sábado, 30 de outubro de 2010

Retrospectiva Eleições 2010

Mais uma eleição se passou, mais uma vez a esperança venceu o medo. Considero meu voto um voto de coragem, o medo não justificou o meu direito. Não votei por medo de um mais retrocedente, votei primeiramente na coragem de uma mulher que se mostrou a todo tempo firme. Votei na coragem do Brasil seguir mudando, na coragem de jogar limpo e nunca se esconder em calúnias, em mentiras, nas plantações de intrigas pelos psedo-moralistas.


Repúdio à Igreja Católica
Sem sombra de dúvidas, essa foi à instituição que mais atrapalhou o processo eleitoral de caráter laico e plenamente democrático. A Igreja católica disseminou muito de suas idéias medievais e ditatoriais que em muitos casos prejudicam um processo de modernização plena. Aquela que acoberta padres pedófilos em seus porões, que grosseiramente queimava pessoas vivas sobre a acusação de heresias pelo simples fato de alguém ser contra suas idéias merece tamanho respaldo de moralidade? Quem serão os verdadeiros ditadores? Visto que está seja uma instituição que muito tumultuou o nosso Estado laico, ao qual agradeço profundamente a Dom Pedro I que tratou de tirar a Igreja das principais bases de poder. Longe do poder uma instituição sem diálogos democráticos, fundada em leis que os homens criaram e fizeram um personagem fictício assinar (Deus). Longe do poder uma instituição que se diz aberta aos homens, que diz que trata todos de igual para igual, mas condena satanismo e amaldiçoa aquele que criticam suas ordens.
Será que a Igreja é mesmo uma instituição democrática? Que ex-comunga sempre que usar dela para fins científicos apoiados na razão. Que condena a menina que praticou um aborto, mas que defende o pai (um padre católico). Que reza e respira a homofobia, que é intolerante e ordena instituições familiares a viver sobre seus ditames. Isso é ser democrático?
Acredito fielmente que a Igreja deva deixar a política profissional para aqueles que foram designados a fazer. Todas as ações doutrinarias religiosas devem ser mesmo minimizadas por dever do Estado (bem comum). No nosso processo eleitoral a Igreja só veio a prejudicar, reduziu nosso poder democrático as ordens de sua instituição que não se atualiza a 2 mil anos.
Que moral tem uma instituição cheia de controvérsias? Que protege seus santos criminosos que atentam contra uma sexualidade infantil? Que prega o desapego dos bens materiais, mas que não se desfaz de seu Império luxuoso?

A menor campanha
Uma declaração do presidente Lula disse tudo sobre o ex-candidato José Serra: "sairá dessa campanha “menor” do que entrou". Ao responder sobre o nível que tomou essa campanha, Lula afirmou que o nível foi mais baixo de um lado do que de outro. Visivelmente a oposição conseguiu dia após dia fazer uma campanha violenta, onde a base do poder tinha mesmo que se virar nos 30 para conseguir direitos de resposta. Tão claro o baixo nível tucano foi, que o próprio candidato José Serra teve que responder por um processo de calúnia em plena corrida eleitoral. Usou da Igreja, do Papa e do sensacionalismo, como a piada da que foi a bolinha de papel. Na idéia de Marilena Chauí (Prof. Dr. de Filosofia Política da USP), a campanha foi feita reduzindo sempre o caráter democrático do Brasil.
Agora derrotado, Serra corre risco de isolamento pelo PSDB após campanha errática. Essa campanha foi muito tumultuada pelos tucanos que fizeram grande esforço para que em conjunto com algumas mídias, pudessem esconder os bastidores dos casos que ocorreram com Paulo Preto e os escândalos dos dinheiros da campanha, o projeto do rodoanel em São Paulo e o caso que foi divulgado pela folha sobre o metrô no governo Serra. Esses foram alguns exemplos de como alguns fatos podem fazer os ratos pularem do navio. Tivemos fatos inéditos como prefeitos do PSDB (oposição) que apoiaram a petista, Dilma Rousseff, um fato inédito e quase não esperado, porém um fato. Nomes: Marcos de Carvalho (Itamonte/MG), Vanderlei José Crestani (Chopizinho/PR).
Aliados afirmaram que as idas e vindas nos discursos de Serra colaboraram para que sua influencia fosse minimizada, e a falta de respostas e esclarecimentos de algumas questões no debates como privatizações e gerações de empregos, foram propagadoras para que se desenvolve-se a imagem de um candidato que em algumas vezes seguiu em contramão.

Um barulho abafado
"Chato". É esse o nome que eu dou para um dos candidatos a presidência da republica no primeiro turno. Plínio de Arruda é como a Igreja católica: as idéias andam ultrapassadas e com pouca sustentação. Visivelmente Marxista esse candidato entrou cheio de propostas que o país se mostra o todo o tempo ignorar: o socialismo.
Mais preocupado em polemizar, Plínio se mostrou o tempo todo um verdadeiro birrento na campanha presidencialista. Atacou duramente todos os lados, e discursou ridiculamente sobre todos os pontos nacionais. A jornalista Barbara Gancia, colunista da Folha de São Paulo, exaltou a principal característica do candidato do PSOL como uma pessoa que gosta de polemizar.
Cheio de discursos ridículos, Plínio foi um polemico barulhento na campanha. O candidato de extrema-esquerda fez mesmo aquilo que muitos provindos do seu meio fazem que é o 'efeito estinligue'. De sempre lançar e propagar a luta sem muito esforço e de nunca admitir os verdadeiros valores nacionais. Ao ver de muitos brasileiros, Plínio se preocupou mais em atacar do que dar a cara a tapa. A principal intenção do candidato foi mesmo de gerar polêmica e fazer forte rivalização política, mesmo que atacasse fortemente Serra (PSDB), Plínio que é ex-PT não defendeu a candidata Dilma (PT), chegando a dizer que o Brasil vai sofrer com ela.
Um recado básico a Plínio é: "largue esses extremos ideais. Olhe para o Brasil e seja racional: cada um agora tem seu pedaço do bolo (ricos e pobres).”

Dando valor ao eleitor
Marina Silva, começou por baixo e de repente por uma campanha feita com o sensacionalismo do poder religioso subiu nas intenções de votos. Diz Marina que conseguiu tirar a caracteristica de plebiscito das eleições presidenciáveis. Marina não apoiou (talvez por diligência de alguns direitistas do PV) nenhum candidato no segundo turno, mas deu várias pistas em seus discursos sobre uma possibilidade de apoio.
“O Brasil está preparado para ter uma mulher na presidência" foi uma das principais declarações, entre algumas alfinetadas que deu nos dois candidatos, as dirigidas a Serra (PSDB) foram as mais explicitas e deixando visível sua chateação quando o tucano teve a intenção de usar o nome "Marina" durante o segundo turno.
Marina vez por outra opinou e deixou claro que a principal intenção dela não era defender um ou outro, mas sim dar autoridade ao voto e ao eleitor que fizessem a melhor escolha. Neutralidade ou independência, durante o segundo turno Marina fez um discurso que focasse o eleitor do que ela própria, mais o "vocês" do que o "eu". Também uma ex-PT, ex-ministra do governo Lula, a candidata do PV chegou a dizer que exerceria seu dever cívico de eleitora, que não anularia e sim que defenderia suas convicções por meio deste. Sendo Marina uma candidata ecológica e tendo em Serra características de uma cultura latifundiária, por uma lógica política não cabe o resultado exato Marina-Serra, fica-se então a idéia especulativa da possibilidade e da probabilidade de que para defender suas convicções ecológicas contra o latifundiário que o ameaça, sobra só uma resposta.

Homofobia
Entre as ideologias familistas que se desenvolveram durante as eleições, mesmo tento pouco enfoque, homofobia esteve muito presente. As ondas de calunias que ocorreram levaram vários eleitores a defender o candidato José Serra (PSDB) por uma suposição de que Dilma Rousseff (PT) fosse homossexual.
Juntamente com a Igreja condenaram casamento (civil) gay, o que em visto plano é uma tendência mundial. Várias nações até mais religiosas já protegem esse direito social na forma de leis, entre elas estão Portugal, Argentina, França, etc.
União civil homossexual no Brasil é apenas uma questão de tempo, ao qual não caberá a Igreja celebrar tais cerimônias pois o país não possui uma forma de poder que constringe a instituições religiosas a tais práticas. Será então, quando introduzido no nosso país, mais um dos direitos laicos salvo sobre leis e com características de progressão civil.

Aborto
Mais uma temática que só veio a atrasar nosso processo. Que muitos psedo-moralistas condenaram, veio sobre forma de boatos e distorções de opiniões ou manipulação de informação como acontece em nossas mídias para privilegiar alguns.
O público não esclarecido entendeu como uma questão qualquer, e foi usado como justificativa para quem não teve opinião sustentável. Se Dilma é ou não a favor do aborto, isso é apenas uma questão de opinião particular. O presidente não tem o poder de determinar certas questões "polêmicas" do Estado, assim como teorizou Locke, as determinações do Estado estão mais voltadas para o povo do que para o poder executivo. Dessa forma, legalizar ou não o aborto é uma questão que cabe ao legislativo (congresso nacional) aprovar ou não, e realizá-lo cabe por vontade de um direito ao quais os homens possuem desde seus primeiros anos de vida: liberdade.
Concluo a idéia do aborto com baseando-me na sociologia do desvio de Howard Becker: "Aborto é só mais uma lei, fundada em moralismo irracionalmente crítico, feita pelos homens a fim de exercer o controle de um direito feminino. Aquela que desobedecer ficará passível ao ostracismo social.”
Quantas mulheres não sofrem nesse país nas mãos de homens que as abandonam na gravidez, que muitas vezes eles próprios induzem as praticas abortivas. Quantas não são violentadas com os seus filhos.
Mulheres, exerçam seus direitos longe do machismo que as influenciam e condenam. Longe da estigma do sexo frágil.
Nossa presidenta eleita que nos trouxe um bom exemplo:
"Sim, a mulher pode!"
(Dilma Rousseff)

2 comentários:

  1. Esse plínio foi mesmo um 'papangu' nessa campanha. Rídicula a passagem desse infeliz. Marina teve seus altos e baixos, agora será esquecida pela mídia. A Igreja, acho melhor ela ir se ocupar em rezar as missas do que se meter em algo que acha que tem muita autoridade e moral de fazer, né?!
    Aborto, disse tudo. Quem deve mandar mesmo nas mulheres não é mais a ditadura masculina. Viva Dilma presidente.

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  2. De todos os que foram colocados, só Marina não foi tão ruim nessa campanha. Ainda bem que ninguém dá ouvidos a esse Plínio, compreende?! Portugal muito mais rigorosa religiosamente não teve tanto escandalo por causa de coisas pequenas. Aqui deu Dilma, já está bom de o brasileiro criar uma consciência melhor e para de reproduzir o que a Igreja determina.
    E a tucanalha era para ser extinta depois de tanta sujeira na campanha. José Serra: um grande cara de pau!

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