terça-feira, 6 de julho de 2010

Say no to racism

O Brasil possui uma dívida que nunca acaba, e de fato não irá acabar enquanto não acabar as manifestações racistas. O pior de tudo é que esse racismo é defendido, como maneira de concepção de certos privilégios que a maquina pública pode oferecer, até por quem é vítima dele. Mas enquanto nos apoiarmos aos discursos etnocêntricos, isso não vai acabar.
Falo em termos de Brasil, que propõe cada vez mais programas de assistência social a uma etnia simplesmente pelo fator cor de pele. Propagam campanhas anti-racistas procurando ceder facilidades para um povo que foi oprimido no passado, mas que possui condições normais de viver igual a outros na contemporaneidade.
Fazem sempre apologias a uma campanha anti-racista tratando dos negros como coitados, desse modo só fica mais evidente a população o fator de marginalização ao qual sofreram. Mas os tempos mudaram e as políticas também.
Em termos de Brasil é visivelmente verdade de uma crescente classe média por condições das políticas sociais. Temos as políticas de cotas universitárias como principal sufrágio de campanha contra o racismo. Mas certas políticas muitas vezes são defendidas levando em conta apenas o caráter do discurso demagogo ao qual envolvem.
Exemplo disso é o principal argumento que se usa para defender a política de cotas raciais, o de: "serve para pagar uma dívida com os negros!" A sociedade deve usar esse argumento de modo bem sustentado para que não haja ambigüidades que possam formular a possibilidade de uma manifestação etnocêntrica.
Ao momento que se falam nessa dívida, fica claro o fato de que a sociedade excludente não deu condições necessárias para que os negros assumissem papeis importantes, pelo menos não uma grande parcela deles. Acontece que, o pensar e agir desse modo condicionou a idéia de que os negros sejam detentores de um nível mais baixo de competitividade. Como se esses tivessem uma fraca condição de aproveitamento, é uma ferida que só alimenta o discurso racista - o etnocentrismo gritante que faz a sociedade pensar que dentro dela há os superiores e inferiores.

Como diz Edward B. Tylor: "O mundo todo é uma aldeia." E a partir dessa citação temos idéia do quanto vivemos em um mesmo plano de humanidade. Se isso acontece porque então dar condições de diferenciação aos seres baseando-se apenas no fator cor de pele?
Muita gente defende a emotividade do discurso de facilidades políticas sociais, mas mal param para ver como se esconde bem os fundamentos etnocêntricos que existem dentro disso.
Fala-se sempre de uma dívida que temos a pagar contra os negros. Mas será que uma nação é sozinha a culpada pelo caos etnológico ao qual insere sua sociedade? Porque, mesmo que tivessem sido oprimidos pela realidade de preconceito racial, os negros não se fazem fora a parte do juízo de um país. E como bem sabemos o Brasil é construído por vários tipos de cores, raças e hinos.
Os negros bem apóiam a consseção de cotas raciais, mas nunca achei que o fator cor de pele fosse motivo para se defender o alcance de privilégios. As cotas ajudam a separar os negros de brancos, e por um lado favorecem as condições de uma sociedade etnocêntrica, em que existem superiores e inferiores, e que os inferiores, os de fraca capacidade produtiva, sejam dependentes de condições sociais para poderem ter suas devidas emancipações.
De fato, se quisermos mesmo acabar com o racismo devemos ter consciência da etnografia a qual vivemos, do etnocentrismo que formula os preconceitos, a intolerância. Assim, para acabar com o racismo é preciso que haja uma visão bem mais tolerante, que se trate as raças (índio, negro, branco, pardo...) por igual. Numa visão relativística que desprende de qualquer convenção etnocêntrica.
Se quisermos acabar com o racismo, devemos primeiro parar de tratar negros como uns e brancos como outros. Deve-se tirar a imagem de negros como eternos oprimidos e coitados do sistema social a que vivemos. Para se dizer não ao racismo, precisa-se primeiro dizer não as políticas que evidenciam a separação entre essas raças e dizer sim a um tratamento de mesmo nível, de mesmo plano.
"O mundo todo é uma tribo"... No plano da humanidade somos todos iguais, então porque condicionar as diferenças? Passamos a tratar todos da mesma forma, e não pela condição de diferença racial. Sejamos os relativistas, não os etnocêntricos.

2 comentários:

  1. Num primeiro momento achei que você ia atacar os negros, mas agora to aplaudindo! Muito boa a matéria, o blog tá muito bom mesmo!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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