Eu não pude deixar de ridicularizar essa afirmação:
"Por "apenas" R$ 28 reais você poderá adquirir o Deus de Pelúcia! Isso mesmo que você leu!A aberração está entrando à todo vapor no mercado dito evangélico. E, o pior, sendo aceita...
Essa é uma visão que muitos empresários “cristãos” apresentam, de maneira direta ou indireta. O Senhor Jesus é simplesmente um mero produto, bem vendável. Ora, nada mais infernal, não é verdade? Como alguém ousa negociar o mais precioso dos nomes? É muito atrevimento demoníaco!"
Fundado em poucos e fracos argumentos, quebravéis por sinal, um blog gospel está criticando uma bobagem, é serio, fazendo inferno por nada. Tratar de aberração porque? Queira usar meu discurso de estudantes das ciências humanas e sociais para deter essa discriminação meramente simbolica.
Antes de tudo, que fique bem claro, sou uma pessoa de formação religiosa católica, e mesmo tendo que suportar pela ética a que me cabe as ciências sociais, não escondo a minha intolerância ao fanatismo religioso. Acredito nos santos, foram pessoas que existiram, que alguma passagem fizeram pelo mundo. Eram seres personificados, concretos, gente viu, conheceu pode tocar e se falaram foram ouvidos e respondidos. E Deus?
Mesmo sendo católica eu acabo caindo na racionalização de uma reladade social. Gente, Saramago sempre acertou, Deus não existe. Aliás, volto atrás, Deus existe mas só na cabeça e na ilusão de cada um. Cada ser tem Deus da maneira que achar mais confortável, e adapta a "divina-sagrada-intocável-imaculável" santidade de Deus de acordo com cada interpretação. É isso, a reladade social é simplesmente um dado interpretativo criado e construido pelos homens.
As interpretações religosas para mim são umas das mais aberrantes.
Começa pelo vômito do discurso dos religiosos, que sempre tendem a determinar os falsos moralismos pelos quais o senso comum religioso, conservador alienado, desse modo moralista, não percebe que é manipulado pela ideologia do discurso religioso. Manipulado sim, porque se você se faz obrigado a pagar dizimo, conceder materiais aos pastores, bispos e outros charlatões que prometem as mentiras do mundo irreal em trocas materiais.
A Igreja é a grande defensora de que o homem deve procurar sempre as forças espirituais, e desprendido assim dos bens materiais. Ai nesse ponto eu pergunto: "Porque a Igreja não começa dando o exemplo? Porque não se desprende do materialismo?". Seria então justo que tivessemos representantes religiosos por vocação, mas o que o senso comum religioso não acorda para o fato de que esses 'representantes' são profissionalizados.
Deus nem é um nome precioso, muito menos poderoso. O Deus do fanatismo nem nome tem, ele é só Deus, e deus não é um nome, é um desiguinio de divindade e crenças religosas, cosmológico. É apoiar a fé numa coisa insolida, fácil de ser transformada, descontruída. Assim sendo, deus é uma ideia, a compreensão de um fato social ideológico, criado e construído para ser usado como uma coerção social.
Tão simples de entendermos isso, são os evangelicos que jogam uma fé em um ideal de representação e são manipulados a queimarem na fogueira santa, o que lhe é seu por direito natural (direito a propriedade privada). São iludidos por determinios discursos dos charlatões representantes religosos. Pelo discurso ideológico¹ religioso.
Deus é tão maleavelmente interpretado e vendável, mas o alienado senso comum religioso não atenta para essas questões racionais. Quem é Deus? Quem souber me responder concretamente eu irei aplaudir! Deus é uma dada convenção simbólica, isso é um fato tão claro porque deus tem diferentes interpretações em diferentes grupamentos religiosos culturais. A principal caracteristica de que deus é maleavelmente interpretado é que várias culturas se existe vários deuses, ou um deus... no fim, deus não é um só tanto que nem tem nome próprio.
Deus é facilmente vendável. O pastor discursa que deve-se dar dinheiro para uma Igreja em nome de deus em troca de um promessa da vida eterna, da convenção cosmológica da vida após a morte. Mal sabe o senso comum religioso que isso não passa de discurso dos oportunistas da religião para delimitar uma coerção a fim de uma finalidade puramente econômica, ai se deixam levar pelas aberrantes falsidades vistas nas palavras altamente interpretadas.
As pessoas personificam deus em tantas coisas: está numa biblia, numa medalha, num terço, numa estátua, numa pintura. O que há de aberrante em personificar deus em pelucia? Se isso é negativamente visto, então deveriamos "demonizar²" as biblías, as medalhas, os terços, as estátuas, as pinturas, os pastores, tudo que se faz de imagem de deus então não pode ser personificada já que ele é um mito intocável. Um bom exemplo é em "O auto da compadecida" de Ariano Suassuna, que se a gente pode bezer um motor, porque não pode bezer a cachorra?
- Você como católica, não tem fé em deus?
- Deus não existe, ele é apenas uma idéia! Fé vem de crer, e deus não pode fazer nada por mim, só eu mesma, só eu posso fazer algo por mim, não creio em mitos, mitos vem do falso. Tenho fé em mim mesma, logo, meu deus sou EU!
"Nem todos, mas milhões e milhões de indivíduos mantêm uma relação com um além ignorado, mas cada um adora seu Deus ou seus próprios Deuses."
(Norberto Bobbio)
¹Discurso ideológico: mecanismo usado para manipular e dominar por falsos moralismos. Coerção social sem o uso da força.
²Quem disse que o demoniaco pode ser algo ruim?