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“Micarla quer se reeleger prefeita da cidade de Natal (RN) com 90% de reprovação. Será que consegue?” Eu digo que sim. Isso não está somente na má campanha de sua gestão, mas é aquilo que o brasileiro bem conhece no exercício político eleitoral de esquecer e não olhar para o passado.
Depois do caos no começo dos anos 90, o presidente Collor impugnado do mandato por pressão popular volta anos depois como senador. Não acho impossível que o mesmo ocorra com a prefeita Micarla de Sousa. O dom político da demagogia é o que possibilita que esses fenômenos abigobalíssimos ocorram, isso porque o político que pretende alcançar o poder já viu que o povo não gosta que represente em suas campanhas a realidade nua e crua (dados, estatísticas, números e feitos), mas o que acontece é um show de novelas e dramaturgia, onde o discurso é moldado baseando-se naquilo que o povo quer ouvir.
O típico discurso Malufiano onde tudo de errado poder ter sido feito, mas que no fim das contas são cegadas quando se prega a questão do trabalho que o povo tanto idolatra: “Roubei, mas eu trabalho!”
#ForaMicarla, ocupação na câmara dos vereadores, as passeatas que mobilizaram e deram o que falar em Natal não serão esquecidas, tanto quanto foi o impeachment de Fernando Collor, mas que o povo se deixará iludir quando a filha de Carlos Alberto de Sousa abrir a boca para falar dos valores da instituição familiar ao seu favor, e acoplando isso as quimeras de ações políticas, eu não tenho dúvidas.
O que falta então, o lançamento de uma proposta de educação eleitoral sólida, ensinar mesmo ao povo a não cair em suas contradições políticas, e parar de ver o horário eleitoral como novelinha das necessidades perdidas. Vimos isso muito bem quando nas eleições presidenciáveis passada teve candidatos que enfatizaram a família e a religião, quase não colocaram o Brasil de fato, iludindo muita gente. Quem gritou revolução perdeu fácil, e quem chorava a institucionalidade da família, das Igrejas e da sexualidade, acima da realidade nacional quase botou a funcionalidade de projetos políticos a perder.
Falta de educação, falta de racionalidade política. Vi gente mediana defendendo determinados candidatos por sua constitucionalidade crítica e política, e vi uma gente de bairros periféricos defendendo candidatos que na realidade não trabalham por causas sociais, e sim puramente capitais, defendiam candidatos indiscretamente neoliberais em oposição à incerta opção sexual.
O povo precisa saber em quem votar não somente a partir da constituição do discurso eleitoral e seus fascínios demagógicos, educação eleitoral para estudar quem são, constituição partidária, funcionalidade política, aplicabilidade democrática, projeções econômicas e pretensões sociais.
Enquanto uns se iludem de um lado, eu vou aqui com minhas quimeras políticas. Sonhando com a institucionalização de um povo educado politicamente, crítico e combatentes das alienações demagógicas. A democracia sendo feita num nível alto de instrução. Ah, que doce ilusão a minha.
Circula há alguns dias na internet um debate sobre o mérito de o ex-presidente Lula ter recebido o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris, mais conhecido como Sciences-Po, na terça-feira 27.
Em seu blog Balaio do Kotscho, no R7, o experiente jornalista resume a vergonhosa cobertura dos colegas brasileiros. Confira:
Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?
Lula recebe título de Doutor "Honoris Causa" em Paris. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Começa assim, acreditem, com esta pergunta indecorosa, a entrevista de Deborah Berlinck, correspondente de O Globo em Paris, com Richard Descoings, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po, que entregou o título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, na tarde desta terça-feira. Para outro colega, pareceu estranho premiar um presidente que se orgulha de nunca ter lido um livro.
Resposta de Descoings:
“O antigo presidente merecia e, como universitário, era considerado um grande acadêmico (…) O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences- Po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente do diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade.”
A entrevista completa de Berlinck com Descoings foi publicada no portal de O Globo às 22h56 do dia 22/9. Mas a história completa do vexame que a imprensa nativa sabuja deu estes dias, inconformada por Lula ter sido o primeiro latino-americano a receber este título, que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição, foi contada por um jornalista argentino, Martin Granovsky, no jornal Página 12.
Tomei emprestada de Mino Carta a expressão imprensa sabuja porque é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e mais importante título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as definições encontradas no Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.
Sob o título “Escravocratas contra Lula”, Granovsky relata o que aconteceu durante uma exposição feita na véspera pelo diretor Richard Descoings para explicar as razões da iniciativa do Science- Po de entregar o título ao ex-presidente brasileiro.
“Naturalmente, para escutar Descoings, foram chamados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático (…). Um dos colegas perguntou se era o caso de se premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado(…).
“Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção”, foi a pergunta seguinte. O professor sorriu e disse: “Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o julgamento da história este assunto e outros muito importantes, como a eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais (…). Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente, não damos lições de moral a outros países.”
Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da ação afirmativa do Sciences Po. Descoings o observou com atenção, antes de responder. “As elites não são apenas escolares ou sociais”, disse. “Os que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro-mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas.”
No final do artigo, o jornalista argentino Martin Granovsky escreve para vergonha dos jornalistas brasileiros:
“Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.”
Desde que Lula passou o cargo de presidente da República para Dilma Rousseff há nove meses, a nossa grande imprensa tenta jogar um contra o outro e procura detonar a imagem do seu governo, que chegou ao final dos oito anos com índices de aprovação acima de 80%.
Como até agora não conseguiram uma coisa nem outra, tentam apagar Lula do mapa. O melhor exemplo foi dado hoje pelo maior jornal do País, a Folha de S. Paulo, que não encontrou espaço na sua edição de 74 páginas para publicar uma mísera linha sobre o importante título outorgado a Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris.
Em compensação, encontrou espaço para publicar uma simpática foto de Marina Silva ao lado de Fernando Henrique Cardoso, em importante evento do instituto do mesmo nome, com este texto-legenda:
“AFAGOS – FHC e Marina em debate sobre Código Florestal no instituto do ex-presidente; o tucano creditou ao fascínio que Marina gera o fato de o auditório estar lotado.”
Assim como decisões da Justiça, critérios editoriais não se discute, claro.
Enquanto isso, em Paris, segundo relato publicado no portal de O Globo pela correspondente Deborah Berlinck, às 16h37, ficamos sabendo que:
“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com festa no Instituto de Estudos Políticos de Paris – o Sciences- Po -, na França, para receber mais um título de doutor honoris causa, nesta terça-feira. Tratado como uma estrela desde sua entrada na instituição, ele foi cercado por estudantes e, aos gritos, foi saudado. Antes de chegar à sala de homenagem, em um corredor, Lula ouviu, dos franceses, a música de Geraldo Vandré, “para não dizer que eu não falei das flores”.
“A sala do instituto onde ocorreu a cerimônia tinha capacidade para 500 pessoas, mas muitos estudantes ficaram do lado de fora. O diretor da universidade, Richard Descoings, abriu a cerimônia explicando que a escolha do ex-presidente tinha sido feita por unanimidade.”
Em seu discurso de agradecimento, Lula disse:
“Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”
Para certos brasileiros, certamente deve ser duro ouvir estas coisas. É melhor nem ficar sabendo.
Há um abismo realmente entre arte e pichação. Sendo ambas expressões contemporâneas, o que o senso comum entende talvez por arte urbana? A pressa do cotidiano, a venda do que for ditado pela mídia muitas vezes condiciona as pessoas a apenas passarem sem se importar, não verem ou apenas entortar o nariz.
Há mais por traz do Stencil do que uma rebeldia que as pessoas gostam de afirmar. Expressividade, comportamentos, reivindicações, realidade e crítica. Quem não analisa uma arte e apenas olha sai por aí muitas vezes parafraseando um Zé Ramalho quando diz: "minha mãe certa vez disse-me um dia vendo minha obra exposta na galeria: meu filho isso é mais estranho que o cu da gia, e muito mais feio que um hipopótamo insone!"
Uma das famosas artes urbanas, moderna em sua essência, o stencil não deveria ser visto como um conteúdo vomitado e escarrado nas paredes, como se tudo fosse ao leo. Há muito mais conteúdo e muito mais realidade nessas expressões urbanas, diferente de quimeras e ilusões nas tentativas de se fazer uma maquiagem da vida. No stencil é tudo real no formato de manifestações políticas, sociais, econômicas e culturais. O pensamento condicionado e padronizado do senso comum só possibilita ver como apenas arte as expressões imaculadas, as realidades coloridas, e tudo o que for contra essas implicações das quimeras desejadas de um mundo bom é desconsiderado por uma elitização crítica da arte. Marginais, bandidos, maconheiros e delinqüentes de todas as espécies são os agressores do que não for belo.
Mas o negócio é que está aqui se realizando duas idealizações do mundo por meio de artes distintas, e a arte urbana quase nunca se esvazia de sentido por isso, retratando nas paredes da cidade o discurso visual das inquietações da realidade humana, seja por preço das passagens de ônibus até manifestações contra poderes que regem e constituem uma nação. A arte urbana vai se contextualizando por meio de angústias cotidianas, e seu tom crítico é assim muitas vezes mal interpretado, se equivalendo ao nível de poluição visual.
Hoje, segundo o ministro, essa situação pode se estender a mais alguns anos pela baixa taxa de crescimento dos países ricos. O que aflige o ministro é que essa baixa pode enfraquecer as tentativas de aquecimento da economia, exceto para os países emergentes que serão apenas atrapalhados pela situação.
A crise assim então não terminou, apenas mudou de setor passando do privado para o público com o impacto da dívida dos países, como é o caso dos EUA e a crise na zona do euro, e ao que se parece não será resolvida nem tão cedo.
Nessa história toda o Brasil aparece de maneira positiva e bem preparado para enfrentar a crise graças a fundamentos econômicos sólidos e mercado interno estruturado, diferente dos países desenvolvidos, a economia brasileira, segundo Guido Mantega, já superou o período pós-crise e está desenvolvendo o fortalecimento fiscal.
Minha Natal, essa é a última oração, pra salvar a população
O problema não é tão simples pensa, tem político roubando até merenda
Por favor Natal, isso não é brincadeira, a Prefeita Borboleta, isso é imoral
A PM vem ai pra acabar com a oração e acabar com a ocupação
O problema não é tão simples quanto pensa não podemos ir lutar contra a imprensa
Por Favor Natal isso não é brincadeira, a prefeita é picareta, isso é imoral"
*Paródia de A Banda Mais Bonita da Cidade
Muita gente se sente até insultada quando de modo ingênuo recebe qualquer honra de burguês, por menor que está seja, e ridiculariza o capitalismo de modo mais demoníaco possível sem ao menos dar um direito de resposta ou defesa para o sistema. Entre demais implicações sociais o capitalismo de formaliza muitas vezes num agir econômico e um modo de produção estrito, mas levantar pontos do capitalismo apenas no seu meio econômico nos deixa a desejar o entender de fenômeno social bem mais amplo.
De um modo geral, as relações sociais capitalistas são conduzidas por uma modernização da sociedade voltada bem as suas implicações industriais, liberais-democráticas e complexas do modo de produção, se modo a existir como um subsistema econômico. Nessa formação social capitalista então temos um conjunto de comportamentos individuais e coletivos, e entre suas principais identidades e suas implicações ideológicas, o sistema como um todo capitalista se constitui principalmente pela produção, distribuição e consumo dos bens; a característica mais marcante que é a legitimidade da propriedade privada dos meios de produção onde se faz necessária a presença do trabalho assalariado livre; formalização do sistema de mercado por iniciativas e empresas privadas.
Entre os elementos que particularmente mais me agradam é a modernização política que culmina na formação do sistema político liberal coexistindo como Capitalismo, onde há os processos de racionalização dos meios e métodos para a valorização do capital e a exploração das oportunidades de mercado para o efeito de lucro e a racionalização na conduta de vida individual e coletiva.
Segundo Norberto Bobbio “Todos os elementos que circunscrevem o capitalismo, até o subsistema econômico, devem serem vistos dentro de fatores contextuais extra-econômicos” onde há relações de força de poder ou a outros pressupostos culturais. E dentro dessa ordem cultural que é equivocado pensar o capitalismo apenas como um modo opressor de massas e definidor de comportamentos socialmente aceitáveis por meio do consumo material, mas o capitalismo não é unicamente um modo do culto ao consumo, mas se fortifica em relações sociais que movem os homens num único sentido: poder. Seja ele político ou econômico, o poder capitalista ao qual nossa cultura tanto busca se estabelece de modo a ser alcançada por vários meios que apenas não se deixam acomodar pelos conformismos. Além disso, nossa cultura capitalista em seus modos mais libertos motivam a inconstante busca pela modernização social, onde busca satisfazer as vontades capitais de cada vez mais pessoas e evoluindo de modo a se desprender sempre das concepções seculares de outras correntes sociais, políticas, econômicas, enfim ideológicas. O sentido livre capitalista nos dar essa possibilidade de evolução social, mesmo que não seja um processo unificado, tendencioso ao unilateralismo.
O capitalismo então como fenômeno social e político durante seu contexto histórico se constitui então como uma sociedade de fatos econômicos, e legitimo no plano de abstração cientifica e da operacionalização da ação econômica. Aqui então se conclui primeiramente o capitalismo como uma sociedade o sistema social global.
Referências: BOBBIO, Norberto. Dicionário da Política. Brasília: UNB, 1998.