sexta-feira, 2 de julho de 2010

Venda nos olhos

Ficção equilibrada!

Não existe um bem ou um mal concreto. Um superior e um inferior fixo no que diz respeito as convenções sociologicas políticas. Se essas convenções não existem, então o que dizer da Direita e da Esquerda? Simples, elas também não existem. Norberto Bobbio bem coloca que nos nossos tempos não adianta mais assumir um perfil de Esquerda ou de Direita, pois seus valores são perdidos.

Revela-se que a Direita e Esquerda que conhecemos não passa de uma falsa crença das contraposições da realidade política, é o alimento das artificiais disputas políticas e um contraste totalmente tradicionalista. Seja pela força da tradição ele se apoia em um movimento ideológico que a sociologia expõe como sendo o fator de manipulação e coersão social silênciosa, ou seja, é a dominação sem o uso da força feita através de um discurso.

Essas ficções dos movimentos políticos são colocadas por uma única finalidade: o consumismo eleitoral. E é nesse ponto que a díade (direita e esquerda) perdem sua importância, seus valores e seus moralismos. Perdem porque no momento de fazer campanha sabe-se muito bem articular as funções que nem sempre são próprias e caracteristicas de seus valores. Há como se falar então que um seja bom, o outro o mal? Que um seja superior ao outro? Não. Os critérios de distinção desses pólos políticos atualmente muito se assemelham, e o que mais pode ser visto é o crescente número de campanhas visivelmente parecidas. É a apropriação dos valores do oposto para se alcançar um perfeição, simplificando: "é dizer o que o povo quer ouvir! Mas que no fim só há uma intenção, um mesmo fim!"

A direita e esquerda política são apenas termos antitéticos empregados para designar o contraste entre as ideologias¹. São ideologias contrapostas que se propõem apenas a um fim bastante claro. São forças bastante mutáveis conforme os pontos de visra e os critérios de dimensionamento. Ao assumirmos uma representação política dada por livre interpretação, devemos primeiro abrir os olhos para não cairmos nos discursos de dominação ideológica.

Uma Direita brasileira se queimou perante a população? Fato, mas isso não quer dizer que seja um mal perfil governamental, aliás o público senso comum sempre se apoia nessa distinção entre o céu e o inferno. Eu escuto falar nas intrigas politiqueiras brasileira todos os dias, e chega até a chatear, pois sempre existe essa interpretação entre o bem e o mal. Nosso atual presidente, é sempre visto como o Jesus Cristo do momento, um Deus brasileiro. Mas lembrando aqui: Deus é mito, idéia representativa!

No campo social, sempre tendem a se dizer que a Esquerda é uma política baseada no ideal de igualdade. No ideal pode ser, mas na prática? Esse caráter fixo da igualdade como valor é um fato bastante relativo, ou seja, não absoluto. É como bem coloca Norberto Bobbio: "Dizer que ser de esquerda é ser igualitário não quer dizer que seja proclamado o princípio da igualdade." E essa igualdade a qual proclama a maioria dos esquerdistas pode não ser uma coisa boa.

Há sempre a possibilidade de uma realidade limitada, restritiva. No momento em que somos ofuscados pelo discurso e proclamação do ideológico de igualdade estamos condicionados a cair numa padronização social.

¹Movimentos que dividem o universo conflitual do pensamento e das ações políticas.

Um comentário:

  1. Bote mais desses, Mila! Vc tá ficando craque com esse curso, não é mesmo?!

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