Historicamente, nosso país recebeu centenas, milhares de povos. Cada um que habitou essas terras trouxe também de suas origens marcas particulares da cultura. Essa mistura de povos e crenças leva ao estimulo de uma miscigenação onde a pergunta que fica é: qual é a religião certa do Brasil?
Aqui católico fala que budista é errado, que a maçonaria é satânica, que evangélico é neurótico. Aqui evangélico diz que está acima de todos, que Nossa Senhora não tem importância. Aqui religião de preto é diabólico, axé e candomblé devem ser temidos. Aqui espírita é idiota, ateu é ridículo, e islâmico é terrorista. Mas afinal, qual a constituição religiosa do Brasil?
Cada um com sua crença, o melhor assim seria se cada um assumisse seu devido espaço.
Em um país com essa mistura o mais fácil seria dizer que não há o mais certo e o mais errado. Assim, etnologicamente falando, não existem superiores e moralistas. Pelo contrário, o que vemos são claramente exemplos de pseudo-moralismos nas nossas instituições religiosas, entre elas a que se dizem mais certas, as grandes precursoras das histórias religiosas.
O que estamos vendo no processo eleitoral brasileiro de 2010 é o que se pode chamar de Guerra Santa, onde as ideologias religiosas foram usadas para manipular uma massa de fiéis religiosos através de suas construções morais. Como tão corretamente morais que chegam a ser contraditórias, pois não deixaremos esquecer-se de quantas meninas foram punidas moralmente pelas Igrejas e Templos (Católicos, Evangélicos, etc.) por praticarem abortos quando ainda não tinham idade de serem reconhecidas como adolescentes e que por outro lado o pai da criança abortada foi no mínimo protegido pelos porões de entidades religiosas. Sobre "pai" leia como "aquele que conduz a instituição religiosa" (padres e pastores).
Minha mensagem é: Deixe a política que se faça pelos eleitores e a religião entre os fiéis.
É no mínimo lamentável o curso ao qual se deu nossas eleições, onde os candidatos agora têm que adotar uma metodologia baseada na aderência a aceitação dos fiéis, e não mais são tratados como eleitores.
Nossa política pública, a nível país se viu resumida aos interesses particulares de entidades religiosas. Onde os profissionais políticos se lançam em uma base tremula para agradar gregos e troianos (fiéis e eleitores).
Qual a religião do Brasil?
Países que se constituem baseados em uma fé religiosa têm um vasto histórico de guerras sangrentas onde economia, política, sociedade e Estado estão assentados em fundamentalismos religiosos e que, pode-se comprovar que: não dá muito certo. Onde tudo que rege um país fica associado às doutrinas religiosas temos conflitos de interesses sempre voltados às moralidades religiosas.
No Brasil, está se fazendo uma jogada eleitoral focalizando muito as ordens religiosas. Isso, particularmente falando, não é bom! Nossos profissionais políticos perdem então o sentido de respeito a democracia pelas honras religiosas e seus regimentos sensacionalistas.
Acorda, Brasil! O que está em jogo agora são os discursos de influência do bem-comum e da estabilidade do Estado. Não vamos deixar que os comícios se transformem em cultos e missas!
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