segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quem tem medo dos direitos gays?

Matéria publicada no jornal Tribuna do Norte (08/05/2010, p. 2)

"Não é novidade e igualmente não é estranho que conservadores e reacionários se manifestem todas as vezes que transformações sociais e políticas, jamais pensadas por eles, alterem leis, instituições e convenções sociais e morais que acreditavam imutáveis. Atualmente, na sociedade brasileira, torna-se possível verificar a reação conservadora a propósito de importantes modificações em âmbitos diversos, mas talvez nenhuma outra mudança incomode tanto quanto a materializada pelo avanço dos direitos gays e por políticas públicas voltadas a lésbicas, gays e travestis e transexuais implementados pelas diversas esferas do poder público no país.
A irritação conservadora leva a que os cães de guarda da moral rabugenta (fonte de opressões, discriminações e violências praticadas contra muitos) ataquem governantes, parlamentares, militantes, cientistas e intelectuais por suas decisões, iniciativas e posicionamentos críticos em defesa de grandes parcelas da sociedade que permanecem descriminadas e excluídas: entre outros, negros, homossexuais, travestis, transexuais, indígenas e mulheres.
No tocante especificamente à questão gay, temos uma verdadeira cruzada moral dos conservadores contra diversas iniciativas do governo federal, em propagandas de ministérios, secretarias, contra iniciativas de governos estaduais, deputados e senadores que, entre outros programas e projetos de lei, criaram o Brasil Sem Homofobia, medidas administrativas que reconhecem os direitos gays ou propõem, em projetos de legislação, o estatuto de casamento para as uniões homossexuais ou a tipificação do crime de homofobia. Visando instalar o pânico moral, os conservadores, em seu fundamentalismo, pretendendo subordinar o Estado, o Direito e a Lei a crenças religiosas e convicções morais particulares, atacam essas iniciativas, qualificando-as de "escândalo", "decadência", "tentaivas de institucionalização de aberrações sexuais", "legitimação de condultas indecentes", entre outras pérolas do disrcurso ideológico-conservador, que, de tão atrasado, faz rir. Ora, se há que se falar em decadência, que esta seja entendida como a reação conservadora as transformações que colocarão o Brasil ao lado das nações civilizadas do mundo que já instituíram os direitos gays: Espanha, França, Alemanha, Suécia, Holanda, entre outros. A sociedade brasileira não pode, por decadência de seus conservadores rabugentos, ficar ao lado de nações como Malauí, Uganda e Irã que praticam atrocidades contra homossexuais, delas como prisão e pena de morte, por pretendida defesa da moral, da decência e de valores religiosos. E por qual razão há que se admitir valores religiosos (sempre particulares, são diversas as crenças religiosas, e, na sociedade, há os que nenhuma religião professam!) para definições da lei, do direito e para conceitos e práticas da sexualidade? Porque cargas d'água terá o indivíduo (qualquer ele) quer ver seus direitos (em todos os âmbitos) subtraídos em razão da crença religiosa alheia?
Por fim, desesperados, reconhecendo que não haverá retrocesso, os conservadores alardeiam sua histeria, proclamando que gays, lésbicas e travestis, com apoio de governos, políticos e intelectuais, instituirão cenas "aberrantes" de carinhos gays em público e ainda levarão à prisão todos aqueles que ousarem hostilizá-los por isso. Que querem os conservadores: o direito de insultar, agredir, discriminar, violentar (como sempre fizeram até aqui!) gays, lésbicas, travestis e transexuais, impedindo-os de exercerem livremente seus desejos e afetos, publicamente, como podem fazer aqueles a quem certa moral dominante chama de heterossexuais e entrega a estes todos os direitos? Não! Fiquem certos, senhores conservadores, daqui por diante, não será mais assim: leis e novas mentalidades, no Brasil e em diversas partes do mundo, impedirão a discriminação homofóbica e assegurarão liberdades e direitos devidos aos homossexuais, travestis e transsexuais!

(Alípio de Sousa Filho - Professor Doutor do Departamento de Ciências Sociais da UFRN; Doutorado pela Universidade de Sorbonne)

domingo, 30 de maio de 2010

Culpa de quem?

Enquanto estudava 'Os Anormais', texto aula de Michel Foucault, passava na televisão mais uma daquelas reportagens mais do que já mastigadas sobre pedofilia. 'Os Anormais (M.F.)' trás a tematização as análises de casos, que a psiquiatria toma como patológico. O comportamento doentio que também apareceu na tv. Palavras como: monstro e doente pude perceber nos dois casos (Reportagem e Texto-aula). Mas um caso em especial me chamou atenção. Aliás, foram dois casos que muito se assemelham tanto na reportagem quanto no texto.
Trata-se de meninas que mantêm relações sexuais com homens mais velhos. Essas meninas, crianças, tem pleno consentimento do que fazem, já que em ambos depoimentos colocam abertamente os atos de maneira descriminada. Fora isso existe mais um ponto em comum: o financeiro!
Nos dois casos, as meninas chegam a procurar o 'aliciador' em troca de dinheiro. No texto de Foucault a 'vítima' ganha o suficiente para comprar apenas amêndoas torradas, no caso que era reportado pela tv, as 'vítimas' arrecadaram ao máximo 40 reais. Em ambos, são meninas pobres. Consideradas facilmente alvo de aliciadores.

Mas já que as vítimas, nos dois casos descriminam tanto o abuso pelo qual passaram, seria um caso onde a culpa (sentimento que sempre se procura) é mesmo de um criminoso ou doente mental?
Sei que esse texto pode chocar a moral de muita gente, mais o fato deve ser dito. E todo esse caos sexual possui bem suas raízes.
Tudo começa quando a Igreja instaura o pudorismo sobre as relações sexuais. Fato que ao entrar em nossa casa, hieraquisa a família. Nem sempre pais e filhos dormiram em quartos separados. O estabelecer dessa separação deixa claro a separação entre a sexualidade adulta e a infantil. Daí nasce a 'criança', não como ser físico, mas como concepção institucionalizada, nasce o termo criança, a funcionalidade social de ser criança.
A partir disso, dessa separação da sexualidade, temos os ensinamentos ao mesmo tempo que temos os segredos. Temos a Igreja, e sua atuação escolar, que ensina a moralidade contanto a fantástica história de Adão e Eva expulsos do paríso por causa de uma maçã! Quem não acredita muito em fábulas sabe bem que não era culpa da maçã, pois logo depois de expulsos o casal do paraíso teve dois filhos.

Culpar, culpar, culpa. Na hora que se pega um pedofilo só existe um sentimento: culpa. Culpa que o leva ao crime, mas crime que foi institucinalizado assim pela nossa sociedade, pelo puratanismo religioso. Separar sexualidade infantil da adulta criou as crianças e criou assim seu sentimento de "pureza". Não estou aqui defendendo os pedofilios como sendo seres normais. Normais eles são, mas perante essa lei protetora das crianças, não.
Além de criminalizar a pedofilia, deveriamos rever um pouco nossas concepções 'morais'. Onde está a educação sexual que nossas crianças deveriam receber, sem que fosse preciso culpar uma maçã e uma serpente? A banalização do sexo pelas idéias puritanas revela que nossos pequenos seres humanos muitas vezes nem sabem o que estão fazendo. No caso que citei acima, as 'vítimas' se ausentam de serem 'forçadas' a algo ou qualquer relação. Aí fica bem claro um ponto crucial caracteristico desse caos: a ausência de assistência vigilante.
Os verdadeiros responsáveis pela integridade desses pequenos muitas vezes os libertam, não participam ativamente dos ensinamentos morais efetivos, e escondem e detem qualquer conhecimento da realidade sexual. No caso do texto de Michel Foucault, a 'vítima' também será punida, pois em depoimento a mesma deixou claro que achava tudo natural. A educação que não lhe foi transmitida em casa será dada então em anos de reclusão em reformatórios. No caso reportado no Brasil só deixa claro a deficidência da consciência educacional do nosso país, já que só se prende o pedófilo, e não dá nenhuma medida educativa as 'vítimas' que cederam facilmente ao ato sexual criminalizado por 40, 20 ou 10 reais.

E pior é que nem sempre temos nossas crianças tão protegidas sexualmente, já que a única lição que recebem muitas vezes, é a marginalizada pela mídia que joga o tempo todo apologias sexuais na tv, na música, na dança. A deficiente educação pela qual sofrem nossas crianças, que de fato, nunca serão eternas crianças, e que no futuro o que aprenderam errado tende a se repetir e acontecer o ensinar errado.

sábado, 29 de maio de 2010

Todos estão convidados


Classificado

O mais comum na vida humana talvez seja os movimentos de venda e compra, trocas e etc. Estudando ciência política, temos, o ser humano como indivíduo capitalizado, ou seja, vendido. Vende seu corpo, sua força de trabalho, se vende a um trabalho. Trabalho que formaliza as escalas do capitalismo. São operários de todos os ramos, estudados ou não, numa concepção que se alugam ou se vendem a um cargo capital.
Pensando nisso, vi, uma colega da turma de ciências sociais (bacharelado) [Eu sou da Licenciatura] fazendo um anúncio muito interessante:
"Alugo-me para os dia dos namorados! Visito e me apresento à famílias e tiro fotos pro orkut!"

Da pra ter uma idéia da convenção que se torna essas datas? Dia dos namorados, dia das mães, das crianças sempre tem um plano em comum: "Venda-compra/Capital/Financeiro".
A primeira coisa que se vem a mente é justamente: comprar um presente para aquela pessoa! Mas no caso da colega ela pensou em uma solução crucial: "e quem não tem aquela pessoa?!"
Parodiando e para entrar no clima do momento, se compramos coisas para pessoas e compramos pessoas para coisas... Idéia genial essa que queria colocar, mesmo que não seja minha: "vender pessoas para pessoas." Coisas que as vezes nem nos damos conta, mas que existe nas amizades por interesses, namoros por interesses, que formula as vezes uma inveja mascarada num sentimentalismo frágil!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Analysis of Cynicism

Lately falsehood goes very close to me, and it comes together with a sense of superiority frustated cynical and false. But what about people who act so close to me? The only thing I can do is mourn.
Regrettable, because it thinks the smart of the month is something the public that you do want to present your show says: "I feel sorry for this poor soul cynical!"
Use a falsehood to promote before de others, but all you talk about your audience is "poor ignorant! Poor snake! Poor cynical and ridiculous!"

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nem tudo que o diabo cria é ruim...


... ou é?
Seria o amor uma criação dos infernos?

www.umsabadoqualquer.com [Carlos Ruas]

[Clique na imagem para ampliar]

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Recomeçar

Não importa onde você parou,em que momento da vida você cansou,o que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar"
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo,é renovar as esperanças na vida e o mais importante,acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?foi aprendizado.Chorou muito?foi limpeza da alma.Ficou com raiva das pessoas?foi para perdoá-las um dia.Sentiu-se só por diversas vezes?é por que fechaste a porta até para os anjos.Acreditou que tudo estava perdido?era o início da tua melhora.Pois é...agora é hora de reiniciar,de pensar na luz,de encontrar prazer nas coisas simples de novo.Que tal um novo emprego?Uma nova profissão?Um corte de cabelo arrojado,diferente?
Um novo curso,ou aquele velho desejo de aprender a pintar,desenhar,dominar o computador ou qualquer outra coisa.Olha quanto desafio,quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
"Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fraquesa ou força do fato?

É um fato bastante frágil se querem saber. Pulseirinhas do sexo! Que está virando tema de redação dos vestibulares Brasil afora, onde uma determinada mídia faz todo um estardalhaço por causa dessas peças plásticas, eu pergunto: É preciso?
Vítimas da interpretação simbológica dos fatos, as pessoas assimilaram e interpretaram umas pulseirinhas plasticas vagabundas com uma conotação sexual. Um jogo "polêmico" para jovens de todo Brasil. Mas vale a pena fazer todo esse movimento?
Desde que o mundo é mundo, que a fase pré-adolescente é o foco da inicialização da vida sexual. Nas antiguidades, casavam meninas de 12, 13 anos de idade com homens até mais velhos. Pedofilia então discriminalizada. E quanto as peças plásticas? Rola todo um jogo de dúvidas. O senso comum social, fundado numa ideologia 'invisível' assume a psotura totalmente moralista e conservadora de que essas pulseirinhas são mesmo malígnas, devem ser criminalizadas e foram culpadas por um crime de estupro. Tal ato criminal acontece todos os dias no nosso país, não é uma pulseira que justifique isso.
O caso agora é que a polêmica ocasião seja a proibição do uso desses adereços como medida eficaz de inibir a marginalização sexual entre os jovens. É muito fácil se criar bijuteiras e colocar os significados simbológicos, isso a sociedade faz o tempo todo, em simbológias e crenças frágeis. O homem cria o meio pelo qual vai viver, nomeia e constroi tudo aquela realidade. Essa conotação sexual dada a essas pulseiras é, o que o senso comum parece não fazer idéia, de uma significação fágil. Criar objetos e dar sentidos a ele... se quizerem dar outros sentidos a essas pulseiras, pode-se dar facilmente do mesmo modo que se deu as relações sexuais.
O que está em jogo não é uma condição personalizada de adereços pobres de significados, mas o caos que a sociedade faz em julgar ao que se remete.
Todos os dias, no fim da tarde vejo grupos de jovens saindo da escola, e em muitos rostos imaturos posso perceber o cheiro de aparição sexual. Meninas que não respeitam o fardamento disciplinar da escola e andam de barriga de fora (isso é apologia sexual). E nunca vi a presença de pulseiras em nenhum deles.

Nossa sociedade não precisa criminalizar um apetrecho levianamente institucionalizado. O que precisa ser feito é um jogo de educação consciente!!
"Ei, gente... essas pulseiras não valem nada não! São apenas plásticos coloridos de uma culturalização midialistica!" Porque contra isso é muito fácil criminalizar, mas não percebem que o grande mal sexual da sociedade está na mídia que propaga a sexualidade de forma mal educada. A exibição acelerada a procura de audiência mal informada, que envenena as camadas mais leigas da sociedade. Que colocam mulheres semi-nuas, com discursos sexistas. Que carimbam a mulher como objeto, sem respeito. Sem contar nas demais visões e práticas imorais, que inverte os valores do ser humano, momento que denigre o sexo a uma animalização e que faz do ser feminino um ser submisso à uma disponibilidade fácil. A ignorância dos indivíduos que focaliza a carência de uma educação sexual efetiva.

Porque culpar um pedaço de plástico? A culpa, ao meu ver transgressor (do ideologico ao qual muitos estão submetidos sem perceber) está nos que propagaram essa idéia de pulseiras do sexo, dando significados insustentáveis, frágeis, quebraveis, e nos que aderiram a essa ignorância sem medir as consequências e sem analisar o fato de estarem entrando para a platéia dos bestas aderentes da rodada!

Nem um pouco afim

- Twitter!!
- E o que diabos é?
- Você coloca tudo do seu dia lá!

(...)
- Fiz um twitter!
- E aí?
- Fiz e deixei lá, não vi muita graça em sai falando qualquer porcaria!
- Ah, eu acho bom!
- Tudo bem, mas eu não vi graça!
- Mas faça, tem gente que te segue!
- Ihh, nem me sigam que eu to perdida!
- É bom! É prático, e é rápido!
- Falar o que? Sobre cada passo que eu dou... são informações desnecessárias, coisa que ninguém precisa saber!
- Você quem sabe!
- Eu mesma não vou brincar disso!
- Eu tenho tudo que a net pode oferecer, twitter, blog, orkut, msn, facebook!
- Como diz os mamonas: "Camisinha, camisola e kamikasi!"
(risos)
- Preciso twittar!
- Você é mesmo dependente do mundo virtual, né?!
- Err... tenho blog também, mas prefiro twitter.
- Prefere mesmo, porque seu blog mais parece um twitter.
- Tá, vou twittar... preciso contar do meu dia!
- Ok!

Twitter é um diário, um psicologo ou um psicanalista? Até hoje eu não entendi! Bem, vou ler alguma literatura grega, depois eu volto aqui!

O meu céu dessa cidade


(Mila Bezerra - 07/07/09)

O céu dessa cidade é meu lugar
O céu que se une com o mar
O céu que abriga o mal
É o mesmo céu que me fascina
Idéia de imensidão que me traz desse céu
O céu que molha meu telhado, meus cabelos

O céu dessa cidade é azul
Cinza, vermelho e verde
É o mesmo céu que canta meus luais
Céu que canta Better together
Céu da paisagem do careca, da ponte, do forte
O céu que todos os dias me acorda com aviões
É um céu de paixões

Céu que traz o sol
Sol o nome dessa cidade
O Sol que se casou com essa cidade
Sol forte de praia que bronzeia
Vem do meu céu
Céu que tem meu nome
Que tem meu tamanho, minha importância
Que me chove
Que traz os mesmos mistérios que eu

O céu dessa cidade é meu
Meu lar, meu lugar
Esse céu que me adotou
é o mesmo que os apaixonados gostam de olhar
Sejam bem-vindos ao céu dessa cidade!
Sejam bem-vindos ao meu céu dessa cidade!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

2.1 - Duas décadas e um ano

Já não é mais a mesma...
Que brincava na areia
Tomava banho de rio e açude
Mesmo sem saber nadar, em bóia de isopor.

Lá numa cidade do interior onde cresci
E que muito uma madrinha me educou
A mesma que nos natais, mandava o papai noel com presentes
O dedão do pé do meu pai era microfone
para cantar quando ele se deitava no sofá.

Ia pro sítio, para a casa da avó
Andava de caminhão
Andava nas trilhas e passava as cercas de arame
Pela caatinga do sertão seridoense

Bicicleta, jogo de bola, patins e correr
Com as outras crianças vizinhas nas ruas tranquilas do interior
Ia pra missa, mamãe levava
Mas nem gostava, bom mesmo era depois ir pra praça brincar

Pizza e tomar sorvete
Depois encontrava a molequeira

Fui fiel ao mesmo colégio, onde estudei por 15 anos
E na semana morava um pouco lá
Aula, batismo, catequese e crisma.
Uma vida católica onde cresci

Apresentações, coral na missa dos sábados a tarde
Volei, natação e futsal.
Amigos que vem e que foram
Mas nesse lugar conheci milhares

Infância, adolescencia
Sempre no mesmo ambiente
Família, amigos, colegas.

Hoje estou aqui, fazendo 21
Tentando me lembrar de uma infância simples
Que muito me ensinou e construiu para que chegasse bem até onde estou.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Will e a matematicalização social

Will, diferente de mim (Mila Bezerra) não é estudante de Ciências Sociais, que fique bem claro. Will é estudante de Ciências Econômicas, mas, igual a todo ser da face da Terra, Will é um elemento de estudo social. Sabendo de sua função elementar, ele, como bom curioso de si mesmo acaba sendo seu próprio pesquisador social. E nesse ponto ele se pega em questão. No fim da matemática tudo é uma resposta onde um elemento é igual ao outro, será que nas ciências humanas os elementos (humanos) são iguais?

Para colocar em cheque todas as indagações, Will, fugindo de seu campo matemático usou da combinação notável simples no mundo do calcúlo.

[A=B]

Para a filosofia moderna, 'A' é um elemento, 'B' é outro. Logo 'A' não é igual a 'B'. Mas tirando de foco a discursão dos diferentes tipos dos elementos temos a igualdade. No fim de seus resultados matemáticos, lá na última parte do caderno tem um elemento bem caractéristico [=].

É igualdade que transforma o 'x' parente do 'y', e dá para usar esses elementos para se tratar de pessoas? Lógico que sim! O 'x' é um homen, o 'y' uma mulher, no final dar-se a equação x=y. Entende-se essa igualadade entre gêneros sexuais no dado momento em que a mulher rompe as barreiras de um ideologismo machista, ganhando seu espaço, e se igualando em condições humanas aos homens, não sendo mais sujeitas as dominações de antes. Aos mandatimos patriarcais sem lexo.
'X' é branco, 'Y' é negro. Questão racial que no fim, x=y. Mudando apenas alguns pontos pessoais e o fator cor, cultura e ordem social da qual são providos, mas no fim são iguais.
'X' é gay, 'Y' é religioso. Uma série de conceitos morais que determinam a condulta desses personagens como estes sendo opostos, mas no fim da equação, retirando todos os fundamentos que norteiam essas pessoas, x=y.

O que difere os humanos são pequenas questões morais, ideologicas, condultas e físicos. Mas isso é necessariamente mecanismo que justifique que um seja superior ao outro? Que um seja o 3 outro seja 2? A única escala númerica que o social trabalha é afim do aglomerado que se faz no fim, é uma soma que só conta quantos humanos compõe o mundo. Mas não estamos trantando de escalas matemáticas, e sim do resultado final, que é a igualdade.

Assim como é explicado na Antropologia Social, é o fator etnocentrico o principal formentador das disparidades entres as pessoas. Um grupo quer se sobrepor a outro, como sendo superior, mais poderoso, detentor de um saber. Como se 'eu' fosse o centro base de toda a cultura do mundo, e os redores, diferentes, são os absurdos inferiores, ignorântes. Esse etnocentrismo que engendra os preconceitos e conflitos entre povos, raças, entre a mistura que no fim só se leva a uma questão, ao Relativismo (também da Antropologia Social). Que quebra as barreiras entre os povos, cuja a visão sem preconceitos comenta que índio + negro + branco + religioso + político + gay + mestiço + artístico + estudioso + economico = humanos.

Todo conjunto de raça é uma soma de pessoas onde nenhum deles é detentor do poder supremo da diferença e da certeza, no fim das contas não exite uma resposta que concretize quem é de fato a 'refência' ou 'central' para os demais. Para melhor entender: a + b + c = 0.

Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.
(Bertold Brecht)