedade está cegamente dimensionada. O ser ideológico, o conservador, é o fantoche da alienação. Visto nos comportamentos a serem repetitivamente obedecidos, o fantoche da alienação é composto por muitos conceitos moralistas, que na maioria das vezes é intolerante as admissões que uma sociedade racionalmente desenvolvida possa admitir. Os homofobicos, os machistas, os racistas, os moralistas, os religiosos são bons exemplos dessa realidade.
No mesmo plano encontramos o angustiado. Esse é o que se pode chamar de transgressor ou contra-ideológico. Geralmente é o questionador, tolerante as difusões culturais, tende a ser o crítico dos seres, livre do discurso manipulador ideológico do “porque é assim...”; esse personagem crítico tende a possuir caráter de ser angustiado, tenta mudar a realidade e questiona sempre seus fundamentos. Mas sem êxito não atinge muito progresso, daí surge a angustia de ter que viver onde os gritos de manipulação padronizante das ideologias são mais fortes.
A realidade alienada, o que faz? Tende a determinar o sentido ao qual deve ser seguido pela sociedade. Como estamos todos submetidos aos mesmos valores morais, ficamos cobertos por uma espessa camada protecionista; é a grossa realidade que se deve engolir. E onde está a felicidade da humanidade se não nessa realidade?
Pacificamente, um à um, aparecem os personagens submissos a uma realidade padronizada e um tanto quanto clichê. Na maioria das vezes, essa realidade é encarada como imutável, mas nada é impossível de mudar. Porém, o determinismo social é a maquina que estipula o “porque é assim...” sem dar muitas explicações, um à um da humanidade vai padecendo e caindo de joelhos a uma realidade que nem sempre lhe agrada. Assim submetidos, o que se tem a fazer se não aceitar? É o que acontece muitas vezes com os pobres que se enganam com as lábias de poderosos chefões, então a sociedade é o capanga que obedece sem questionar o poderoso mito ideológico. Sujeitos a uma alienação ideológica, vivemos pacificamente com a realidade que domina e aprisiona a humanidade, aceitando-a, a realidade alienada se transforma de fato no conjunto de motivos para a condição de vida social.
Fica por isso mesmo, não passa disso, porque a humanidade ainda acredita que a realidade social é um fato impossível de ser mudado, aceitando as condições, se aliena e se submete sempre a esse fato, é o fantoche feliz com as condições que lhe inserem, e que funda o preconceito contra o manifestado ser angustiado a fim de transforma a realidade em um bem comum.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ensaios de Antonio Labriola

"Não é a consciência dos homens que determina a realidade, ao contrário, é a realidade que determina sua consciência."
"A competição política à qual o proletariado se habitua não democratiza os usos e costumes e, assim, não constrói uma verdadeira democracia."
"O homem fez sua História, não por evolução metafórica, e nem por trilhar um caminho do progresso pré-mapeado. Fez criando para si mesmo condições; isto é, formando para si, por meio de trabalho, um ambiente artificial, e desenvolvendo sucessivamente as habilidades técnicas, e acumulando e transformando os produtos do seu labor, no interior desse ambiente."

"Como fazer para que o progresso não gere outra coisa que o progresso(...)? (...), o de não se valer de agora em diante da abnegação ou da religião, e de querer resolver e superar os antagonismos sociais, sem diminuir a energia técnica e industrial do homem, mas antes incrementando-a."

"O sistema econômico não é uma série ou uma seqüela de raciocínios abstratos; mas é antes um conexo e um complexo de fatos onde se urde uma complicada tessitura de relações. Pretender que este sistema de fatos, que a classe dominante - que vem se constituindo as duras penas, através de séculos, com a violência, a astúcia, a inteligência, a ciência - baixe as armas, curve-se, ou se abrande, para dar lugar aos clamores dos pobres, ou ao raciocínio de seus advogados, é coisa de maluco."

"O conhecimento do passado recompensa e interessa apenas a medida em que possa iluminar e orientar criticamente a explicação do presente."

Roma, 7 de abril de 1895. Labriola, Antonio. In Memoria del Manifesto dei Comunisti. Milão, Avanti!

domingo, 11 de julho de 2010

Brigada



Agradeço aos fãs que conquisto, só não sei como. Mas posso ensinar a fórmula:
Carisma, simpatia, conteúdo, um pouco de paciência e um bocado de tolerância!
Agradeço a alguns e-mails que venho recebendo de quem ler o blog. É para vocês!
Agradeço aso meus amigos, minha família, meus colegas e muita gente que passou e irá passar pela minha vida!
Com certeza, todos me ensinaram... construindo-me como ser humana (pois o humano depende sempre de outro para sua formação).
Obrigada por cada dia. Obrigada por me fazerem sorrir!!
Próxima rodada de crise de riso é por minha conta, pessoal! =)
foto: Tiago Ribeiro

Em memória do manifesto

"A época da industria pacífica transforma-se, pela ironia das coisas, na época da descoberta contínua de novos e mais poderosos meios de guerra e de destruição."
(...)
"O socialismo não encontrou impedimentos ao seu progresso apenas nas condições gerais da concorrência econômica e na resistência do aparato político; mas também nas próprias condições da massa proletária e na mecâncica, nem sempre clara, além de inevitável, dos seus movimentos lentos, variados, complexos, bastanta conflituosos e contraditórios. E isso obscurece aos olhos de muitos a simplificação ampliada e aguçada de toda a luta de classes, na única luta entre capitalistas e trabalhadores proletarizados."
(Antonio Labriola. Roma, 7 de abril de 1895)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O épico sobre a realidade


"O mundo está mudando (...) O velho mundo sucumbirá ao poder da indústria. As florestas serão destruídas, uma nova ordem surgirá. Conduziremos a maquina da guerra com a espada, a lança e os punhos de ferro... Só precisamos eliminar aqueles que se opõem a nós."
(Saruman, o Branco - personagem de J.R.R. Tolkien. The Lord of the Rings - The Two Towers)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Say no to racism

O Brasil possui uma dívida que nunca acaba, e de fato não irá acabar enquanto não acabar as manifestações racistas. O pior de tudo é que esse racismo é defendido, como maneira de concepção de certos privilégios que a maquina pública pode oferecer, até por quem é vítima dele. Mas enquanto nos apoiarmos aos discursos etnocêntricos, isso não vai acabar.
Falo em termos de Brasil, que propõe cada vez mais programas de assistência social a uma etnia simplesmente pelo fator cor de pele. Propagam campanhas anti-racistas procurando ceder facilidades para um povo que foi oprimido no passado, mas que possui condições normais de viver igual a outros na contemporaneidade.
Fazem sempre apologias a uma campanha anti-racista tratando dos negros como coitados, desse modo só fica mais evidente a população o fator de marginalização ao qual sofreram. Mas os tempos mudaram e as políticas também.
Em termos de Brasil é visivelmente verdade de uma crescente classe média por condições das políticas sociais. Temos as políticas de cotas universitárias como principal sufrágio de campanha contra o racismo. Mas certas políticas muitas vezes são defendidas levando em conta apenas o caráter do discurso demagogo ao qual envolvem.
Exemplo disso é o principal argumento que se usa para defender a política de cotas raciais, o de: "serve para pagar uma dívida com os negros!" A sociedade deve usar esse argumento de modo bem sustentado para que não haja ambigüidades que possam formular a possibilidade de uma manifestação etnocêntrica.
Ao momento que se falam nessa dívida, fica claro o fato de que a sociedade excludente não deu condições necessárias para que os negros assumissem papeis importantes, pelo menos não uma grande parcela deles. Acontece que, o pensar e agir desse modo condicionou a idéia de que os negros sejam detentores de um nível mais baixo de competitividade. Como se esses tivessem uma fraca condição de aproveitamento, é uma ferida que só alimenta o discurso racista - o etnocentrismo gritante que faz a sociedade pensar que dentro dela há os superiores e inferiores.

Como diz Edward B. Tylor: "O mundo todo é uma aldeia." E a partir dessa citação temos idéia do quanto vivemos em um mesmo plano de humanidade. Se isso acontece porque então dar condições de diferenciação aos seres baseando-se apenas no fator cor de pele?
Muita gente defende a emotividade do discurso de facilidades políticas sociais, mas mal param para ver como se esconde bem os fundamentos etnocêntricos que existem dentro disso.
Fala-se sempre de uma dívida que temos a pagar contra os negros. Mas será que uma nação é sozinha a culpada pelo caos etnológico ao qual insere sua sociedade? Porque, mesmo que tivessem sido oprimidos pela realidade de preconceito racial, os negros não se fazem fora a parte do juízo de um país. E como bem sabemos o Brasil é construído por vários tipos de cores, raças e hinos.
Os negros bem apóiam a consseção de cotas raciais, mas nunca achei que o fator cor de pele fosse motivo para se defender o alcance de privilégios. As cotas ajudam a separar os negros de brancos, e por um lado favorecem as condições de uma sociedade etnocêntrica, em que existem superiores e inferiores, e que os inferiores, os de fraca capacidade produtiva, sejam dependentes de condições sociais para poderem ter suas devidas emancipações.
De fato, se quisermos mesmo acabar com o racismo devemos ter consciência da etnografia a qual vivemos, do etnocentrismo que formula os preconceitos, a intolerância. Assim, para acabar com o racismo é preciso que haja uma visão bem mais tolerante, que se trate as raças (índio, negro, branco, pardo...) por igual. Numa visão relativística que desprende de qualquer convenção etnocêntrica.
Se quisermos acabar com o racismo, devemos primeiro parar de tratar negros como uns e brancos como outros. Deve-se tirar a imagem de negros como eternos oprimidos e coitados do sistema social a que vivemos. Para se dizer não ao racismo, precisa-se primeiro dizer não as políticas que evidenciam a separação entre essas raças e dizer sim a um tratamento de mesmo nível, de mesmo plano.
"O mundo todo é uma tribo"... No plano da humanidade somos todos iguais, então porque condicionar as diferenças? Passamos a tratar todos da mesma forma, e não pela condição de diferença racial. Sejamos os relativistas, não os etnocêntricos.

sábado, 3 de julho de 2010

Um Samba para os hermanos!!

Obrigada a seleção da Alemanha, pelo seu típico jogo de 4 gols.
Obrigada por nos livrar de ver Maradonna cumprir a promessa de correr nu em campo!
Brasil perdeu marcando, os argentinos fivezam carreatas... mas não foi mais humilhante do que ver o tango. Nosso samba é menos humilhante.
Obrigada, Alemanha!!
Chora, Maradonna! Chora, Veron! Chora, Messi! Camisa 10 igual ao nosso... fez *orra nenhuma!!


VOU FESTEJAR (Beth Carvalho)

Chora, não vou ligar
Chegou a hora
Vai me pagar
Pode chorar, pode chorar
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter por que
Vou festejar, vou festejar
O teu sofrer, o teu penar
Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão
Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão


E a copa continua...

Como disse um psiquiatra entrevistado pelo Jornal Hoje:
"A vida continua..."
Sentimento?
Eu tenho mais é um fim de período da universidade para vencer!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Banho de suco de laranja

O que o Brasil achou nesse dia 2 de julho de 2010?

Um time armado de 'sonsos', atores de faltas. Articuladores das mais diversas corrupções. Mas o Brasil reagiu, com violencia e desquilíbrio. Pagando os mesmos micos que foi contra a Costa do Marfin, assistindo o segundo tempo como assistiu o primeiro contra a Coréia do Norte.

Agora fazemos parte dos grandes favoritos de volta para casa, mas a copa não acaba. Quando nosso time perde, a gente acha outro para torcer!!

!!A FESTA NÃO PODE PARAR!!

Ps.: Quando eu vi Mick Jagger na torcida do Brasil, sabia que nossa hora tinha chegado! Pé frio do caramba, todos que ele torceu perderam!!

Venda nos olhos

Ficção equilibrada!

Não existe um bem ou um mal concreto. Um superior e um inferior fixo no que diz respeito as convenções sociologicas políticas. Se essas convenções não existem, então o que dizer da Direita e da Esquerda? Simples, elas também não existem. Norberto Bobbio bem coloca que nos nossos tempos não adianta mais assumir um perfil de Esquerda ou de Direita, pois seus valores são perdidos.

Revela-se que a Direita e Esquerda que conhecemos não passa de uma falsa crença das contraposições da realidade política, é o alimento das artificiais disputas políticas e um contraste totalmente tradicionalista. Seja pela força da tradição ele se apoia em um movimento ideológico que a sociologia expõe como sendo o fator de manipulação e coersão social silênciosa, ou seja, é a dominação sem o uso da força feita através de um discurso.

Essas ficções dos movimentos políticos são colocadas por uma única finalidade: o consumismo eleitoral. E é nesse ponto que a díade (direita e esquerda) perdem sua importância, seus valores e seus moralismos. Perdem porque no momento de fazer campanha sabe-se muito bem articular as funções que nem sempre são próprias e caracteristicas de seus valores. Há como se falar então que um seja bom, o outro o mal? Que um seja superior ao outro? Não. Os critérios de distinção desses pólos políticos atualmente muito se assemelham, e o que mais pode ser visto é o crescente número de campanhas visivelmente parecidas. É a apropriação dos valores do oposto para se alcançar um perfeição, simplificando: "é dizer o que o povo quer ouvir! Mas que no fim só há uma intenção, um mesmo fim!"

A direita e esquerda política são apenas termos antitéticos empregados para designar o contraste entre as ideologias¹. São ideologias contrapostas que se propõem apenas a um fim bastante claro. São forças bastante mutáveis conforme os pontos de visra e os critérios de dimensionamento. Ao assumirmos uma representação política dada por livre interpretação, devemos primeiro abrir os olhos para não cairmos nos discursos de dominação ideológica.

Uma Direita brasileira se queimou perante a população? Fato, mas isso não quer dizer que seja um mal perfil governamental, aliás o público senso comum sempre se apoia nessa distinção entre o céu e o inferno. Eu escuto falar nas intrigas politiqueiras brasileira todos os dias, e chega até a chatear, pois sempre existe essa interpretação entre o bem e o mal. Nosso atual presidente, é sempre visto como o Jesus Cristo do momento, um Deus brasileiro. Mas lembrando aqui: Deus é mito, idéia representativa!

No campo social, sempre tendem a se dizer que a Esquerda é uma política baseada no ideal de igualdade. No ideal pode ser, mas na prática? Esse caráter fixo da igualdade como valor é um fato bastante relativo, ou seja, não absoluto. É como bem coloca Norberto Bobbio: "Dizer que ser de esquerda é ser igualitário não quer dizer que seja proclamado o princípio da igualdade." E essa igualdade a qual proclama a maioria dos esquerdistas pode não ser uma coisa boa.

Há sempre a possibilidade de uma realidade limitada, restritiva. No momento em que somos ofuscados pelo discurso e proclamação do ideológico de igualdade estamos condicionados a cair numa padronização social.

¹Movimentos que dividem o universo conflitual do pensamento e das ações políticas.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Recuperando antigos costumes

Canção tema (The Lord of the Rings - The Retun to the King) Into the West de Annie Lennox.

Aumente o volume!

The ring goes south

Sentado ao pé do fogo eu penso
em tudo o que já vi,
flores do prado e borboletas,
verões que já vivi;

As teias e as folhas amarelas
de outonos de outros dias,
com névoa e sol pela manhã,
no rosto as auras frias.

Sentado ao pé do fogo eu penso
no mundo que há de ser
com inverno sem primavera
que um dia hei de ver.

Porque há tanta coisa ainda
que nunca vi em frente:
em cada bosque, em cada fonte
há um verde diferente.

Sentado ao pé do fogo eu penso
em gente que se desfez,
e em gente que vai ver o mundo
que não verei de vez.

Mas enquanto sentado penso
em tanta coisa morta,
atento espero pés voltando
e vozes junto à porta.

TOLKIEN, J.R.R. The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring. 2ª ed -São Paulo: Martin Fontes, 2000