domingo, 29 de maio de 2011

Em defesa do Capitalismo

É por coisas pequenas que observo todos os dias uma notável contradição entre discurso e prática. Atores sociais do meu convívio diário caem aos poucos contra suas palavras quando partem para a elementar prática capitalista. Não sendo proferido como coisa dada, pois tudo que é humano não é simplesmente formulado preexistindo ao homem, mas o capitalismo como sistema social, econômico e político se estabelece no cotidiano de várias sociedades sem muitas vezes nem percebemos que ele chegou de modo a se concretizar conscientemente, e por mais que se combatam seus pensamentos o sistema é forte o suficiente para se impor as vontades dos homens.

Muita gente se sente até insultada quando de modo ingênuo recebe qualquer honra de burguês, por menor que está seja, e ridiculariza o capitalismo de modo mais demoníaco possível sem ao menos dar um direito de resposta ou defesa para o sistema. Entre demais implicações sociais o capitalismo de formaliza muitas vezes num agir econômico e um modo de produção estrito, mas levantar pontos do capitalismo apenas no seu meio econômico nos deixa a desejar o entender de fenômeno social bem mais amplo.

De um modo geral, as relações sociais capitalistas são conduzidas por uma modernização da sociedade voltada bem as suas implicações industriais, liberais-democráticas e complexas do modo de produção, se modo a existir como um subsistema econômico. Nessa formação social capitalista então temos um conjunto de comportamentos individuais e coletivos, e entre suas principais identidades e suas implicações ideológicas, o sistema como um todo capitalista se constitui principalmente pela produção, distribuição e consumo dos bens; a característica mais marcante que é a legitimidade da propriedade privada dos meios de produção onde se faz necessária a presença do trabalho assalariado livre; formalização do sistema de mercado por iniciativas e empresas privadas.

Entre os elementos que particularmente mais me agradam é a modernização política que culmina na formação do sistema político liberal coexistindo como Capitalismo, onde há os processos de racionalização dos meios e métodos para a valorização do capital e a exploração das oportunidades de mercado para o efeito de lucro e a racionalização na conduta de vida individual e coletiva.

Segundo Norberto Bobbio “Todos os elementos que circunscrevem o capitalismo, até o subsistema econômico, devem serem vistos dentro de fatores contextuais extra-econômicos” onde há relações de força de poder ou a outros pressupostos culturais. E dentro dessa ordem cultural que é equivocado pensar o capitalismo apenas como um modo opressor de massas e definidor de comportamentos socialmente aceitáveis por meio do consumo material, mas o capitalismo não é unicamente um modo do culto ao consumo, mas se fortifica em relações sociais que movem os homens num único sentido: poder. Seja ele político ou econômico, o poder capitalista ao qual nossa cultura tanto busca se estabelece de modo a ser alcançada por vários meios que apenas não se deixam acomodar pelos conformismos. Além disso, nossa cultura capitalista em seus modos mais libertos motivam a inconstante busca pela modernização social, onde busca satisfazer as vontades capitais de cada vez mais pessoas e evoluindo de modo a se desprender sempre das concepções seculares de outras correntes sociais, políticas, econômicas, enfim ideológicas. O sentido livre capitalista nos dar essa possibilidade de evolução social, mesmo que não seja um processo unificado, tendencioso ao unilateralismo.

O capitalismo então como fenômeno social e político durante seu contexto histórico se constitui então como uma sociedade de fatos econômicos, e legitimo no plano de abstração cientifica e da operacionalização da ação econômica. Aqui então se conclui primeiramente o capitalismo como uma sociedade o sistema social global.

Referências: BOBBIO, Norberto. Dicionário da Política. Brasília: UNB, 1998.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Contra o "Defeito Borboleta" e "O Diabo Veste Rosa"


O dia em que a cidade de Natal/RN parou contra a aliada incompetência das nossas governantes, a prefeita Micarla de Sousa (PV) e a governadora Rosalba Ciarllini (DEM) . Durante o período de greves de várias repartições públicas o Estado parou, e as #hashtags foram para as ruas fazer valer seus direitos e dando orgulho a uma população que está cansada de ouvir sempre o mesmo discurso de quem está no poder e não faz nada. O povo agora quer atitude, se não tiver resposta então tomaram uma! Parabéns, Natal!! Finalmente acordando para essa realidade e parando de reclamar de braços cruzados!

(O video seguinte é para descontrair, um clip que retrara a atual situação da cidade de Natal/RN)
Videos: @buracosdenatal

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Contra a mentalidade em conserva


Por pouco essa postagem não se chamaria, “O homem em conserva”, mas fiquei mesmo eu pensando se a pessoa em questão merecia algum título de humanidade por tamanha brutalidade que apresenta no seu discurso. Enfim, eu não gosto de perder meu tempo falando de gente que realmente não vale à pena, mas o nosso mais novo personagem das mais gritantes vergonhas que o país deve ter não está ficando quieto ao ponto de simplesmente ignorar o que ele vomita em forma de palavras. Jair Bolsonaro, diferente de outros personagens que se encontram no blog, não ganhou espaço pela sua importância na vida social e política do nosso país, mas por está interpretando o papel do palhaço político brasileiro com atitudes baixas, desrespeitosas e que agridem com a sua ignorância os avanços sociais e políticos da humanidade.
Gostar-me-ia de entender como alguém que está para o trabalho do bem comum tenta usar dos meios públicos para atacar uma lei de ordem federal. Eis que as medidas ultimamente adotadas e a força de uma lei federal agora chegam à forma de tendência. Lembro-me muito bem do medo das comunidades religiosas nas eleições passadas, o medo de se guardar os direitos da união civil homoafetiva; minha resposta era sempre a mesma: isso é uma questão de tempo! Em outros países (principalmente os desenvolvidos) essa união civil, dentro da ordem de proteção civil, já é bem valida e não exclui os valores das instituições familistas colonizadas.
Ser homossexual assumido não denigre a autenticidade sexual que “heteros” tanto temem, e muito me envergonham os personagens políticos que abrem sua boca com discursos coronelistas. Ultimamente o ex-governador do Rio Grande do Norte, Geraldo Melo (PPS), usou da rede de microblog mundialmente conhecida (Twitter) de forma equivocada para propagar suas idéias do século em que foi um profissional político governador. Entre suas infelizes declarações, Melo colocou: “Estamos ensinando as nossas crianças que é bonito ser homossexual. Será que não dava para ensinar também que não é feito ser heterossexual, ou não pode?”.
Sendo-me dada a oportunidade de resposta e defesa da classe, e principalmente defesa da evolução das políticas humanas e da liberdade, mas aqui não se trata de um manifesto popular para o incentivo de práticas homossexuais, mas estamos marchando para aquela “paz” entre os povos que as campanhas sociais tanto defendem. Entre o senso ilógico comum da sociedade sobre o caso da defesa dos direitos de casais homoafetivos, a imoralidade é bastante utilizada para defender hábitos de mentalidades construídas sobre critérios preconceituosos, e como todo não passa de um conhecimento mal estruturado. Trata muitas vezes de modo inadequado a questão da homossexualidade, como se o simples fato de se estar escancarado às condições homoafetivas fosse algo imoral e promiscuo e muitos acham mesmo que defender os direitos gays condensa “nossos filhos” a participarem de práticas homoafetivas; ledo engano. Muito me admira as inúmeras tentativas do Brasil ser um país moderno, não estou dizendo que para ser moderno tenha que ser gay, mas o nosso grande dilema social está justamente nessas tentativas de ser um país moderno nos limitando ao ditames de ordem colonial.
Pessoal que se diz moderno e é fortemente contrário ao que chamo de EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS HUMANAS E DA LIBERDADE é bastante contraditório quando se apóiam em mentalidades colonizadas: ideais familistas, hierarquias sociais, ditadura religiosa. Todas as instituições que formam perfis sociais, mas que fazem uma verdadeira resistência às evoluções sociais. Aqui a Igreja é grande vilã: como uma instituição que diz aceitar a todos como iguais exclui esses personagens que compõem a vida social.
Gay não é um animal que deve ser tratado sempre antes do cansativo discurso do “longe de mim”. Gay não é um criminoso que atenta contra a integridade de “moral” familiar e religiosa, arcaica, ultrapassada, quadrada, condensada e colonizada. Gay é gente e ser humano, como eu, como você que lê essa postagem, que merece que seus direitos sejam resguardados sobre ordens civis. Ser gay não é insulto para ninguém, apesar de sua imagem ser usada ainda para fins discriminatórios. É muito triste que não em pleno século XXI, já que neste ainda tenhamos sociedades primitivas e que muitos ditos modernos parecem ter nascido entre selvagens, mas que em pleno passo da modernidade social ainda tenhamos pensamentos que nos prendem as eras coloniais, que propagam a discriminação e que estejam presos aos conformismos arcaicos.
Se for para sermos enfim modernos, que nos desprendemos totalmente dessas mentalidades em conserva, esse não é um apelo para que a humanidade saia soltando a franga, mas que ela enfim faça jus ao nome que carrega: humanidade! No sentido livre das más influências que aos poucos matam as esperanças de quem quer ver finalmente a modernidade florescer, e a igualdade das relações entre os povos. Não sejamos mais escravos da ignorância!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eleições do CCHLA UFRN


Enquanto a Chapa 2 já demonstrou que representa um projeto burocratizado de gestão, a Chapa 1, encabeçada por Alípio de Sousa Filho e Durval Muniz, é a expressão de uma nova visão crítica para o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. A chapa 3, com um discurso de moderação no equilibrio de forças, parece apresentar mais afinidades com a Chapa 1 do que com a Chapa 2, o que, consequentemente, confirma ainda mais que a eleição será polarizada entre a Chapa 1 e Chapa 2.

Herculano (Chapa 2) não tem carreira acadêmica e desenvolveu suas práticas profissionais na UFRN a partir da ocupação de postos administrativos. Não conhece os problemas e os desafios que o CCHLA tem de enfrentar.

A prerrogativa que falta para a Chapa 2, sobra para 1. Com reconhecimento acadêmico nacional, Alípio de Sousa Filho e Durval Muniz apresentam um horizonte positivo no sentido de forjar novos espaços de produção de conhecimento e de intervenção analítica nos problemas e nas questões pública da cidade e do Estado.

Com as eleições para diretor do CCHLA se aproximando, alguns Cartistas, mantendo um posicionamento claro e objetivo e sem cultivar qualquer tipo de pseudo-imparcialidade, indicam o seu voto e apoio, por todos os motivos elencados, em favor da Chapa 1.

Alyson Freire; Carlos Freitas; Daniel Menezes; David Rego http://www.cartapotiguar.com.br/?p=8309

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Depoimento da Professora Amanda Gurgel


Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública.

Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil.

Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

E a burguesia brasileira?


Durante anos um dos assuntos mais falados da realidade socioeconômica do Brasil se resumia num refrão de uma banda hoje pouco lembrada (acho que "As Meninas"): "é que o de cima sobe e o de baixo desce!”
Não é querendo tomar partido positivo da situação, mas a realidade brasileira foi se moldando desde os tempos em que a letra da música foi escrita e freneticamente lançada para diferente do que era cantado. Não se pode negar uma tendência que descrentes ainda conspiram contrariamente, economicamente o país evoluiu (e eu nem preciso revelar fontes) tanto que tivemos que frear (não parar) a valorização da nossa moeda a fim de se manter o ritmo de desenvolvimento em momento propício a realidade brasileira. E junto com elas vieram inquietações, não só por parte das oposições (extremas liberais e extremas socialistas), mas como também as conspirações acerca dessa realidade ascendente.
A campanha de distribuição de renda da política brasileira não chegou aos confins de se efetivar ao ponto de respirar como missão cumprida, ainda há uma realidade enormemente pobre: há! Mas nesse plano político não veio em vão, o que mais se objetivava era a ascensão social a no mínimo uma situação de classe mediana, vulgarmente conhecida com classe média. Num país que antes se falava em miséria, pobreza, fome, hoje tem um comportamento não extremamente inverso, mas o que vemos todos os dias nos noticiários é o poder de compra, e aqui se fala em condições, dos novos brasileiros, ou seja, a classe média.
Condições foram favoráveis a essa notória mudança, como: maior demanda tendo acesso aos empregos e instituições de ensinos públicos; fortalecimento de programas sociais; controle Estatal interferindo diretamente na economia; entre outros. Tais condições foram aos poucos moldando também o novo perfil brasileiro, tanto que nossa pirâmide etária está ganhando nova forma e levando o Brasil a se preocupar mais a cada dia com fatores previdenciários, como em muitos países desenvolvidos.
Esse "bum" da economia acessível à necessidade de se formar uma nova classe de super consumidores na realidade brasileira foi um mérito para quem desejava alcançar condições favoráveis no poder de compra, e em uma visão particular houve também uma decepção por parte dos então "Socialistas" brasileiros.
Tomo a liberdade de falar diretamente no nome dos envolvidos não por conspirações mascaradas, mas por base e fundamentação empírica presenciada sobre os discursos dos "incomodados". O que se esperava era uma tomada de poder de uma classe subalterna? Levando em conta os valores monetários esse poder veio para a realidade do brasileiro com o seguinte discurso: "tantas vezes sem juros, no cartão, prazo de 'n' dias em 'n' prestações!" o poder elevado de comprar e consumo é a grande micose dos extremos socialistas, incomoda não pelo fato de o povo poder ter, mas pelo fato crescente de outro extremo.
Com maiores condições de compra não há uma inversão onde os "pobres" assumam o poder, mas o que talvez não fosse esperado pelo novo comportamento social brasileiro era a ascensão dos ascendidos, ou seja, o rico mais rico. Numa equação bem simples: brasileiro que compra mais dá condições para que outro brasileiro venda mais, produza mais e lucre também. Simples! A grande política que se viu nos últimos anos foi uma tentativa de se libertar do internacional, de se desmembrar do importado para que se cresça não somente as "condições de vida" dos consumidores, mas que também sejam favoráveis as condições de produção do nacional que se desenvolve acompanhando essa realidade econômica.
Tanto se fala de uma burguesia brasileira que teve forte auxílio das políticas da situação, mas esse auxílio veio acompanhado do arsenal de condições do povo. Onde se compra mais, se lucra mais, se o povo tem melhores condições de comprar, eu tenho ótimas condições de lucrar. A realidade dos ricos foi crescendo com a dos pobres, deixando a linha de baixa renda para de renda média eles necessitam de melhorias de consumo que aqueles que de renda superior tem condições de vender pela simples força do poder de comprar dos que buscam os objetos (sejam eles físicos ou intelectuais) para suprir as necessidades da sua nova realidade.
E a burguesia brasileira?
Vai continuar crescendo e evoluindo, ao passo em que a classe média cresça com seu poder qualitativo e quantitativo. Você compra mais, eu vendo mais, assim caminha a realidade social, política e econômica no Brasil!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Comemoração (des)confiante

O mundo hoje comemora mais uma de suas tão buscadas vitórias, a derrota de um ícone terrorista: Osama Bin Laden. Comemoração bastante confiante, como se houvesse um verdadeiro alívio e uma sensação de missão cumprida. Será?
Finalmente conseguiu-se destruir o mentor de várias mortes, o causador de insônias políticas e de insegurança mundial. Mas nem tudo são flores nesse momento, uma morte tão desejada não vem acompanhada certamente de tanta festa. Além de Bin Laden tivemos o exemplo de Hitler, que apesar de ser pintado como um demônio da história contemporânea ainda é alvo de culto e veneração de seitas neonazistas. Por isso anteriormente chamei Osama de ícone terrorista, isso porque a guerra contra o terror não acaba com a morte de seu líder, muito pelo contrário, ela tende mesmo a se valer com mais força... No lugar de Bin Laden aparecerá outro líder a ser venerado pelos terroristas, a ser o mais procurado mundialmente.
Essa morte é apenas uma das muitas perdas da Al-Qaeda, e que sem sombra de dúvidas virá com ênfase pela sede de vingança contra o império norte-americano e sobre o discurso de honrar a memória de um influente mestre na arte terrorista. A morte anunciada de Bin Laden não é mais um alívio, apesar de ser considerado um momento de se fazer uma justiça baseada no código de Hamurabi, mas é mais do que esperado que haja uma constante retaliação dos atos terroristas.
A Al-Qaeda não acabou com a morte de Bin Laden, assim, o medo do terrorismo ocidental também não. Estão vivos ainda os influenciáveis dessa corrente sócio-política terrorista, dispostos a vingar a morte de seu mestre e crentes em uma base inconsciente da Lei de Talião. E principalmente dispostos a atacar aqueles que atacam com seu domínio o restante do mundo.