sexta-feira, 18 de março de 2011

Perda de Identidade

Umas das perguntas mais feitas pela humanidade: "Quem somos nós?". Mas aqui não quero filosofar sobre isso, onde quero chegar não é numa quimera sobre o que direciona nossa existência no planeta. A pergunta sobre 'nós' que quero fazer é: "Como somos reconhecidos?".
Pensando muito sobre o assunto, vi que muitas vezes para ser reconhecido socialmente você deve às vezes não dizer quem você realmente é, mas usar de uma arte para fins populares. Por exemplo, na Universidade sou reconhecida pelo Pseudônimo de "Senadora" (não só pelos colegas, mas por alguns professores também) ou simplesmente "Mila". Será que se fosse apenas Camila seria reconhecida do mesmo modo?
Na cidade do interior onde nasci e vivi boa parte da minha vida não sou conhecida simplesmente como Camila, Mila, Senadora ou qualquer outro nome. Uma das relações de reconhecimento pessoal que mais se fazem nesses lugares é que você nunca é "você de si próprio" é sempre reconhecido como sendo de alguém ou de algum lugar. Uma marca característica das relações pessoais daquele lugar, que mesmo insistindo em nunca mudar, me deixa um pouco constrangida ao falar em referências de outras pessoas fazendo parecer que você sempre é aquele objeto que pertence a determinada pessoa ou lugar.
Lembro que um dia incomodada com essa situação me queixei desse tipo de tratamento de reconhecimento e meu pai disse o seguinte:
- Não reclame! Você é Camila, de Chico, de Antônio, de João do Treme!
4 gerações familiares para identificar uma pessoa, é um pouco demais?!
Vim morar na capital (Natal/RN) e conhecendo pessoas no cursinho pré-vestibular começamos a descobrir características de identificação entre uns e outros. Era Mila de Caicó, Diego de Grossos, Thaíza de Pedro Avelino, Rafael de Quixadá, Hugo de Santa Cruz, Daniel de Japí. Isso sem contar nas vezes que éramos chamados pelos lugares de origem, o que sempre ocorria de vir acompanhado de algumas piadas pelo fato de sermos todos interioranos.
Isso é pensar até que perdemos um pouco de nossa identidade para sermos não somente nós mesmos por sermos próprios, mas sempre seremos o "eu" com alguma referência. É a pessoa pertencendo sempre a lugar ou alguém como referencia para sempre sabermos quem somos na verdade.

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