sexta-feira, 6 de maio de 2011

E a burguesia brasileira?


Durante anos um dos assuntos mais falados da realidade socioeconômica do Brasil se resumia num refrão de uma banda hoje pouco lembrada (acho que "As Meninas"): "é que o de cima sobe e o de baixo desce!”
Não é querendo tomar partido positivo da situação, mas a realidade brasileira foi se moldando desde os tempos em que a letra da música foi escrita e freneticamente lançada para diferente do que era cantado. Não se pode negar uma tendência que descrentes ainda conspiram contrariamente, economicamente o país evoluiu (e eu nem preciso revelar fontes) tanto que tivemos que frear (não parar) a valorização da nossa moeda a fim de se manter o ritmo de desenvolvimento em momento propício a realidade brasileira. E junto com elas vieram inquietações, não só por parte das oposições (extremas liberais e extremas socialistas), mas como também as conspirações acerca dessa realidade ascendente.
A campanha de distribuição de renda da política brasileira não chegou aos confins de se efetivar ao ponto de respirar como missão cumprida, ainda há uma realidade enormemente pobre: há! Mas nesse plano político não veio em vão, o que mais se objetivava era a ascensão social a no mínimo uma situação de classe mediana, vulgarmente conhecida com classe média. Num país que antes se falava em miséria, pobreza, fome, hoje tem um comportamento não extremamente inverso, mas o que vemos todos os dias nos noticiários é o poder de compra, e aqui se fala em condições, dos novos brasileiros, ou seja, a classe média.
Condições foram favoráveis a essa notória mudança, como: maior demanda tendo acesso aos empregos e instituições de ensinos públicos; fortalecimento de programas sociais; controle Estatal interferindo diretamente na economia; entre outros. Tais condições foram aos poucos moldando também o novo perfil brasileiro, tanto que nossa pirâmide etária está ganhando nova forma e levando o Brasil a se preocupar mais a cada dia com fatores previdenciários, como em muitos países desenvolvidos.
Esse "bum" da economia acessível à necessidade de se formar uma nova classe de super consumidores na realidade brasileira foi um mérito para quem desejava alcançar condições favoráveis no poder de compra, e em uma visão particular houve também uma decepção por parte dos então "Socialistas" brasileiros.
Tomo a liberdade de falar diretamente no nome dos envolvidos não por conspirações mascaradas, mas por base e fundamentação empírica presenciada sobre os discursos dos "incomodados". O que se esperava era uma tomada de poder de uma classe subalterna? Levando em conta os valores monetários esse poder veio para a realidade do brasileiro com o seguinte discurso: "tantas vezes sem juros, no cartão, prazo de 'n' dias em 'n' prestações!" o poder elevado de comprar e consumo é a grande micose dos extremos socialistas, incomoda não pelo fato de o povo poder ter, mas pelo fato crescente de outro extremo.
Com maiores condições de compra não há uma inversão onde os "pobres" assumam o poder, mas o que talvez não fosse esperado pelo novo comportamento social brasileiro era a ascensão dos ascendidos, ou seja, o rico mais rico. Numa equação bem simples: brasileiro que compra mais dá condições para que outro brasileiro venda mais, produza mais e lucre também. Simples! A grande política que se viu nos últimos anos foi uma tentativa de se libertar do internacional, de se desmembrar do importado para que se cresça não somente as "condições de vida" dos consumidores, mas que também sejam favoráveis as condições de produção do nacional que se desenvolve acompanhando essa realidade econômica.
Tanto se fala de uma burguesia brasileira que teve forte auxílio das políticas da situação, mas esse auxílio veio acompanhado do arsenal de condições do povo. Onde se compra mais, se lucra mais, se o povo tem melhores condições de comprar, eu tenho ótimas condições de lucrar. A realidade dos ricos foi crescendo com a dos pobres, deixando a linha de baixa renda para de renda média eles necessitam de melhorias de consumo que aqueles que de renda superior tem condições de vender pela simples força do poder de comprar dos que buscam os objetos (sejam eles físicos ou intelectuais) para suprir as necessidades da sua nova realidade.
E a burguesia brasileira?
Vai continuar crescendo e evoluindo, ao passo em que a classe média cresça com seu poder qualitativo e quantitativo. Você compra mais, eu vendo mais, assim caminha a realidade social, política e econômica no Brasil!

Um comentário:

  1. Gostei bastante. Acho que essa postagem vai provocar muita gente! O Brasil não cresce só de um lado, ficando com medidas desproporcionais. Se de um lado temos a eficaz política econômica incentivando e dando condições para o povo consumir não é de se assustar que de outro lado temos o Estado estimulando os produtores nacionais vendendo mais e divulgando melhor nossos produtos. É uma harmonia no crescimento economico e social dada pela nossa atual política.

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