T
|
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Privataria Potiguar¹
domingo, 17 de junho de 2012
Disciplinamento para o autofinanciamento
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Bruzundanga¹ Rodoviária
segunda-feira, 16 de abril de 2012
O Ultimo Figueiredo
Com uma alternância imprevisível de avanços e retrocessos
Vingara
Mas ainda pairava bastante incerteza no ar.
Mesmo governo que prendeu sindicalistas
ei de extinguir os senadores biônicos.
Enfim, liberada a Calabar... o Elogio da Traição,
e mesmo o compositor teve seu show proibido.
Foi nesse Brasil, que oscilava pendularmente entre a restauração democrática e o lixo autoritário remanescente.
Vida: título singelo e emblemático."
Imagem: http://entretenimento.r7.com/blogs/giuseppe-oristanio/2009/10/15/10152009-015230-pm/
adaptado
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Romantismo Político
“Micarla quer se reeleger prefeita da cidade de Natal (RN) com 90% de reprovação. Será que consegue?” Eu digo que sim. Isso não está somente na má campanha de sua gestão, mas é aquilo que o brasileiro bem conhece no exercício político eleitoral de esquecer e não olhar para o passado.
Depois do caos no começo dos anos 90, o presidente Collor impugnado do mandato por pressão popular volta anos depois como senador. Não acho impossível que o mesmo ocorra com a prefeita Micarla de Sousa. O dom político da demagogia é o que possibilita que esses fenômenos abigobalíssimos ocorram, isso porque o político que pretende alcançar o poder já viu que o povo não gosta que represente em suas campanhas a realidade nua e crua (dados, estatísticas, números e feitos), mas o que acontece é um show de novelas e dramaturgia, onde o discurso é moldado baseando-se naquilo que o povo quer ouvir.
O típico discurso Malufiano onde tudo de errado poder ter sido feito, mas que no fim das contas são cegadas quando se prega a questão do trabalho que o povo tanto idolatra: “Roubei, mas eu trabalho!”
#ForaMicarla, ocupação na câmara dos vereadores, as passeatas que mobilizaram e deram o que falar em Natal não serão esquecidas, tanto quanto foi o impeachment de Fernando Collor, mas que o povo se deixará iludir quando a filha de Carlos Alberto de Sousa abrir a boca para falar dos valores da instituição familiar ao seu favor, e acoplando isso as quimeras de ações políticas, eu não tenho dúvidas.
O que falta então, o lançamento de uma proposta de educação eleitoral sólida, ensinar mesmo ao povo a não cair em suas contradições políticas, e parar de ver o horário eleitoral como novelinha das necessidades perdidas. Vimos isso muito bem quando nas eleições presidenciáveis passada teve candidatos que enfatizaram a família e a religião, quase não colocaram o Brasil de fato, iludindo muita gente. Quem gritou revolução perdeu fácil, e quem chorava a institucionalidade da família, das Igrejas e da sexualidade, acima da realidade nacional quase botou a funcionalidade de projetos políticos a perder.
Falta de educação, falta de racionalidade política. Vi gente mediana defendendo determinados candidatos por sua constitucionalidade crítica e política, e vi uma gente de bairros periféricos defendendo candidatos que na realidade não trabalham por causas sociais, e sim puramente capitais, defendiam candidatos indiscretamente neoliberais em oposição à incerta opção sexual.
O povo precisa saber em quem votar não somente a partir da constituição do discurso eleitoral e seus fascínios demagógicos, educação eleitoral para estudar quem são, constituição partidária, funcionalidade política, aplicabilidade democrática, projeções econômicas e pretensões sociais.
Enquanto uns se iludem de um lado, eu vou aqui com minhas quimeras políticas. Sonhando com a institucionalização de um povo educado politicamente, crítico e combatentes das alienações demagógicas. A democracia sendo feita num nível alto de instrução. Ah, que doce ilusão a minha.
domingo, 9 de outubro de 2011
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Lula em Paris: imprensa sabuja dá vexame
Redação Carta Capital 28 de setembro de 2011 às 16:53h
Circula há alguns dias na internet um debate sobre o mérito de o ex-presidente Lula ter recebido o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris, mais conhecido como Sciences-Po, na terça-feira 27.
Em seu blog Balaio do Kotscho, no R7, o experiente jornalista resume a vergonhosa cobertura dos colegas brasileiros. Confira:
Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?
Começa assim, acreditem, com esta pergunta indecorosa, a entrevista de Deborah Berlinck, correspondente de O Globo em Paris, com Richard Descoings, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po, que entregou o título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, na tarde desta terça-feira. Para outro colega, pareceu estranho premiar um presidente que se orgulha de nunca ter lido um livro.
Resposta de Descoings:
“O antigo presidente merecia e, como universitário, era considerado um grande acadêmico (…) O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences- Po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente do diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade.”
A entrevista completa de Berlinck com Descoings foi publicada no portal de O Globo às 22h56 do dia 22/9. Mas a história completa do vexame que a imprensa nativa sabuja deu estes dias, inconformada por Lula ter sido o primeiro latino-americano a receber este título, que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição, foi contada por um jornalista argentino, Martin Granovsky, no jornal Página 12.
Tomei emprestada de Mino Carta a expressão imprensa sabuja porque é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e mais importante título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as definições encontradas no Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.
Sob o título “Escravocratas contra Lula”, Granovsky relata o que aconteceu durante uma exposição feita na véspera pelo diretor Richard Descoings para explicar as razões da iniciativa do Science- Po de entregar o título ao ex-presidente brasileiro.
“Naturalmente, para escutar Descoings, foram chamados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático (…). Um dos colegas perguntou se era o caso de se premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado(…).
“Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção”, foi a pergunta seguinte. O professor sorriu e disse: “Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o julgamento da história este assunto e outros muito importantes, como a eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais (…). Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente, não damos lições de moral a outros países.”
Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da ação afirmativa do Sciences Po. Descoings o observou com atenção, antes de responder. “As elites não são apenas escolares ou sociais”, disse. “Os que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro-mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas.”
No final do artigo, o jornalista argentino Martin Granovsky escreve para vergonha dos jornalistas brasileiros:
“Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.”
Desde que Lula passou o cargo de presidente da República para Dilma Rousseff há nove meses, a nossa grande imprensa tenta jogar um contra o outro e procura detonar a imagem do seu governo, que chegou ao final dos oito anos com índices de aprovação acima de 80%.
Como até agora não conseguiram uma coisa nem outra, tentam apagar Lula do mapa. O melhor exemplo foi dado hoje pelo maior jornal do País, a Folha de S. Paulo, que não encontrou espaço na sua edição de 74 páginas para publicar uma mísera linha sobre o importante título outorgado a Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris.
Em compensação, encontrou espaço para publicar uma simpática foto de Marina Silva ao lado de Fernando Henrique Cardoso, em importante evento do instituto do mesmo nome, com este texto-legenda:
“AFAGOS – FHC e Marina em debate sobre Código Florestal no instituto do ex-presidente; o tucano creditou ao fascínio que Marina gera o fato de o auditório estar lotado.”
Assim como decisões da Justiça, critérios editoriais não se discute, claro.
Enquanto isso, em Paris, segundo relato publicado no portal de O Globo pela correspondente Deborah Berlinck, às 16h37, ficamos sabendo que:
“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com festa no Instituto de Estudos Políticos de Paris – o Sciences- Po -, na França, para receber mais um título de doutor honoris causa, nesta terça-feira. Tratado como uma estrela desde sua entrada na instituição, ele foi cercado por estudantes e, aos gritos, foi saudado. Antes de chegar à sala de homenagem, em um corredor, Lula ouviu, dos franceses, a música de Geraldo Vandré, “para não dizer que eu não falei das flores”.
“A sala do instituto onde ocorreu a cerimônia tinha capacidade para 500 pessoas, mas muitos estudantes ficaram do lado de fora. O diretor da universidade, Richard Descoings, abriu a cerimônia explicando que a escolha do ex-presidente tinha sido feita por unanimidade.”
Em seu discurso de agradecimento, Lula disse:
“Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”
Para certos brasileiros, certamente deve ser duro ouvir estas coisas. É melhor nem ficar sabendo.