sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ensaios de Jean Jaurès

"Todas as sociedades anteriores, (...), basearam-se no antagonismo entre classes opressoras e classes oprimidas. Mas para oprimir uma classe é preciso garantir-lhe condições tais que lhe permitam, pelo menos, existir como escravo. O servo, apesar de sua servidão, conseguiu tornar-se membro da Comuna, da mesma forma que o pequeno burguês, sob o jugo do absolutismo feudal, elevou-se à categoria de burguês. O operário moderno, pelo contrário, longe de se elevar com o progresso da indústria, desce cada vez mais baixo das condições de sua própria classe. O trabalhador cai no pauperismo, e este cresce ainda mais rapidamente do que a população e a riqueza. É, pois, evidente que a burguesia torna-se incapaz de continuar desempenhando o papel de classe dominante e de impor à sociedade, como lei suprema, as condições de existência de sua classe. Não pode exercer o seu domínio porque não pode mais assegurar a existência de seu escravo, mesmo no quadro de sua escravidão, porque é obrigada a deixá-la cair numa tal situação, que deve nutri-lo em lugar de se fazer nutrir por ele. A sociedade não pode mais existir sob sua dominação, o que quer dizer que a existência da burguesia é, doravante, incompatível com a da sociedade.
E é nesse momento que, tendo a exploração burguesa e capitalista atingido, por assim dizer, o limite de tolerância vital das classes exploradas, produz-se um comoção inevitável, uma sublevação irresistível, e a guerra civil latente entre as classes se desata, enfim, pela 'destruição violenta da burguesia'"



"(...) esse rebaixamento infinito de Deus era a condição do restabelecimento infinito do homem, (...) o Salvador moderno, tinha de estar privado de qualquer garantia, despido de qualquer direito, reduzido ao mais profundo nada histórico e social, para se erguer elevando toda humanidade."

"Nem haverá na ordem política uma revolução burguesa em que o proletariado revolucionário possa, de repente, montar, nem haverá na ordem econômica um cataclismo, uma catástrofe que, nas ruínas do capitalismo destruído, suscite um dia a dominação de classe do proletariado comunista e um novo sistema de produção."

Jean Jaurès. "Le Manifeste Communiste de Marx et Engels". Paris, fevereiro de 1948.

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