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terça-feira, 26 de julho de 2011

Prevendo com Guido

Algo parece que vem dando insônia ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se manifestou nessa terça-feira (26) preocupado com a situação da economia mundial, cujo maior calo atualmente é referente a dívida norte-americana. Uma coisa não é nova, é que segundo a concepção do ministro, a economia global se comporta como se existissem dois mundos, é justamente aquela velha geografia sócio-política e econômica que vemos no ensino médio, nas lições entre países desenvolvidos e sub-desenvolvidos. Essa distinção está sendo ainda assistida nos impasses atuais, porém, com uma pequena cambalhota de valores econômicos. É que nessa divergência entre mundo os considerados avançados hoje apresentam grandes dívidas e déficits expressivos, e os emergentes com altas taxas de crescimento.

Hoje, segundo o ministro, essa situação pode se estender a mais alguns anos pela baixa taxa de crescimento dos países ricos. O que aflige o ministro é que essa baixa pode enfraquecer as tentativas de aquecimento da economia, exceto para os países emergentes que serão apenas atrapalhados pela situação.




A crise assim então não terminou, apenas mudou de setor passando do privado para o público com o impacto da dívida dos países, como é o caso dos EUA e a crise na zona do euro, e ao que se parece não será resolvida nem tão cedo.




Nessa história toda o Brasil aparece de maneira positiva e bem preparado para enfrentar a crise graças a fundamentos econômicos sólidos e mercado interno estruturado, diferente dos países desenvolvidos, a economia brasileira, segundo Guido Mantega, já superou o período pós-crise e está desenvolvendo o fortalecimento fiscal.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Exercício de Democracia







"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um." (Fernando Sabino)

domingo, 3 de julho de 2011

Plano Real: legado de Itamar Franco

Entre 1992 e 1995 ele governou o Brasil, sua imagem pacata, tranqüila e até sonolenta de Itamar Franco como vice-presidente atraiu progressivamente a simpatia popular enquanto crescia o repúdio a Collor.
Além do respaldo político obtido pelo governo, a situação econômica do país dava alguns sinais de melhora. Não no que se refere à inflação que continuava sem controle, mas a questão da dívida externa. Como o Brasil foi o último dos países da América Latina a decretar a moratória, precedido pelo México e pela Argentina, as dificuldades iniciais desses países abriram caminho para uma moratória bem menos traumática.
A partir de 1989, os Estados Unidos haviam passado a defender e bancar o processo de securitização da dívida de países devedores, negociados normalmente no mercado internacional como outros papéis, com garantia do Tesouro norte-americano. Esse processo atingiu sua maturidade em 1994, durante o governo de Itamar Franco.
A progressiva queda das taxas de juros no mercado internacional fazia com que as transferências de capital do Brasil para os bancos credores diminuíssem sensivelmente, já que diminuíam os valores dos compromissos da dívida externa. A economia voltou a crescer, atingindo em 1994 uma taxa de quase 5% anuais, o melhor resultado desde o início dos anos 1980, excetuando-se em 86 o Plano Cruzado.
Em fevereiro de 1994, o governo anunciou o Plano Real, em mais uma tentativa de combater a inflação. Na realidade, a instituição de uma nova moeda era a última etapa de um grande programa de estabilização da economia, que estava sendo posto em prática desde dezembro de 1993 por uma equipe de economistas da PUC do Rio de Janeiro, e entre eles o ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Pelas novas regras monetárias, o real seria uma moeda forte e para isso contava com o fim da indexação, ou seja, o fim do repasse automático da inflação mensal para os salários, prestações, aluguéis e contratos em geral. Além disso a nova moeda estava vinculada ao dólar, o plano assim previa que a emissão de novos reais seria possível somente se existisse um volume equivalente de dólares nos cofres do Banco Central, ao mesmo tempo, mantinha-se o câmbio elevado: um dólar equivaleria a 90 centavos de real, taxa que realmente subiu para 1/1, ou seja, um dólar passou a equivaler um real.
A manutenção de uma taxa de câmbio equilibrada era garantida pelo Banco Central: quando a demanda por dólares crescesse no país (para o pagamento da dívida externa, por exemplo), ameaçando desvalorizar o real, o BC interviria no mercado de câmbio, vendendo grande quantidade de dólares e forçando uma queda em seu valor. O funcionamento do plano dependia da existência de grande reserva de dólares nas mãos do governo, que acontecia desde o início do plano, graças aos saldos favoráveis da balança comercial e ao abrandamento da crise da dívida.
Apesar do êxito imediato do Plano Real, seu prosseguimento dependia da manutenção das reservas de dólares e isso somente seria possível pela permanência de elevadas taxas de juros no país. Dessa forma, o capital internacional, circulando cada vez mais rapidamente e livre de obstáculos no contexto da globalização econômica, seria atraído para o país, como de fato ocorreu.
A especulação financeira cresceu enormemente, colocando em risco a valorização monetária nacional, e muitos passaram a considerar esse elemento o aspecto mais frágil do plano. Esse desafio foi enfrentado em 1994, quando uma forte desvalorização da moeda mexicana provocou um súbito afastamento do capital especulativo internacional não só daquele país, como também de outros países latino-americanos, como Brasil e Argentina, quase levando suas economias à ruína no chamado "efeito tequila". Por outro lado o Plano Real promovia uma nova rodada de abertura da economia às importações, ainda de acordo com os princípios do neoliberalismo. O governo defendia a abertura econômica como forma de baixar a inflação e aumentar a eficiência da industria nacional.
A curto prazo a abertura econômica foi realizada e a queda na inflação foi efetiva, embora o aumento da eficiência da indústria brasileira tenha ocorrido apenas de forma localizada. Maiores foram os efeitos negativos de tal política na indústria nacional. As falências começaram a se multiplicar e o desemprego aumentou. Paralelamente, a manutenção de elevadas taxas de juros no país inviabilizava a sobrevivência de empresas em dificuldades, acelerando ainda mais o processo de falências e desemprego. A situação recessiva forçava uma queda ainda maior da inflação, que o governo alardeava como prova do sucesso espetacular do plano.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Elizabeth no topo do mundo: Lady Di (Princesa Diana de Gales)

Entre os importantes papeis da princesa que revolucionou uma concepção de mundo, a menos importante considero ter sido esposa de Príncipe Charles, o primeiro na sucessão do trono inglês, mas foi após o seu casamento que Lady Di se tornou uma das mulheres mais famosas do mundo: foi considerada uma ícone da moda e dos ideais de beleza e elegância femininos e elevada a terceira mulher mais importante da monarquia britânica, ficando atrás somente da rainha Elizabeth II e da rainha mãe. Casamento inicialmente feliz, como pregam várias mídias, terminou em 1996 em meio a escândalos tanto por parte de Diana como de Charles. As tensões do casamento real acabaram com o sonho do casamento do conto de fadas, aparentando um imenso romance apenas em público e a união ficou conhecida internacionalmente na mídia como Guerra de Galeses. Mesmo depois da separação a princesa de Gales continuou sendo reconhecida como membro da Família Real Britânica por ser mãe do então 2º e 3º sucessores do trono inglês.
Diana tinha tamanho interesse em ajudar pessoas jovens o que estabeleceu o Diana Memorial Award, prêmio conferido a jovens que têm demonstrado devoção e compromisso com as causas advogadas pela Princesa. Admirada também por seus trabalhos de caridade os principais foram campanhas internacionais contra a AIDS e as minas terrestres, em 1987 a Princesa foi fotografada como sendo a primeira grande celebridade a tocar numa pessoa com o vírus HIV. Sua contribuição para mudar a opinião pública em relação aos aidéticos foi levantada em 2001 pelo presidente americano Bill Clinton, quando este disse:
Em 1987, quando muitos acreditavam que a AIDS poderia ser contraída através do toque, a Princesa Diana sentou-se numa cama onde deitava um aidético e segurou sua mão. Ela mostrou ao mundo que as pessoas com AIDS não mereciam o isolamento, mas sim compaixão. Isso ajudou a mudar a opinião do mundo, ajudou as pessoas com AIDS, e também ajudou a salvar as pessoas em risco
Em janeiro de 1997 Diana trabalhou como voluntária VIP no Comitê Internacional da Cruz Vermelha onde visitou sobreviventes das explosões de minas terrestres na Angola, e tinha interesse em evitar os prejuizos que as minas causavam as pessoas.
Seu falecimento em um acidente de carro em Paris/França trouxe um luto profundo ao reino Unido bem como ao resto do mundo, e seu funeral foi um dos eventos mais assistidos da história da televisão. Anos após nos despedimos de Diana seu nome foi cunhado pelo então ex-primeiro-ministro Britânico, Tony Blair como a princesa do povo, e servindo de inspiração em livros, jornais e revistas.
Embora fosse filha de nobres, Diana viveu e trabalhou como uma mulher normal que procurava independência e realização pessoal. Entrou para a brigada da "fita de veludo encarnada", uma associação para mulheres da alta sociedade que procuravam seguir padrões e valores bastante liberais, sendo vulgarmente conhecidas como "Sloane Rangers".

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Prefeita Mais Picareta da Cidade


Galera que está acampada na Câmara dos Vereadores da Cidade de Natal:

"A Prefeita Mais Picareta da Cidade

Minha Natal, essa é a última oração, pra salvar a população

O problema não é tão simples pensa, tem político roubando até merenda

Por favor Natal, isso não é brincadeira, a Prefeita Borboleta, isso é imoral

A PM vem ai pra acabar com a oração e acabar com a ocupação

O problema não é tão simples quanto pensa não podemos ir lutar contra a imprensa

Por Favor Natal isso não é brincadeira, a prefeita é picareta, isso é imoral"

*Paródia de A Banda Mais Bonita da Cidade

quinta-feira, 16 de junho de 2011

América do Norte vai sambar again


Guido Mantega não poderia mesmo correr o risco de perder a "piada" ao anunciar pela primeira vez que o risco soberano do Brasil é menor que o dos Estados Unidos. No anuncio feito em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Segundo o Ministro a Presidente Dilma Rousseff ficou muito satisfeita com o Risco Brasil ser menor que o dos Estados Unidos, avaliando a política econômica brasileira como correta o que solidifica o Brasil e impõe respeito diante do resto do mundo, colocando que “Estamos muito felizes com isso porque mostra a solidez da economia brasileira e a confiança que nós temos dos mercados”.
“Risco soberano não é aquele risco Brasil que vocês estão acostumados a ver; é o risco do CDS. O CDS, que é o Credit Default Swap, é um seguro que se faz, que os países oferecem para a exposição a títulos (…). Quem tem medo que possa haver um default, que possa haver um não cumprimento, não pagamento, faz um seguro”, explicou o Ministro da Fazenda. Sendo então o Credit Default Swap do Brasil (instrumento de proteção contra o risco de um devedor não cumprir suas obrigações) negociado abaixo do norte-americano. O seguro sobre a dívida brasileira tem um custo de 40.2 pontos-base e o norte-americano de 49.7 pontos base.

Fonte: http://blog.planalto.gov.br

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Voadora Leninista


Em "Estado e Revolução" Lênin dialoga com os anarquistas afirmando que estes não compreenderam bem as fases reais da transformação social, e que ao advogarem a abolição pura e simples de Estado e de seu aparato militar e burocrático não teriam entendido as lições da Comuna de Paris em que se fazia necessário a manutenção das funções administrativas de um Estado.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Contra o "Defeito Borboleta" e "O Diabo Veste Rosa"


O dia em que a cidade de Natal/RN parou contra a aliada incompetência das nossas governantes, a prefeita Micarla de Sousa (PV) e a governadora Rosalba Ciarllini (DEM) . Durante o período de greves de várias repartições públicas o Estado parou, e as #hashtags foram para as ruas fazer valer seus direitos e dando orgulho a uma população que está cansada de ouvir sempre o mesmo discurso de quem está no poder e não faz nada. O povo agora quer atitude, se não tiver resposta então tomaram uma! Parabéns, Natal!! Finalmente acordando para essa realidade e parando de reclamar de braços cruzados!

(O video seguinte é para descontrair, um clip que retrara a atual situação da cidade de Natal/RN)
Videos: @buracosdenatal

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Contra a mentalidade em conserva


Por pouco essa postagem não se chamaria, “O homem em conserva”, mas fiquei mesmo eu pensando se a pessoa em questão merecia algum título de humanidade por tamanha brutalidade que apresenta no seu discurso. Enfim, eu não gosto de perder meu tempo falando de gente que realmente não vale à pena, mas o nosso mais novo personagem das mais gritantes vergonhas que o país deve ter não está ficando quieto ao ponto de simplesmente ignorar o que ele vomita em forma de palavras. Jair Bolsonaro, diferente de outros personagens que se encontram no blog, não ganhou espaço pela sua importância na vida social e política do nosso país, mas por está interpretando o papel do palhaço político brasileiro com atitudes baixas, desrespeitosas e que agridem com a sua ignorância os avanços sociais e políticos da humanidade.
Gostar-me-ia de entender como alguém que está para o trabalho do bem comum tenta usar dos meios públicos para atacar uma lei de ordem federal. Eis que as medidas ultimamente adotadas e a força de uma lei federal agora chegam à forma de tendência. Lembro-me muito bem do medo das comunidades religiosas nas eleições passadas, o medo de se guardar os direitos da união civil homoafetiva; minha resposta era sempre a mesma: isso é uma questão de tempo! Em outros países (principalmente os desenvolvidos) essa união civil, dentro da ordem de proteção civil, já é bem valida e não exclui os valores das instituições familistas colonizadas.
Ser homossexual assumido não denigre a autenticidade sexual que “heteros” tanto temem, e muito me envergonham os personagens políticos que abrem sua boca com discursos coronelistas. Ultimamente o ex-governador do Rio Grande do Norte, Geraldo Melo (PPS), usou da rede de microblog mundialmente conhecida (Twitter) de forma equivocada para propagar suas idéias do século em que foi um profissional político governador. Entre suas infelizes declarações, Melo colocou: “Estamos ensinando as nossas crianças que é bonito ser homossexual. Será que não dava para ensinar também que não é feito ser heterossexual, ou não pode?”.
Sendo-me dada a oportunidade de resposta e defesa da classe, e principalmente defesa da evolução das políticas humanas e da liberdade, mas aqui não se trata de um manifesto popular para o incentivo de práticas homossexuais, mas estamos marchando para aquela “paz” entre os povos que as campanhas sociais tanto defendem. Entre o senso ilógico comum da sociedade sobre o caso da defesa dos direitos de casais homoafetivos, a imoralidade é bastante utilizada para defender hábitos de mentalidades construídas sobre critérios preconceituosos, e como todo não passa de um conhecimento mal estruturado. Trata muitas vezes de modo inadequado a questão da homossexualidade, como se o simples fato de se estar escancarado às condições homoafetivas fosse algo imoral e promiscuo e muitos acham mesmo que defender os direitos gays condensa “nossos filhos” a participarem de práticas homoafetivas; ledo engano. Muito me admira as inúmeras tentativas do Brasil ser um país moderno, não estou dizendo que para ser moderno tenha que ser gay, mas o nosso grande dilema social está justamente nessas tentativas de ser um país moderno nos limitando ao ditames de ordem colonial.
Pessoal que se diz moderno e é fortemente contrário ao que chamo de EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS HUMANAS E DA LIBERDADE é bastante contraditório quando se apóiam em mentalidades colonizadas: ideais familistas, hierarquias sociais, ditadura religiosa. Todas as instituições que formam perfis sociais, mas que fazem uma verdadeira resistência às evoluções sociais. Aqui a Igreja é grande vilã: como uma instituição que diz aceitar a todos como iguais exclui esses personagens que compõem a vida social.
Gay não é um animal que deve ser tratado sempre antes do cansativo discurso do “longe de mim”. Gay não é um criminoso que atenta contra a integridade de “moral” familiar e religiosa, arcaica, ultrapassada, quadrada, condensada e colonizada. Gay é gente e ser humano, como eu, como você que lê essa postagem, que merece que seus direitos sejam resguardados sobre ordens civis. Ser gay não é insulto para ninguém, apesar de sua imagem ser usada ainda para fins discriminatórios. É muito triste que não em pleno século XXI, já que neste ainda tenhamos sociedades primitivas e que muitos ditos modernos parecem ter nascido entre selvagens, mas que em pleno passo da modernidade social ainda tenhamos pensamentos que nos prendem as eras coloniais, que propagam a discriminação e que estejam presos aos conformismos arcaicos.
Se for para sermos enfim modernos, que nos desprendemos totalmente dessas mentalidades em conserva, esse não é um apelo para que a humanidade saia soltando a franga, mas que ela enfim faça jus ao nome que carrega: humanidade! No sentido livre das más influências que aos poucos matam as esperanças de quem quer ver finalmente a modernidade florescer, e a igualdade das relações entre os povos. Não sejamos mais escravos da ignorância!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Depoimento da Professora Amanda Gurgel


Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública.

Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil.

Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

E a burguesia brasileira?


Durante anos um dos assuntos mais falados da realidade socioeconômica do Brasil se resumia num refrão de uma banda hoje pouco lembrada (acho que "As Meninas"): "é que o de cima sobe e o de baixo desce!”
Não é querendo tomar partido positivo da situação, mas a realidade brasileira foi se moldando desde os tempos em que a letra da música foi escrita e freneticamente lançada para diferente do que era cantado. Não se pode negar uma tendência que descrentes ainda conspiram contrariamente, economicamente o país evoluiu (e eu nem preciso revelar fontes) tanto que tivemos que frear (não parar) a valorização da nossa moeda a fim de se manter o ritmo de desenvolvimento em momento propício a realidade brasileira. E junto com elas vieram inquietações, não só por parte das oposições (extremas liberais e extremas socialistas), mas como também as conspirações acerca dessa realidade ascendente.
A campanha de distribuição de renda da política brasileira não chegou aos confins de se efetivar ao ponto de respirar como missão cumprida, ainda há uma realidade enormemente pobre: há! Mas nesse plano político não veio em vão, o que mais se objetivava era a ascensão social a no mínimo uma situação de classe mediana, vulgarmente conhecida com classe média. Num país que antes se falava em miséria, pobreza, fome, hoje tem um comportamento não extremamente inverso, mas o que vemos todos os dias nos noticiários é o poder de compra, e aqui se fala em condições, dos novos brasileiros, ou seja, a classe média.
Condições foram favoráveis a essa notória mudança, como: maior demanda tendo acesso aos empregos e instituições de ensinos públicos; fortalecimento de programas sociais; controle Estatal interferindo diretamente na economia; entre outros. Tais condições foram aos poucos moldando também o novo perfil brasileiro, tanto que nossa pirâmide etária está ganhando nova forma e levando o Brasil a se preocupar mais a cada dia com fatores previdenciários, como em muitos países desenvolvidos.
Esse "bum" da economia acessível à necessidade de se formar uma nova classe de super consumidores na realidade brasileira foi um mérito para quem desejava alcançar condições favoráveis no poder de compra, e em uma visão particular houve também uma decepção por parte dos então "Socialistas" brasileiros.
Tomo a liberdade de falar diretamente no nome dos envolvidos não por conspirações mascaradas, mas por base e fundamentação empírica presenciada sobre os discursos dos "incomodados". O que se esperava era uma tomada de poder de uma classe subalterna? Levando em conta os valores monetários esse poder veio para a realidade do brasileiro com o seguinte discurso: "tantas vezes sem juros, no cartão, prazo de 'n' dias em 'n' prestações!" o poder elevado de comprar e consumo é a grande micose dos extremos socialistas, incomoda não pelo fato de o povo poder ter, mas pelo fato crescente de outro extremo.
Com maiores condições de compra não há uma inversão onde os "pobres" assumam o poder, mas o que talvez não fosse esperado pelo novo comportamento social brasileiro era a ascensão dos ascendidos, ou seja, o rico mais rico. Numa equação bem simples: brasileiro que compra mais dá condições para que outro brasileiro venda mais, produza mais e lucre também. Simples! A grande política que se viu nos últimos anos foi uma tentativa de se libertar do internacional, de se desmembrar do importado para que se cresça não somente as "condições de vida" dos consumidores, mas que também sejam favoráveis as condições de produção do nacional que se desenvolve acompanhando essa realidade econômica.
Tanto se fala de uma burguesia brasileira que teve forte auxílio das políticas da situação, mas esse auxílio veio acompanhado do arsenal de condições do povo. Onde se compra mais, se lucra mais, se o povo tem melhores condições de comprar, eu tenho ótimas condições de lucrar. A realidade dos ricos foi crescendo com a dos pobres, deixando a linha de baixa renda para de renda média eles necessitam de melhorias de consumo que aqueles que de renda superior tem condições de vender pela simples força do poder de comprar dos que buscam os objetos (sejam eles físicos ou intelectuais) para suprir as necessidades da sua nova realidade.
E a burguesia brasileira?
Vai continuar crescendo e evoluindo, ao passo em que a classe média cresça com seu poder qualitativo e quantitativo. Você compra mais, eu vendo mais, assim caminha a realidade social, política e econômica no Brasil!

domingo, 10 de abril de 2011

Crash

Questão do dilema social urbano


Revisando tudo aquilo que se passa aos meus olhos diariamente, pelas ruas uma mistura de cores e faces, de luzes, sons e fumaças. Tudo é marca de quem passa pela minha cidade. Mas o ponto ao qual quero atingir é mais reflexivo do que o simples fato de se encontrar misturas humanas dentro de um território delimitado.
Entre o vai e vem de pessoas, é nítido termos um foco de como tudo se encaixa num contexto de urbanização, daquilo que vai entre a concentração espacial de uma população, a partir de certos limites de dimensão e de densidade, e na difusão do sistema de valores, atitudes e comportamentos denominado "cultura urbana".
Nas vertentes do mundo urbano que se formam discussões clássicas das principais relações sociais ditas complexas: gênero e sexualidade, racismo, costumes e mitos, tudo se mistura criando nas mentes dos atores urbanos dilemas que geram entre múltiplos fenômenos: questões e dúvidas, das dúvidas os dilemas. Sei disso porque vivi ao produzir o artigo: "CIDADE ALTA - Extensão do desenvolvimento de relações sociais natalense.”
Sociedade urbana, complexa, onde se tem conhecimento da existência de várias correntes e movimentos sociais se espera que no mínimo haja uma compreensão da existência daquele corpo desconhecido, mas que seja no mínimo aceitável. Dependendo das condições impostas pelos padrões do consumismo ótico, sim, mas basta está parado e analisando um determinado ponto para que seja alvo do que é comum e necessário para a antropologia sociocultural: estranhamento. Não que se leve num sentido bizarro da palavra, mas no que consiste uma técnica indispensável para vermos o outro, aquele que divide o mesmo meio físico urbano que nós, pode muito bem ser considerado o nosso estranho, e como isso acontece com freqüência.

Crash é o retrato de uma sociedade que além de vivermos vizinhos e próximos dentro de um mesmo drama, marca uma seqüência de atos e relatos de preconceito entre os humanos que dividem de mesmo meio físico. Anda-se sempre com medo uns dos outros, às vezes abrimos nossas casas para que alguém possa fazer algo por nós, mas no fim das contas a desconfiança é sempre a voz mais forte.
Dentro desse contexto somos todos peões de um intrigado tabuleiro de emoções; afinal de contas quem nunca mudou o sentido do caminhar ou atravessou a rua como medo de uma pessoa próxima? Ou quem nunca olhou para trás pela insegurança de está sendo seguido?
Não é a premissa de achar que o ser humano desconhecido e urbano possa nos fazer mal, mas nosso medo do mal passa a ser um dilema que constitui até nossos preconceitos mais ridículos e patéticos. Não se deve simplesmente confiar na vontade de uma mão estendida por simples questão de preservação física e moral, mas tal gesto pode contribuir para que se quebrem um pouco as barreiras dos vários mundos que constituem o quadro urbano complexo.
Ser urbano é assim construído por ordem das mais diversas ordens, e sobre os limites políticos do nosso cotidiano somos todos designados aos determinismos que faz com que as faces que se misturam na cidade acabem se igualando.

“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”

O trecho da Declaração Universal dos Direitos Humanos tem uma ótima intenção, mas que não se aplica ao cotidiano quando elementos tentam a todo custo se sobrepor em quaisquer que sejam seus dotes: intelectuais, financeiros, força física, autoridades políticas ou ao que vemos constantemente, as forças de coerção pela violência.
Cada um com sua consciência e posição autárquica vai moldando os perfis urbanos sempre num quadro muitas vezes egocêntrico, dividindo-se em castas superiores e inferiores e que aos poucos vão moldando a face discriminatória, intolerante e exclusiva. Por mais que se façam campanhas que agreguem valores as pessoas, o velho sentimento de temer e ser superior sobrevive na realidade urbana, atentando sempre a dignidade humana.
O pensamento colonizador ainda resiste também delimitando o lugar de "pessoas e pessoas". Tão simples se ver isso quando pegamos o exemplo do elevador. O de serviço é quase sempre designado a pessoas de cor de pele mais escura, esse fenômeno só ocorre porque ainda prevalece no raciocínio social a temática que Florestan Fernandes chama de "Dilema Social". Consiste na busca da sociedade (no caso, a brasileira) em atingir a modernidade e aos avanços sociais, mas sem deixar para trás o pensamento demais enraizado, tradicional e conservador pregado no nosso período colonial. Instituído o elevador de serviço de tal forma que ainda não saiu do imaginário do nosso digníssimo país que há pessoas que sempre comporão o quadro dos eternos serviçais ou subalternos (caso dos nossos escravos).

Dentro do terreno urbano estamos todos laçados pelas prerrogativas e banalizações. Sem que as pessoas se dêem conta do contexto que estão envolvidas, vão se cruzando entre mentes diversas, comportamentos e costumes, tolerando ou não quem esbarra por nós ou simplesmente por indiferença negando a existência de pessoas como humanos e buscando sempre a sobreposição do ego. Somos sempre atores que compõem as faces éticas da selva de pedra, e moldando assim suas características mais críticas.


"Ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa. "


Referências
CASTELLS, Manuel. A Questão Urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. ONU, 1949.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

7 de Abril de 2011 - O terrorismo no Realengo

O Brasil ainda podia se orgulhar de não ter ações de tamanha barbaridade que acontecia até em então em países do hemisfério norte. Podia, essa realidade mudou, e aterrorizou muita gente.
É bem verdade que a nossa constante guerra civil (e não falo apenas de trafico x policia), mas porque todos estamos sujeitos a cada minuto pela insegurança que ronda o mundo pelas banalidades mais ridículas que se possa imaginar.
O que vimos ontem foi um verdadeiro massacre injustificável do ponto de vista da preservação do direito universal a vida! Um atentado a moral social por um assassino que no final se escreve (por uma carta) como alguém de moral superior; o fazendo pensar em ser alguém intocável por sinal.
É entre essas e outras coisas que me faz pensar o quanto mal faz os extremismos religiosos; e não querendo desmerecer a religião alheia, mas o que vimos ontem ocorrer no Brasil não é muito diferente do atentado de 11 de Setembro.
E não que o islamismo seja composto apenas por mentes terroristas, mas o mundo viu ontem mais uma ação de um radical islâmico, que fundado nas correntes de pensamento extremista dessa religião, tinha como seu alvo principal as alunas; o que para os islâmicos "a mulher vale bem menos que o homem" (Leila Ahmed).

Enquanto o mundo marcha para os avanços femininos, esses povos tendem a se constituir de forma grosseira e retrograda. Como se não saíssem de um contexto histórico condensado em quimeras milenares.
Me revolta esse submissão feminina islâmica, essa admissão imposta de forma a não existirem avanços entre os direitos humanos. O que não deveríamos mais admitir é justamente o pensamento afirmado por Howard Becker, onde os homens simplesmente criam as leis das mulheres, dos negros, dos pobres, dos nativos, dos gays, impondo assim um mundo de homens como casta superior e assim se condensa a crença dessa raça superior dos homens banhados em um egocentrismo testosterônico líquido.
Nossos avanços que demonstre o quanto não se é mais admissível esse tipo de pensamento (antigo/ tradicionalista / mastigado e ultrapassado).

O que vimos ontem no Brasil com muita dor foi um terrorismo de alguém que os psicoprofissionais irão incansavelmente buscar explicações para justificar. Mas que o senso lógico vai colocar como sendo um ato de constituição socio-cultural-religiosa, e que o senso do humanismo (no sentido emotivo de dizer) jamais irá achar explicação além de dizer que é um ato simplesmente injustificável.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Elizabeth no topo do mundo: LEILA DINIZ

"Toda mulher quer ser amada Toda mulher quer ser feliz Toda mulher se faz de coitada Toda mulher é meio Leila Diniz”


Quando conheci essa música de Rita Lee fiquei naquela: "Afinal, quem é Leila Diniz?" E lembro que quando conheci a história dessa mulher me encantei logo de cara. De Niterói para o mundo, Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil; o primeiro grande escândalo que causou foi exibir sua gravidez na praia de biquíni e depois chocou o país dizendo: "Transo de manhã, de tarde e de noite".

Leila Diniz era considerada uma mulher a frente do seu tempo, um exemplo de mente aberta e liberal sem ser vulgar, era ousada e detestava convenções, e por isso foi invejada e criticada pela sociedade machista das décadas de 1960 e 1970 que até hoje insiste em se manter no poder. Era malvista pela direita opressora, difamada pela esquerda ultra-radical e tida como vulgar pelas mulheres da época.
Leila falava abertamente da sua vida pessoal sem nenhuma vergonha, e entre todas as entrevistas que deu a concedida ao jornal O Pasquim em 1969 foi a que causou maior furor no país onde além dos muitos palavrões ainda disse que “Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo." o que rendeu ao jornal altos índices de venda.
Depois dessa publicação foi instaurada a censura prévia à imprensa, conhecida como Decreto Leila Diniz. Logo Leila teve de se esconder no sítio do colega de trabalho e apresentador Flávio Cavalcanti por ser perseguida pela polícia política sob a acusação de ajuda
r militantes de esquerda. Alegando questões morais a Rede Globo não renova o contrato de Leila como atriz que de acordo com Janete Clair "não haveria papel de prostituta nas próximas novelas."
Meses depois Lei
la reabilita o teatro de revista e começa uma curta e bem sucedida carreira de vedete. Morreu em um acidente aéreo em 14 de julho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama quando voltava de uma viagem pela Austrália. Marieta Severo e Chico Buarque de Hollanda cuidaram da sua filha, Janaína Diniz Guerra.

Leila Diniz, A Mulher de Ipanema, defensora do amor livre e do prazer sexual é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas idéias e atitudes.

"Sem discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão."

- Carlos Drummond de Andrade