quarta-feira, 29 de junho de 2011

Acalanto

Acalanto

A música na voz de Adrianna Calcanhotto por vezes me aninhava, é uma verdadeira canção de ninar. Sentia-me num plano esférico por muitas vezes feliz. Hoje toda vontade que eu tenho é escrever para meu acalanto como já fiz em um blog anterior que eu fiz. Uma verdadeira carta de amor.

A primeira declaração de amor da minha vida não foi uma serenata, nem uma casa lotada de rosas, mas veio de um homem como todos assim imaginam. Se por muitas vezes fui infantil em castigá-lo com gotas de indiferença, ele bem sabe que elas são todas falsas, mentirosas como atores e atrizes. Mas se já recebi uma declaração de amor, todos recebemos quase todos os dias, mas cabe a nós memorar aquela que será inesquecível, e quando me lembro da que ganhei eu às vezes me emociono e choro.

Não tinha flores, não tinha música, nem era um jantar a luz de velas. Não tinha anéis nem jóias, nem ursinhos com corações cafonas. Falar a verdade, a declaração de amor que eu vou levar para o resto da minha vida só era sorridente, e tinha a cara de uma promessa careca. Um dos dias mais felizes da minha vida é o dia que meu acalanto raspou os cabelos da cabeça para comemorar só uma de minhas várias e futuras conquistas. Quando me lembro dela eu penso em não desistir de desistir.

Acalanto vinha sorrindo de feliz, a conquista era minha que ele sentia com felicidade. Se teve lágrimas eu nem sei, mas as minhas vieram aos montes. No dia que recebi essa belíssima declaração de amor eu vi que pessoas são mais importantes na vida do que tudo, e é com a união e o apoio de pessoas e declarações de amor (não somente romântico, como foi meu caso) fazem da gente mais humanos.

O provérbio a união faz a força é bem válida para Acalanto, que crer realmente que tudo é bem visto juntos. Se por algumas vezes na vida tive inveja foi dele, por saber de coisas que eu nem sei, por guardar conquistas que eu nem tenho e por saber se levantar quando cair. Se Acalanto sofre ele nem diz, mas se sente algo ruim com certeza seu amor é bem forte para superar tudo.

Acalanto é bem recheado de sonhos humanos, é artista quando quer ser, é médico, pintor, motorista, mecânico, pedreiro quando tem que ser.

Eu só queria me desculpar se algum mal causei na vida do meu Acalanto, se o fiz sofrer. Queria agradecer a tudo que Acalanto me ensinou, a ser quem eu sou até nas minhas particularidades mínimas como o exemplo os gostos pessoais; Acalanto me ensinou a ser flamenguista, a ser a companheira petista. Quando sou forte em momentos é por ele.

No mais Acalanto me ensinou a ser humana, eis que seja a minha escola de vida. Eu nem gosto de vê-lo quando acordo, porque eu só acordo de mau humor e não bate com a disposição com que ele acorda todas as manhãs esperando da vida uma manhã melhor a ser vivida. Acalanto já disse que tinha orgulho de mim, e se alguma vez pensei em desisti de algo que gosto por algo que acho ser conveniente, não fiz por medo de talvez me decepcionar e na minha decepção decepcioná-lo.

Meu amor por Acalanto é mudo, eu às vezes me imagino sem ele e me ponho a chorar, e ele talvez nem saiba que quando a gente briga, eu choro também, quando ele fala alto eu choro escondido ou as vezes seguro a respiração contra a janela do carro. Tudo que busco na vida é procurando agradecê-lo, se minhas escolhas forem as erradas vão ter que virar certas a força para que eu possa retribuir todas as manhãs que pegou na minha mão e me mandou para a escola, por tardes decepcionantes com notas baixas no boletim. Eu estava falando ontem com amigos como me acho a imagem e semelhança dele, como temos gostos parecidos, e disse: “eu sou quase a copia dele”.

Às vezes quando andamos juntos a pé eu tenho vontade de segurar sua mão, mas me sinto grandinha demais para isso, mesmo que o pensamento seja de uma criança que precisa de proteção.

Se não o digo que o amo todos os dias é porque talvez nem seja o ser tão forte quanto eu penso que sou. Mas Acalanto sabe que não há nada de interesse nessa relação, tudo que quero para o meu futuro é poder confortá-lo como ele soube fazer a mim no passado. Aí de mim viver sem meu Acalanto, ao qual chamo carinhosamente de Fanfico.

Não queria um dia ter que ir embora sem dizer que eu te amo, companheiro, amigo, pai!

A cerveja e o assassinato do feminino

por Berenice Bento¹

Há muitas formas de se assassinar uma mulher: revólveres, facas, espancamentos, cárcere privado, torturas contínuas. Mesmo com um ativismo feminista que tem pautado a violência contra as mulheres como uma das piores mazelas nacionais, a estrutura hierarquizada das relações entre os gêneros resiste, revelando-nos que há múltiplas fontes que alimentam o ódio ao feminino. Como não ficar estarrecida com a reiterada violência contra as mulheres nos comerciais de cerveja? Com raras exceções, a estrutura dos comerciais não muda: a mulher quase desnuda, a cerveja gelada e o homem ávido de sede. As campanhas são direcionadas para o homem, aquele que pode comprar. Alguns exemplos: uma mulher faz uma pequena dissertação sobre a cerveja para uma audiência masculina, incrédula de sua inteligência. Logo o mal-entendido se desfaz: claro, uma mulher não poderia saber tantas coisas se tivesse como mentor um homem; a mulher é engarrafada, transformada em cerveja; um mestre obsceno infantiliza e comete assédio moral contra uma discípula; ela é a BOA. Quem? O quê? A mulher ou a cerveja? Todos os comerciais são de cervejas diferentes e estão sendo exibidas simultaneamente. Nesses comerciais não há metáforas. A mulher não é "como se fosse a cerveja": é a cerveja. Está ali para ser consumida silenciosamente, passivamente, sem esboçar reação, pelo homem. Tão dispensável que pode, inclusive, ser substituída por uma boneca sirigaita de plástico, para o júbilo de jovens rapazes que estão ansiosos pela aventura do verão. Se já criminalizamos alguns discursos porque são violentos, não é possível continuarmos passivamente consumindo discursos misóginos a cada dia, como se o mundo da televisão não estivesse ligado ao mundo real, como se as violências ali transmitidas tivessem fim no click do controle remoto. Embora a matéria-prima para elaboração desses comerciais esteja nas próprias relações sociais, nas performances ali apresentadas há uma potencialização da violência. Não há uma disjunção radical entre violência simbólica e física. Há processos de retroalimentação. A força da lei já determinou que os insultos racistas conferem ao emissor a qualidade de racista. Também caminhamos para a criminalização da homofobia em suas múltiplas manifestações, inclusive dos insultos. Por que, então, devemos continuar repetidas vezes ao longo do dia a escutar "piadas" misóginas, alimentando a crença na superioridade masculina sem uma punição aos agressores? Sabemos da força da palavra para produzir o que nomeia, sabemos que uma piada homofóbica, racista, está amarrada a um conjunto de permissões sociais e culturais que autoriza o piadista a transformar o outro em motivo de seu riso. Agora, é incalculável o estrago que imagens reiteradas de mulheres quase desnudas, que não falam uma frase inteligente, que estão ali para servir a sede masculina, invisibilizadas em duas tragadas, provocam na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Da mesma forma que o "piadista" racista e/ou homofóbico acha que tudo não passa de "brincadeira", o marqueteiro misógino supõe que sua "obra-prima" apenas retrata uma verdade aceita por todos, inclusive por mulheres: elas existem para servir aos homens. E como é uma verdade aceita por todos, por que não brincar com ela? Ou seja, nessa lógica, ele não estaria fazendo nada mais do que reafirmar algo posto. Será? Não é possível que defendam aquela sucessão de imagens violentas como "brincadeiras". Essa ingenuidade não cabe a alguém que sabe a força da imagem para criar desejos. O que pensam os formuladores dos comerciais? Que tipo de mulheres habita seus imaginários? Por que há essa obsessão pelos corpos femininos? Será que eles ainda pensam que as mulheres não consomem cerveja? Não se trata de negar a mulher-consumível, coisificada, pela mulher consumidora, mas de apontar os limites de uma estrutura de comercial que peca inclusive em termos mercadológicos. Tal qual o assassino que matou sua esposa acreditando que sua masculinidade está ligada necessariamente à subordinação feminina, a cada gole de mulher, o homem sente-se, como em um ritual, mais homem. Conforme ele a engole, ela desaparece de cena para surgir a imagem de um homem satisfeito, feliz; afinal, matou sua sede. É um massacre simbólico ao feminino. É uma violência que alimenta e se alimenta da violência presente no cotidiano contra as mulheres.

--- Berenice Bento é doutora em sociologia, pesquisadora associada do Departamento de Sociologia da UnB e autora do livro "A Reinvenção do Corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual". Atualmente no Departamento de Ciências Sociais da UFRN ---

Publicado na Folha de S.Paulo, 03/01/07.


Elizabeth no topo do mundo: Lady Di (Princesa Diana de Gales)

Entre os importantes papeis da princesa que revolucionou uma concepção de mundo, a menos importante considero ter sido esposa de Príncipe Charles, o primeiro na sucessão do trono inglês, mas foi após o seu casamento que Lady Di se tornou uma das mulheres mais famosas do mundo: foi considerada uma ícone da moda e dos ideais de beleza e elegância femininos e elevada a terceira mulher mais importante da monarquia britânica, ficando atrás somente da rainha Elizabeth II e da rainha mãe. Casamento inicialmente feliz, como pregam várias mídias, terminou em 1996 em meio a escândalos tanto por parte de Diana como de Charles. As tensões do casamento real acabaram com o sonho do casamento do conto de fadas, aparentando um imenso romance apenas em público e a união ficou conhecida internacionalmente na mídia como Guerra de Galeses. Mesmo depois da separação a princesa de Gales continuou sendo reconhecida como membro da Família Real Britânica por ser mãe do então 2º e 3º sucessores do trono inglês.
Diana tinha tamanho interesse em ajudar pessoas jovens o que estabeleceu o Diana Memorial Award, prêmio conferido a jovens que têm demonstrado devoção e compromisso com as causas advogadas pela Princesa. Admirada também por seus trabalhos de caridade os principais foram campanhas internacionais contra a AIDS e as minas terrestres, em 1987 a Princesa foi fotografada como sendo a primeira grande celebridade a tocar numa pessoa com o vírus HIV. Sua contribuição para mudar a opinião pública em relação aos aidéticos foi levantada em 2001 pelo presidente americano Bill Clinton, quando este disse:
Em 1987, quando muitos acreditavam que a AIDS poderia ser contraída através do toque, a Princesa Diana sentou-se numa cama onde deitava um aidético e segurou sua mão. Ela mostrou ao mundo que as pessoas com AIDS não mereciam o isolamento, mas sim compaixão. Isso ajudou a mudar a opinião do mundo, ajudou as pessoas com AIDS, e também ajudou a salvar as pessoas em risco
Em janeiro de 1997 Diana trabalhou como voluntária VIP no Comitê Internacional da Cruz Vermelha onde visitou sobreviventes das explosões de minas terrestres na Angola, e tinha interesse em evitar os prejuizos que as minas causavam as pessoas.
Seu falecimento em um acidente de carro em Paris/França trouxe um luto profundo ao reino Unido bem como ao resto do mundo, e seu funeral foi um dos eventos mais assistidos da história da televisão. Anos após nos despedimos de Diana seu nome foi cunhado pelo então ex-primeiro-ministro Britânico, Tony Blair como a princesa do povo, e servindo de inspiração em livros, jornais e revistas.
Embora fosse filha de nobres, Diana viveu e trabalhou como uma mulher normal que procurava independência e realização pessoal. Entrou para a brigada da "fita de veludo encarnada", uma associação para mulheres da alta sociedade que procuravam seguir padrões e valores bastante liberais, sendo vulgarmente conhecidas como "Sloane Rangers".

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Prefeita Mais Picareta da Cidade


Galera que está acampada na Câmara dos Vereadores da Cidade de Natal:

"A Prefeita Mais Picareta da Cidade

Minha Natal, essa é a última oração, pra salvar a população

O problema não é tão simples pensa, tem político roubando até merenda

Por favor Natal, isso não é brincadeira, a Prefeita Borboleta, isso é imoral

A PM vem ai pra acabar com a oração e acabar com a ocupação

O problema não é tão simples quanto pensa não podemos ir lutar contra a imprensa

Por Favor Natal isso não é brincadeira, a prefeita é picareta, isso é imoral"

*Paródia de A Banda Mais Bonita da Cidade

quinta-feira, 16 de junho de 2011

América do Norte vai sambar again


Guido Mantega não poderia mesmo correr o risco de perder a "piada" ao anunciar pela primeira vez que o risco soberano do Brasil é menor que o dos Estados Unidos. No anuncio feito em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Segundo o Ministro a Presidente Dilma Rousseff ficou muito satisfeita com o Risco Brasil ser menor que o dos Estados Unidos, avaliando a política econômica brasileira como correta o que solidifica o Brasil e impõe respeito diante do resto do mundo, colocando que “Estamos muito felizes com isso porque mostra a solidez da economia brasileira e a confiança que nós temos dos mercados”.
“Risco soberano não é aquele risco Brasil que vocês estão acostumados a ver; é o risco do CDS. O CDS, que é o Credit Default Swap, é um seguro que se faz, que os países oferecem para a exposição a títulos (…). Quem tem medo que possa haver um default, que possa haver um não cumprimento, não pagamento, faz um seguro”, explicou o Ministro da Fazenda. Sendo então o Credit Default Swap do Brasil (instrumento de proteção contra o risco de um devedor não cumprir suas obrigações) negociado abaixo do norte-americano. O seguro sobre a dívida brasileira tem um custo de 40.2 pontos-base e o norte-americano de 49.7 pontos base.

Fonte: http://blog.planalto.gov.br

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Professor Vitullo participa do #ForaMicarla


Marxista de carteirinha, o Prof. Dr. Gabriel Eduardo Vitullo (do departamento de Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) também fez sua participação no movimento popular de ocupação da câmara dos vereadores da cidade de Natal/RN pelo movimento #ForaMicarla.

Quem é Vitullo: Clique aqui

Voadora Leninista


Em "Estado e Revolução" Lênin dialoga com os anarquistas afirmando que estes não compreenderam bem as fases reais da transformação social, e que ao advogarem a abolição pura e simples de Estado e de seu aparato militar e burocrático não teriam entendido as lições da Comuna de Paris em que se fazia necessário a manutenção das funções administrativas de um Estado.

Moral da história...

Convido nesse momento em que alguns comemoram vitórias e outros apenas se conformam os leitores desse singelo blog a explicar a final de contas: "Qual foi o crime de Palocci?"Isso porque nunca vi tanta gente comemorando por tão pouco!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eleições DCE UFRN

Assim sem pedir nem permissão me apodero da falar da companheira Mel (MELAYNE MACEDO SILVA - Chapa 4) nesse momento conturbado da campanha eleitoral.

"Car@s.

Nosso Diretório Central de Estudantes- DCE é constituído por 19 coordenações eleitas de forma proporcional, ou seja todas as chapas que se candidatarem ao processo eleitoral e tiverem mais de 0,52% dos votos, tem direito a indicar uma representação na composição da gestão.
No último processo eleitoral obtivemos a seguinte composição:

PT+Independentes: 11 Da luta não me retiro
PCdoB=UJS+Independentes:04 A novidade pede passagem
PMDB+Independentes:03 Rompendo amarras
POR+Independentes:01 Poder estudantil

Essa mesma proporcionalidade é reproduzida nos Conselhos Superiores, CONSEPE, CONSAD, CONSUNE, CONCURA. Sendo que somente duas chapas se apresentaram para construir esses espaços. Nós Da Luta Não me Retiro e a UJS. É nos conselhos o espaço por onde passa toda a política administrativa, educacional e política da UFRN.

Tod@s quando participamos de uma eleição optamos por um programa político ao votar estamos avalizando uma proposta que será construída dentro de uma gestão. Caso sejamos sujeit@s políticos não só elegemos mas estamos atento@s a construir e fortalecer esse programa apresentado.
INFELIZMENTE (com letra maiúscula, como alguns citaram) as outras chapas que obtiveram 42% dos votos estudantis mesmo sendo ELEITAS esvaziaram completamente a gestão da entidade e a representação nos conselhos. Quem votou na “A novidade pede passagem/UJS” que teve 4 coordenações na gestão, ou no “Rompendo amarras/PMDB” que teve 3 coordenações, ou no “Poder Estudantil/POR” que teve 1 representante. O QUE ESSES GRUPOS POLÍTICOS FIZERAM DURANTE UM ANO PELO DCE? Vocês lembram da proposta de algum desses grupos?

No planejamento da gestão que foi marcado na casa de um companheiro que mora a menos 1km da UFRN no sábado a tarde justamente por não temos circular para chegar até o DCE e viabilizar a participação de tod@s. UJS não passou uma hora e o POR foi até o local para dizer que era inacessível e por não ser no DCE estavam se retirando. Somente quem tem carro chega no DCE sábado e domingo! Quem é elitista?

Sou de uma tradição partidária sim e nunca tive problema algum em assumir a postura partidária nos espaços partidários. E quem construiu ou constrói ME com esse campo sabe o respeito que temos a autonomia do Movimento Estudantil.

Fomos NÓS que pautamos no DCE para durante a SBPC realizar-mos um ATO político em parceria com os movimentos sociais (MST, ASSEMBLÉIA POPULAR, MMM dentre outros) na vinda de DILMA (na época ainda candidata) pelo limite de propriedade de terras. Não somente estar presente no dia para fazer fala, mas CONSTRUIR, assumir tarefa, passar em sala e mobilizar. Assim como fomos nós que fomos pra cima passando em sala mobilizando para construir uma plataforma de luta para apresentar as candidaturas da reitoria. E diante do cenário o DCE definiu a posição de voto NULO! Isso é atrelamento?

OBS. Na assembléia que fizemos em C.Sociais inclusive tivemos problemas, pois a intervenção autoritária e sectária a Corrente Operaria tentava o tempo todo inviabilizar o debate. Quem estava presente acompanhou e se não fosse o que eles queriam não tinha qualquer diálogo.

Não tenho problema algum em trabalhar com as críticas, elas são muito bem vindas e fazem parte do processo democrático e de crescimento. Agora acredito que como nós universitári@s que fazemos parte de uma pequena parcela de 13% da juventude brasileira que é privilegiada em ter acesso universidade temos também a responsabilidade de politizar o debate. E elevar o nível da discussão política, vivemos um processo de quase criminalização do militante partidário q faz movimento estudantil. Como se o fato de se organizar politicamente invalidasse a colaboração em qualquer movimento... Como assim? E o engraçado é que as outras chapas se posicionam como se não tivessem nenhuma concepção partidária. Não é correto colocar todo mundo como se fosse farinha do mesmo saco. Ao meu ver o problema não está nessa ou naquela chapa pq tem gente de partido. Mas sob qual leitura de partido e movimento nós temos e agimos. O PT com todos os criticas que possam e devem ser feitas temos 31 anos de construção partidária o que nos garantiu uma maturidade política capaz de entender que movimento é movimento e partido é partido. Temos capacidade política de dialogar com os mais diferentes segmentos e isso não nos dá arrogância para acha que somos os únicos capazes de colaborar com os processos de transformação onde atuamos. Nem nos dá o titulo de pequeno burguês. E caso o fossemos o processo de privatização das universidades investido por FHC teria continuado e nós não passaríamos de 19 mil estudantes para mais 28mil em dez anos.
O DCE esteve sempre aberto a receber e abrigar atividades das mais diferentes cores partidárias e ideológicas. De movimentos independentes como a Marcha da Maconha a espaços supra-partidários como o Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem que depois virou o Fórum Unificado de Natal. E com relação a esse fórum especifico fomos nós Da Luta Não Me Retiro que como atividade de recepção de calour@s reivindicamos o transporte da universidade para viabilizar a participação desses no movimento.

Igor quando você fala “incapacidade política e porra nenhuma foi feita, de forma efetiva” acho REALMENTE que é uma pena que você não tenha participado dos processos de luta que passamos, pois teríamos mais uma pessoa pautando a UFRN e mudanças que vc indica que gostaria na sociedade. Para você pelo menos ter acesso a algumas das coisas entre em nosso blog veja as ações de 2010 http://dceufrn.blogspot.com/search?updated-min=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2011-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=50 procure as desse ano Tb. Depois de uma boa análise reflita se fomos nós mesmo que não fizemos nada...

Com relação a UNE, quais coordenadores mobilizaram para participação no CONEB? Como foi a prática de seus representantes nesses espaços? Quem construiu o debate do PNE aqui na UFRN? Quem garantiu e pautou a participação das mulheres estudantes no Encontro de Mulheres Estudantes? Nós não nos retiramos desses espaços, assim como nós exigimos que a UNE tenha mais transparência pautando um conselho fiscal e editorial na entidade. E as outras chapas? Diferentes de outras chapas nós defendemos a participação da UNE sim, agora temos criticas a sua condução e pautamos dentro dos fóruns dessa organização. Agora por exemplo no debate do Código Florestal que é um projeto de um deputado do PCdoB e a UJS não quis tirar posição fomos pra cima e vamos tencionar mais ainda no CONUNE que terá eleição dia 28.

Sou muito solidária a sua situação de trabalhador e estudante cupro um expediente de 8h, chego tri cansada em casa, quando chego fico em dúvida de vou dormir ou fazer comida pelo esgotamento que sinto. E essa é a realidade de boa parte de estudantes que hoje estão na universidade. Por isso Helena, Agenor, Jodinaldo etc... Para nós foi uma batalha muito grande conseguir pautar uma resolução específica para bolsistas de apoio técnico que são a maioria filh@s de trabalhadores/as. Que estavam trabalhando até 12h diárias dentro de uma universidade pública, sendo usada como mão de obra barata. Agora além de horário máximo de 20h semanais, temos direito a férias a um plano de atividades, a participar de quantas atividades acadêmicas tivermos interessem sem qualquer tipo de restrição ou favorecimento.

Nunca se conseguiu mudar qualquer coisa no processo de paridade da universidade, é claro que o implementado não contemplou nossa proposta, mas conseguimos começar a mudar essa estrutura de institucionalização de 70% de representação de professores/as e do trator de docentes nos conselhos. Na discussão do CCHLA o POR ou a UJS não passou em sala para mobilizar não moveu uma palha pra ajudar no debate. E nós bem, estávamos junto com os outros CAs do CCHLA e pessoas que são independentes, anarquistas, socialistas, indignad@s ou pessoa que simplesmente não concordam com o processo representativo da universidade e que não se acostumam a ver as coisas como estão e ficam como expectadores.
Fomos nós mulheres da Luta Não me Retiro junto com as residentes que no ano passado que conseguimos quebrar o que historicamente vinha acontecendo na universidade de no primeiro semestre das 30 vagas de residentes tivemos 26 homens e 4 mulheres, no segundo semestre 28 homens e 2 mulheres. Somente nesse ano por resultado de nossa organização estamos com mais de 40 mulheres nas casas de estudantes. E onde estavam as outras chapas? O POR pelo menos aparecia no dia (pra fazer fala e fazer disputa), mas na mobilização? E a construção da pauta? Não acredito que pelo fato de não estar no dia da atividade vc não queira ou acredite nessa luta. Ainda mais nós que trabalhamos e temos que ralar para se auto-sustentar. Mas e aqueles que foram eleitos para isso. Onde estavam? São as mulheres trabalhadoras que ficam de fora da universidade quando não tem onde morar.

Assim como são essas mulheres trabalhadoras estudantes que quando engravidam e não tem com quem deixar as crianças abrem mão do ensino superior e se forem residentes são expulsas das residências universitárias... E aí vc vem pra continuar essa luta???

Fomos nós que exigimos da reitoria uma audiência pública para debater o sistema de segurança da UFRN. Para onde as imagens estão indo? Qual foi a eficácia das cercas da UFRN? Quais são os índices de criminalidade do campus? Que tipo de abordagem os seguranças são orientados a ter? Queremos poder debater isso.

Assim como queremos que a UFRN tenha uma ação efetiva para combater a Homofobia e a Lesbofobia na universidade e na sociedade. Quando 2 garotas foram agredidas na Recepção de Calour@s. Quem fez alguma coisa? Nossa ação gerou mais de 280 pots na comunidade de UFRN mostrando a necessidade da UFRN pensar de forma séria sobre isso.

Assim como fomos nós junto ao CUCA Circuito Universitário de Cultura e Arte que pautamos que a universidade não deveria financiar ou apoiar qualquer tipo de atividade sexista, homofobica ou racista. Assim como garantir disponibilizar a sua estrutura para que @s próprios estudantes tivessem condições de desenvolver e apresentar seus trabalhos.

Fomos nós que pautamos que no próximo festival da canção a premiação do jure popular fosse a mesma do 1º colocado, assim como a obrigatoriedade de que cada jurad@ escreva um artigo justificando suas posições nas votações e que nós estudantes tenhamos um acento no jure eleito de forma direta.
Por fim pessoal gostaria de colocar que nós da Chapa Nossos Passos Movem o Mundo não só queremos continuar avançando nas mudanças da universidade, mas deixamos muito claro a que viemos, quando ocupamos as ruas junto com milhares de estudantes para dizer #ForaMicarla e #ForaRosalba, de forma respeitosa a independência do movimento organizado. E ao invés de criticar as outras chapas depois de responder boa parte das questões apontadas. Gostaria de apresentar duas das nossas propostas

I- DCE NO MEU SETOR
A UFRN tem demandas diferentes em cada setor, aqui nós sofremos com a cantina e com a falta de espaços de convivência. No I e V o principal problema é Xerox, no IV é salas de estudos. Ou seja temos demandas diferentes. E nossa proposta é de toda a última sexta feira do mês o DCE ir a um setor de aula levar os serviços seus serviços e organizar uma série de oficinas de formação política em parceria com os movimentos sociais e atividades culturais promovida pel@s estudantes desse mesmo setor. Nesse dia nossa atividade principal é realizar uma grande assembléia do setor para que assim possamos discutir e encaminhar as pautas especifica dos setores. Além daquilo que é comum a to@s.
II- AMPLIAÇÃO DA DEMOCRATIZAÇÃO DA UFRN
A UFRN acaba de ter uma nova gestão, não somente na reitoria, mas todos os centros estão passando por processos eleitorais. Que terão a gestão de quatro anos, não podemos mais ficar de fora das definições políticas da universidade. Ferramentas como o orçamento participativo e plebiscitos e referendos são ações possíveis de ser construídas e que ampliam a participação da comunidade acadêmica. Queremos radicalizar no processo de democratização e definição de investimentos e diretrizes da universidade. Para isso precisaremos de tod@s então entre nessa caminhada conosco e vamos marchar lado a lado para que nossos passos movam a UFRN para um sentido mais democrático, anti-proibicionista, não sexista e realmente comprometido com aquilo que está posto em sua missão.

No + galera convido tod@s e tod@s para nos inserir no debate de forma respeitosa e não somente no virtual... Mas teremos o debate das chapas e dos conselhos acredito que tod@s devemos participar e se inserir nos movimentos da UFRN.

Por uma nova cultura política no ME. Eu voto Chapa4. E convido você a conhecer e colaborar com criticas e sugestões às nossas propostas, seja através do Twitter: @nossospassos do nosso endereço eletrônico: http://www.nossospassos.com.br/ no debate em sala quando passarmos para apresentar as propostas ou em qualquer espaço em que o diálogo e o respeito se fizerem presentes.
Ozeias, Mariano, Mila e Olavo valeu pelo respeito e solidariedade."

"Respeito acima de tudo, candidatos!"

domingo, 5 de junho de 2011

Importância da Realidade Social na Sola do Sapato

Recebi reclamações de terceiros justificando a ausência de leitura no Blog Pasárgada BR: "Seu Blog só fala de Política! Lá não tem moda, tem?" Moda não é, e por mais que me esforce, nunca será minha especialidade. E bom que o senso comum às vezes é tão mal instruído que nem sabe pronunciar o título do Blog, chamam-no de Pasargada.
Bem, o dia 5 de junho de 2010 está sendo bem reflexivo para a blogueira que vós escreveis, e antes de querer me enciumar penso em usar meu talento dialógico, político, crítico em formular mais uma das minhas milhares teorias sociais, tentando trazer a realidade crítica para próximo da realidade condicionada a qual a maioria das populações se abrigam, e então falar de moda da forma que mais me sinto intima em falar: criticamente possível.
Como então a sola de sapato pode ser mais importante aos debates do que as teorias de humanos que passaram por vários desafios empíricos e estudos teóricos para serem formuladas? Simples, a mente de quem cultua sola de sapato de marca está condicionada a um livro mais simples de ser alcançado: as mídias modernas. Assim, há uma incrível acessibilidade das teorias de homens que movem as cabeças para os desejos mais materiais dos povos. O mundo se ver então numa sede incrível de consumir coisas ao invés de cultuar pensamentos científicos e críticos, nossa querida modernidade leva homens e mulheres a considerar mais importante teorias de Christian Louboutin do que as de Zygmunt Bauman, ambos dispostos na modernidade de formas bem diferentes.
Eu não sei o que é toda aquela cientificidade que aparece em "O Diabo Veste Prada", e ainda não conheço essa raça canina chamada Jimmy Choo. Orgulho-me de conhecer Bauman, Foucault, Bobbio.
Mas o que vemos ocorrer é simplesmente uma inversão de valores sociais, onde o culto ao consumo move mentalidades a buscar uma conferência com Ralph Lauren, e depois sair perguntando no sentido bem popular de quem é Howard Becker no jogo do bicho.
Enquanto a humanidade for cultuando solados vermelhos, ela vai sendo pisoteada pela sua própria ignorância capital, e deixando a oportunidade de buscar se desenvolver seu sentido crítico assim se alienando por marcas e teorias de riqueza e pobrezas formuladas por quem cultiva a vaidade e lucra com esse analfabetismo científico, e servindo cada vez mais de estudo para os cientistas críticos que usam das ideologias moderninhas e nominam os escravos dessa alienação feita pelas marcas de "Senso Comum".
Conclusivamente, a alienação é mesmo a maior felicidade dos homens.