segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aos solteiros e desapegados


por Zygmunt Bauman¹

"A definição romântica do amor como 'até que a morte nos separe' está decididamente fora de moda, tendo deixado para trás seu tempo de vida útil em função da radical alteração das estruturas de parentesco às quais costumava servir e de onde extraíra seu vigor e sua valorização."

"Eros não quer sobreviver à dualidade. Quando se trata de amor, posse, poder, fusão e desencanto são os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. (...) quando se entra num relacionamento, as promessas de compromisso são 'irrelevantes a longo prazo."²

¹Sociólogo e Professor das Universidades de Leeds e Varsóvia.
²Trechos do livro: Amor Líquido - Sobre a fragilidade dos laços humanos. Bauman, Zygmunt. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2004.

3 comentários:

  1. Dia dos solteiros... Acho que todo dia é dia dos solteiros, principalmente de quem vive na farra. =3

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  2. Isso é tudo uma questão de relativização dada pela antropologia social. Todo dia também é dia do amigo, mas foi estipulado uma data para ser O dia do amigo. Para quem namora, todo dia é dia do namorado... mas os movimentos capitais estipulou uma data para ser O dia dos namorados. Há também o dia do Rock, mas para quem gosta do gênero, todo dia é dia do rock.
    Além de existirem fatores de resignificação dos elementos sociais... é tão simples, e parte de cada um, pois se quisermos hoje pode muito bem ser Natal. Não há uma forma de condenar o dia do solteiro, se esse assim for condenaremos tds os outros. Dia dos pais é td dia (pelo menos para quem tem), e para quem não deseja se prender amorosamente, que fique um motivo a mais de se comemorar.
    Relativizaremos, pois relativizar é preciso.

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